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A População em situação de rua

Por:   •  10/4/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.043 Palavras (5 Páginas)  •  231 Visualizações

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Capitulo 1. População em situação de rua

  1. Breve contextualização de cidades.

Acreditamos que para chegarmos a uma compreensão sobre esse fenômeno caracterizado por “população em situação de rua”, é necessário abrimos um espaço para entender como foi construído o lugar onde vivem e sobrevivem estas pessoas. Como explica (ORLANDI, 2004, p. 11):

“No território urbano, o corpo dos sujeitos e o corpo da cidade formam um só, estando o corpo do sujeito atado ao corpo da cidade, de tal modo que o destino de um não separa o destino do outro. Em suas inúmeras e variadas dimensões: Material, cultural, econômica, histórica etc. o corpo social e o corpo urbano foram um só”.

Tomamos como ponto de partida, o direito de qualquer cidadão habitar o espaço urbano, o surgimento de qualquer cidade não acontece de forma harmonizada, são lugares de disputa e tensões em seus mais diversificados níveis, e neste contexto, a cidade tem como uma de suas características um espaço de constantes conflitos, como aborda (ORLANDI. 2004 p. 31):

“A cidade tem assim seu corpo significativo. E tem suas formas. O Rap, a poesia urbana, a música, os grafites, pichações, inscrições, outdoor, painéis, roda-de-conversa, vendedores, ... é a cidade produzindo sentido... a cidade não tem seu narrador, um seu contador de história...”.

Podemos incluir neste contexto o morador de rua, haja visto de forma desigual de desenvolvimento do espaço urbano, causam conflitos sociais, fazendo deste ambiente um lugar desarmonioso os quais geram conflitos sociais e tensões, onde vivem e convivem a população em situação de rua, onde, parte da sociedade ou na sua maioria, vê essa população, como aquela que incomoda, vagabunda viciada, trombadinha e outros adjetivos pecharativos, sendo marginalizada, como podemos observar no cotidiano, o tratamento dado a esses indivíduos que permanecem nesse espaço urbano seja em praças públicas, viadutos, estações de trens, metrôs ou embaixo de lajes seja em lojas privadas ou repartições públicas, acabam sofrendo repressão seja física ou até mesmo pela higienização pessoal. Todavia, atos como esses acontecem Brasil a fora, chegando em muitas das vezes a circunstância estremas como assassinatos em séries, expulsão com jatos de agua, pessoas sendo queimadas vivas nos grandes centros urbanos somente porque moram nas ruas, estes atos considerados por nós atos covardes os quais representam uma ideia quase que predominantemente de caráter moralista onde observamos que essas pessoas não devem e nem podem ocupar o espaço urbano o qual também é público, podendo apresentar uma ameaça à ordem social, haja visto que estão fora do padrão como consumidores do mercado social vigente. Desta forma, a cidade, é esse emaranhado de relações complexas e contraditória, sendo ao mesmo tempo dinâmica e que vai se tornando um corpo funcional como explica (CUNHA, 2008 p. 66):

“A cidade é, enquanto ligada as forças produtivas, a sede desse vasto processo contraditório. Ela absorve campo e contribui para a destruição da natureza; destrói, ela também, suas próprias condições de existência e deve estabelece-las de uma maneira sistemática”.

No contexto brasileiro, precisamos ressaltar que o processo de urbanização não acontece de maneira separada das mudanças socioeconômicas e políticas, que ocorreram a cada momento histórico a nível global. Na era colonial brasileira, a função primordial da cidade era de ser simplesmente um centro de controle administrativo e ideológico de Portugal, pelo qual se propagava o poder comercializador. Com a industrialização, a cidade é obrigada a estruturar-se como um espaço de produção comercial de produtos e mão-de-obra, inicia-se nesse período de migração do campo para cidade, portanto é a partir desse contexto, que torna-se nítida a segregação de classes no território urbano, pois ainda não existia um planejamento urbano para alocar essa população que era atraída, para os centros urbanos, sendo esse abrupto processo próprio do desenvolvimento capitalista. Como aborda (CUNHA, 2008 p. 68):

“A cidade revela em seu território as   próprias das relações capital trabalho manifesta em lutas e nas relações políticas, entre as forças que controlam o governo central e o governo local, de modo particular, nas condições de vida das classes sociais”.

Em suma, as metrópoles brasileiras não foram planejadas de forma racional para acabar as massas que procuraram esses lugares de desenvolvimento, vendo-o como uma oportunidade de sair da situação de pobreza, em busca de uma ascensão social e de melhores condições de vida. Como enforca (ORLANDI, 2004 p. 89):

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