A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DIDÁTICO

OTD

Didática: Teoria e referências que orientam o fazer interior da escola. Se modifica segundo aos interesses e necessidades históricas. Está vinculada a prática docente, metodologia, instrumentos pedagógicos, apoios e recursos ilustrativos, método de ensino. Necessário compreender a didática no interior das teorias que fundamentam a prática de sala de aula, realizar um exercício de análise crítica das teorias que embasam o ensino e aprendizagem e retomar as discussões teóricas no campo da pedagogia.

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DIDÁTICO – G.L.A

Nasce na transição da sociedade feudal para a sociedade burguesa, afim de atingir as massas. Passa surgir uma demanda por educação que ocorreu através da transição para sociedade capitalista. Produzidos nas áreas de didática e de metodologia de ensino. Assumem de forma dominante o tom prescritivo e acentuado em formas de planejamento, execução e avaliação de ensino, associada a modernização de ensino. Comenius (proposta de educação para a sociedade) continua sendo referência obrigatória, pois não se viu aprofundamento de sua abordagem e nem a utilização rigorosa das categorias que construiu. Ocorreu um empobrecimento progressivo na forma de tratamento das questões que Comenius levantou, corrompendo sua rica concepção didática. A didática comeniana envolve desde uma profunda reflexão sobre as necessidades sociais e as demandas geradas para educação, formulação dos objetivos educacionais pertinentes até a previsão dos recursos a serem nobilizados para sanar ou dirimir aquelas necessidades, com economia de tempo, recursos materiais e avaliação sistemáticas dos resultados alcançados. Necessidade de educação para todos. O objeto de didática é o ensino é a didática da aprendizagem. Alves conceitua a didática como ramo de estudo da ciência, educação (pedagogia), a arte de comunicar conhecimentos (instrução) e de formar a inteligência (educação intelectual). Questões didáticas são primordialmente problemas docentes. O tecnicismo pedagógico é um curso de instrução é um curso de instrução programada das máquinas de ensinar, pois acreditavam-se no caminho salvador do ensino, suas consequências sociais incluíram a simplificação do trabalho didático e os cortes do campo de trabalho da educação. E assim o manual didático foi demonizado, assim como ocorre com novas tecnologias. Piaget foi uma arma contra skinner e o behaviorismo, tendência recente no construtivismo. G.L.A contribui para o estudo da escola moderna, através do trabalho didático. Deve-se mudar a escola, recursos pedagógicos, tecnologias educacionais, os conteúdos didáticos e a concepção do espaço escolar. No plano genérico e abstrato qualquer forma histórica do trabalho didático envolve sistematicamente 3 aspectos: relação educativa, mediação dos recursos didáticos e aspectos físicos com características peculiares onde ocorre. Comenius e Montessori possuem discurso doutrinário do escolanovismo, revelam o trabalho didático como manifestação do trabalho concreto. A escola moderna surge em meio a esse processo de expropriação do saber dos trabalhadores (base de uma matriz manufatureira). Trabalho didático: a transmissão de conhecimento. Material didático: autossuficiência na relação educativa.

PRECEPTORADO – ROUSSEAU

Rousseau publicou Emilio ou Da Educação. Este tratado, de uma total novidade para a época, encontrou grande sucesso, revolucionando a pedagogia e serviu de ponto de partida para as teorias de todos os grandes educadores dos séculos XIX e XX. Trata-se de um romance pedagógico que conta a educação de um órfão nobre e rico, Emilio, de seu nascimento até seu casamento. Fiel a seu princípio, segundo o qual o homem nasce naturalmente bom, Rousseau estima que é preciso partir dos instintos naturais da criança para desenvolvê-los. A educação negativa (essa que propõe o filósofo), na qual o papel do preceptor (professor) é, sobretudo, o de preservar a criança, deveria substituir a educação positiva que forma a inteligência prematuramente e impensadamente. O ciclo completo desta nova educação comporta quatro períodos. Este é, pois, o modelo básico de educação proposto por Rousseau para substituir a educação tradicional que, em nome da civilização e do progresso, obriga os homens a desenvolverem na criança a formação apenas do intelecto em detrimento da educação física, do caráter moral e da natureza própria de cada indivíduo. Rousseau critica fortemente a educação tradicional da época, pois esta era muito racionalizada, muito técnica e muito impositiva. Devido a isso, nota-se o porquê de Rousseau ser considerado o pai da educação, uma vez que este realmente leva a sério a criança e reconhece a importância desse estágio. Inicia-se então, uma pedagogia voltada e centrada na criança, não mais reconhecendo-a como adulto, mas sim na sua essência, na sua felicidade e na sua liberdade como criança. No texto, Rousseau afirma que tudo o que não se tem quando se nasce (juízo, força, assistência) e do que se necessita quando crescidos, é dado pela educação e que apenas essa pode modificar o homem.

Percebe-se que o principal foco da obra Emílio é o de como educar uma criança. Para Rousseau, deve se dar ênfase à educação desde o nascimento, pois ela nasce “pura” quem o modifica é a sociedade, e como dito acima, apenas a educação tem esse poder.

1. O primeiro período vai de 0 a 5 (zero a cinco) anos, correspondendo a uma vida puramente física, apta a fortificar o corpo sem forçá-lo; período espontâneo e orientado graças, notadamente, ao aleitamento materno;

2. O segundo período vai de 5 aos 12 (cinco a doze) anos e é aquele no qual a criança desenvolve seu corpo e seu caráter no contato com as realidades naturais, sem intervenção ativa de seu preceptor;

3. O preceptor intervém mais diretamente no terceiro período que vai de 12 a 15 (doze a quinze) anos, período no qual o jovem se inicia, essencialmente pela experiência, à geografia e à física, ao mesmo tempo em que aprende uma profissão manual ou ofício;

4. Dos 15 aos 20 (quinze aos vinte) anos compreende-se o quarto período em que o homem floresce para a vida moral, religiosa e social.

A INSTRUÇÃO PÚBLICA E O ENSINO MÚTUO NO BRASIL – M.H.C.B.

Ensino mútuo no brasil no período que antecede a adoção oficial do método pelas autoridades governamentais, em 1827. O ensino monitorial mútuo teve início no século XIX, antes era adotado o ensino individual. No final do século XVII Jean-Baptiste de La Salle introduziu o método simultâneo. Os traços do ensino mútuo encontram-se nas escolas monásticas. Método mútuo e simultâneo o professor é o agente, mútuo divido entre professores e monitores. Para Lancaster escola para crianças pobres em Londres em 1798. Cada classe com monitor (aluno) com conhecimento superior ao dos outros e supervisão do professor (método Lancaster). Surge na França, o ensino dos alunos por eles mesmos. O programa era de leitura, escrita e cálculo para meninos e costura para meninas. Cada programa dividido em 8 graus hierarquizado que devem ser perseguidos sucessivamente. O ritmo de aprendizagem e conhecimento varia de acordo com o aluno e a disciplina. A hierarquia de recompensas estimulavam os trabalho dos alunos e os monitores recebiam pequenos pagamentos. A principal vantagem do método é de ordem econômica, pois o professor ensina em pouco tempo um número grande de alunos. O método mantem os alunos disciplinados, habituados desde a primeira classe à ordem e a regra. Crítica a incompetência dos monitores de fornecer explicações complementares. Sistema empírico e pratico baseado em procedimentos mecânicos desprovidos de valores educativos. Para Foucault o ensino mútuo é uma máquina de quebrar corpos e as inteligências. No Brasil em 1827 a lei de instrução pública nacional propõe a criação de escolas primárias do método lancasteriano, considerado como parte da modernidade dos países centrais face da industrialização e formação dos cidadãos. Racionalização do ato pedagógico é a rapidez de ensinar, baixo custo, disciplina, ordem, uso de vários professores e vários alunos-mestres.  Desmotivação do estado agroexportador em garantir condições mínimas para o funcionamento das escolas públicas e formação e remuneração adequada aos professores.

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