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O COMPROMISSO DE ALFABETIZAR EM TURMAS DE EJA

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Por:   •  10/5/2013  •  2.452 Palavras (10 Páginas)  •  1.291 Visualizações

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O COMPROMISSO DE ALFABETIZAR JOVENS E ADULTOS NO BRASIL*

Flávia Maria da Silva de Holanda**

Resumo: Este artigo sintetiza os resultados de um estudo bibliográfico sobre o compromisso de se alfabetizar em turmas de jovens e adultos no Brasil, traça um breve histórico sobre as diversas condições que levam o indivíduo a frequentar turmas da Educação de Jovens e Adultos, que vão desde as condições financeiras da família, até as divergências sociais, em um país de dimensões continentais, como o Brasil. Traça as dificuldades do professor que atende esse público, e as condições de trabalho desse profissional nas instituições de ensino brasileiras. Encerra com os avanços já alcançados, tanto academicamente, como também, nas salas de aula.

Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Alfabetização; Escola Pública.

INTRODUÇÃO

A função social da leitura tem como razão principal, o ingresso do indivíduo ao mundo letrado. Possibilita o processo da construção da cidadania. Considerando que a leitura é a condição essencial para que o aluno possa compreender o mundo.

O compromisso de alfabetizar jovens e adultos no Brasil já dura várias décadas. Hoje é definido como um conjunto de iniciativas, de grandezas e naturezas diversas, é considerado como positivo, pois, pode fazer avançar a concretização dos direitos à educação que todo ser humano tem.

Escrever sobre este tema é fazer várias reflexões sobre tal processo, principalmente, quando ele ocorre na escola pública. A princípio deve-se explorar a própria instituição, depois se fazer uma contextualização sobre a temática, junto com a caracterização do cliente desta escola, o aluno, e, em seguida deve-se dissertar sobre a fundamentação do processo ensino aprendizagem, e da ressignificação da prática pedagógica docente para uma melhor compreensão da questão aqui em pauta.

O COMPROMISSO DE ALFABETIZAR JOVENS E ADULTOS

O compromisso de alfabetizar turmas de jovens e adultos é um trabalho de extrema importância para a construção de espaços onde a dicotomia teoria/prática seja superada. Tal desafio se propõe a estabelecer diálogo constante entre os elementos necessários para a construção e reconstrução do conhecimento. O que permitirá, através da sua organização, a realização direta das práticas de sala de aula, construindo um importante campo de pesquisa, pois, possibilita aglutinar diversos sujeitos em um mesmo projeto, que abre espaços para diversos olhares sobre o mesmo objetivo, ou seja, a alfabetização de jovens e adultos que não tiveram chance em época oportuna.

Ao se trabalhar com a EJA no nível da alfabetização, é comum, no dia-a-dia, aparecem diversas dificuldades no trabalho prático. Um deles consiste em falta de metodologias que orientem o trabalho com adultos que seja mais contextualizado, intrínseco à sua realidade e inseridos no seu contexto. Para muitos professores que ensinam a jovens e adultos, não é fácil trabalhar junto a um público tão diversificado e rico de experiências pessoais e profissionais que poderiam auxiliar no seu próprio processo de aprendizagem. Essa reflexão remete à necessidade de buscar subsídios para um melhor trabalho pedagógico junto à EJA.

Para melhor se atender essa demanda e não superestimar as estatísticas de repetência e evasão do Ensino Fundamental, estima-se que ao se desenvolver um projeto com essa perspectiva de que escrever e ler, além de ser um direito do cidadão, é também, uma forma de levar os alunos a refletir sobre efeitos dos acontecimentos da vida dos mesmos e as buscas de ações para, a partir das ideias melhorarem a sua realidade.

Deve-se, portanto, inserir no cotidiano de sala de aula, as ideias de uma estrutura de trabalho mais adequado a um grupo de adultos em situação de alfabetização.

A alfabetização de adultos justifica-se pelo fato de que no Brasil existem 20 milhões de adultos analfabetos. A falta de compromisso das políticas públicas marginaliza milhões de brasileiros de seus direitos mais elementares. O que torna a leitura e a escrita, imprescindíveis na da construção da cidadania, tendo em vista que não há alfabetização neutra.

A alfabetização de jovens e adultos é o locus onde alunos, professores e comunidade se interagem e se humanizam e constroem os elementos de intervenção social. Tudo isso, porque o homem não pode ser compreendido fora de suas relações com o mundo e como sujeito histórico. O cidadão que se pretende formar nesta concepção, é o sujeito crítico que tem o conhecimento como elemento de entendimento ou apreensão da sua realidade que acompanha, interfere, provoca mudanças e constrói história.

As dificuldades com a EJA são acompanhadas de propostas tecno-pedagógicas muito limitadas. As críticas aos métodos de alfabetização da população adulta estão sempre direcionadas à inadequação à clientela. A superficialidade do ensino-aprendizagem, em curto prazo, também é citada como um elemento significativo.

A leitura de mundo e a leitura da palavra segundo Freire (2001) permitem a formação dos sujeitos a quem a universidade está diretamente comprometida, alunos e adultos analfabetos. Se por um lado temos tantos adultos analfabetos, por outro, temos a oportunidade de construir espaços para e releitura do mundo a partir dos olhos de nossos alunos.

Desde a Constituição Federal de 1988, pelo artigo 208, todos os brasileiros, independente da idade conquistaram o direito ao Ensino Fundamental. O país foi se constituindo a partir de modelos excedentes, concentradores de renda, produtores de desigualdades. Acumularam-se déficits de escolarização em todas as faixas etárias e se aprofundou a situação do analfabetismo.

As pessoas não alfabetizadas não são valorizadas, mas mesmo assim tocam suas vidas com certa autonomia. A compreensão de mundo e a inteligência que possuem podem superar algumas dificuldades. Essa condição de não leitor tem reflexos profundos. Vários são os limites impostos pela sociedade regida pelos escritos. No mundo contemporâneo, saber ler e escrever é um imperativo.

Cada vez mais, a alfabetização se faz necessária. Vários são os estudos que tratam da importância da leitura na escola. Mas, percebe-se que são poucas as pesquisas que voltam seus olhares para modalidade EJA, quando se trata da formação de leitores. Deve-se, portanto, entender essa proposta de alfabetização fundamentada na educação popular, tendo como referência a construção coletiva, onde seus diversos atores são sujeitos

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