A IMPORTÂNCIA DA ESTIMULAÇÃO LÚDICA NA VIDA DOS BEBÊS

A IMPORTÂNCIA DA ESTIMULAÇÃO LÚDICA NA VIDA DOS BEBÊS

Orilda Cavalheiro¹

RESUMO: O instigar lúdico na educação infantil tem sido um dos recursos que promovem um aprendizado de qualidade para as crianças, a partir de procedimentos que fomentam o prosseguimento das habilidades essenciais nesse processo. Nesse sentido, esse artigo tem o propósito de compreender a inclusão das atividades lúdicas e dos bebês no contexto da educação infantil e como esta prática reflete em seu desenvolvimento integral. Para isso, utilizou-se uma pesquisa bibliográfica e elencaram-se assuntos concernentes para esse entendimento. Dessa forma, foi explanado, o lúdico na educação infantil, a importância do brincar, dentre outros pontos relevantes. O objetivo do presente trabalho é discutir a relevância do lúdico no processo de ensino-aprendizagem e discernir os avanços nas áreas de desenvolvimento infantil, especificamente na faixa etária de zero a dois anos. Procurando compreender a valia dos jogos e brincadeiras como eficazes na construção do conhecimento, através de incitamentos necessários para a construção de suas aprendizagens. A ludicidade é um grande oficina para o desenvolvimento global da criança, que requer atenção da família e dos educadores, pois é por meio das brincadeiras que ela descobre a si mesmo e o outro. Assim como, novos conhecimentos, novos sons, novas imagens, novas texturas além de serem componentes significativos e imprescindíveis para que a criança possa aprender com alacridade, agindo como exercícios proveitosos e indispensáveis à vida. Com base nessas ideais, sucedeu-se uma sapiência de que as brincadeiras com objetivo pedagógico beneficiam o processo de ensino-aprendizagem.

 

PALAVRAS-CHAVE: Estimulação. Lúdico. Aprendizagem. Infância. Bebês.

1. INTRODUÇÃO

A Estimulação lúdica, na infância, é parte constituinte da vida de todo ser humano. Os jogos e brinquedos perfazem a infância das crianças, onde o faz de conta e a realidade se interpõe. Na fase da infância, o lúdico tem que ser contemplado como um componente importante durante o processo de ensino aprendizado, não apenas como um simples ato de diversão.

 A criança, ao jogar, envolve-se muito com a brincadeira, deixando transparecer em suas ações seus desejos e emoções. A atividade lúdica assume um papel constituinte entre os processos cognitivos, motores, afetivos e sociais. Consequentemente, é através do brincar, que a aprendizagem, o desenvolvimento do eu, do social e cultural desenvolve-se sem incomplexidade, contribuindo assim para uma psíquica e física saudáveis.

Com a brincadeira, a criança reaquista junto a habilidade de simbolização, assentindo que ela possa auferir realidades de aflições e dominar medos involuntários. O brincar é um impulso natural da criança, que aliado à aprendizagem torna-se mais fácil à obtenção do aprender devido à espontaneidade das brincadeiras através de uma forma intensa e total. 

O conjunto de questões que serão inqueridos buscam entender a relevância dos brincadeiras como aportes profícuos na construção do conhecimento infantil através dos incitamentos fundamentais na elaboração e construção de sua aprendizagem. Tendo como finalidade apresentar aos educadores, pais, e as profissionais de áreas afins,  o acoroçoar da estimulação lúdica na vida dos bebês como uma das primaciais fontes de aprendizagem. Sendo assim, partindo de tal conjectura fundamenta-se o dever de esclarecer como o lúdico influencia no processo de ensino-aprendizagem infantil, constituindo a consciência da magnitude dos jogos no desenvolvimento e na educação da criança.

Nesse seguimento, buscou-se analisar a importância de como os bebês podem aprender o lúdico no processo de ensino-aprendizagem vivenciando um mundo alternativo para o brincar e para a construção do desenvolvimento infantil na faixa etária de 0 – 2 anos. Estudando sobre o desenvolvimento cognitivo da criança; compreendendo a importância do lúdico para o desenvolvimento cognitivo e analisar as formas pelas quais a estimulação do lúdico facilita os processos de ensino-aprendizagem no desenvolvimento sensorial e motor infantil.

O mundo infantil difere de uma maneira qualitativamente do mundo adulto, nele há fantasia, faz de conta, sonhar e o descobrir. Por meio das brincadeiras, ação mais comum da infância, que a criança terá oportunidade de se conhecer e constituir-se socialmente. Através da espontaneidade do brincar que a criança poderá explicitar as diferentes percepções concebidas dentro do seu contexto familiar e social.

1.1  Desenvolvimento Cognitivo Infantil

O ser humano, desde a concepção ultrapassa por uma série de processos de desenvolvimentos, formando um ser biopsicossocial e espiritual, devido à interação entre o indivíduo e seu meio. Pode-se dizer que a infância é a fase aonde a criança vai gradativamente e lentamente se adequando ao mundo. Ao falar em desenvolvimento, integra-se tal termo à ideia de crescimento, sobretudo o físico e o biológico. Mas essa expressão vai muito mais além do que é apenas visível.

O desenvolvimento humano  resulta num processo de construção de uma série de fatores, entre influências biológicas, intelectuais, sociais e culturais. Bock (2002, p.98) diz que “o desenvolvimento humano refere-se ao desenvolvimento mental e ao crescimento orgânico. O desenvolvimento mental é uma construção contínua, que se caracteriza pelo aparecimento gradativo de estruturas mentais.” O crescimento orgânico entende-se aquele ligado ao desenvolvimento físico do ser humano, que acontece desde o nascimento.

O primeiro período que Piaget considera no processo evolutivo da espécie humana, é compreendido pelo estágio sensório-motor (0 a 2 anos). O qual é caracterizado “por aquilo que o ser humano consegue fazer de melhor” no decorrer das diversas faixas etárias e dos outros estágios ao logo de seu processo de desenvolvimento. Aborda-se, a seguir, sem entrar em uma descrição detalhada, as principais características do primeiro período de desenvolvimento segundo Piaget:

Período Sensório-motor (0 a 2 anos): segundo La Taille (2003), Piaget usa a expressão "a passagem do caos ao cosmo" para traduzir o que o estudo sobre a construção do real descreve e explica. De acordo com a tese piagetiana, "a criança nasce em um universo para ela caótico, habitado por objetos evanescentes (que desapareceriam uma vez fora do campo da percepção), com tempo e espaço subjetivamente sentidos, e causalidade reduzida ao poder das ações, em uma forma de onipotência". No recém nascido, portanto, as funções mentais limitam-se ao exercício dos aparelhos reflexos inatos. Assim sendo, o universo que circunda a criança é conquistado mediante a percepção e os movimentos (como a sucção, o movimento dos olhos, por exemplo).