A Psicomotricidade

Paulo Roberto Rodrigues Junior

Reabilitação de Crianças com Deficiência Visual; da Estimulação Precoce à Psicomotricidade

São José dos Campos - SP

2017

Paulo Roberto Rodrigues Junior

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Reabilitação de Crianças com Deficiência Visual; da Estimulação Precoce à Psicomotricidade

Monografia apresentada à Faculdade Campos Elíseos, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Psicomotricidade.

São José dos Campos - SP

2017

RESUMO[pic 2]

Ao longo do tempo, muito tem se discutido acerca da inclusão social e da reabilitação de pessoas com deficiência física, motora ou sensorial. No campo das deficiências sensoriais, os déficits motores apresentados comumente pelas crianças e adolescentes  com deficiência visual (visão subnormal ou cegueira) em fase de desenvolvimento motor e cognitivo - infância e adolescência - visto que, quando chegam à instituição de reabilitação trazem consigo características distintas e independentes de suas especificidades, havendo a necessidade de estabelecer determinados aspectos essenciais de tratamento para progredir com o desenvolvimento, traçando objetivos a serem atingidos dentro e fora do contexto de sua particularidade. Nota-se que várias crianças e adolescentes com deficiência visual apresentam dificuldades pontuais na aprendizagem, o que pode estar relacionado a falta de estímulos precoces e o timing das diversas habilidades motoras, sensoriais e comunicacionais, bem como as oportunidades de experimentação do mundo que a cerca e estão relacionados diretamente com a observação/imitação - troca de experiências sócio visuais a partir da vidência^[1], para aprimorar a coordenação psicomotora e a inadequação das intervenções educacionais que poderá acarretar em defasagens no desenvolvimento social, afetivo, cognitivo e principalmente psicomotor da criança. Este trabalho possui duas linhas de pesquisa, uma de revisão bibliográfica que preconizou as contribuições de autores como DEMEUR; L. STAES (1991), LEVIN, ESTEBAN (2000), dentre outros, e procurou enfatizar a importância da psicomotricidade para o desenvolvimento e a interação social para o desenvolvimento da linguagem, resultando numa maior autoconfiança, boa postura e percepção corporal facilitando sua orientação, sua locomoção e mobilidade, proporcionando assim um melhor convívio social e qualidade de vida. Numa perspectiva analítica do trabalho, o levantamento de dados sobre a estimulação precoce da psicomotricidade, com entrevistas de profissionais que trabalham em centros de reabilitação objetivando o desenvolvimento do indivíduo.

Palavras-chave: Deficiência Visual. Psicomotricidade.  Aprendizagem. Estimulação precoce.

ABSTRACT

INTRODUÇÃO

Ao longo da vida, o indivíduo experimenta em todas as fases, aprendizagens fundamentais para o desenvolvimento psicomotor, intelectual, profissional e social. Apresentando movimentos corporais desde a vida intrauterina e, a partir do nascimento, fazendo uso da motricidade para conhecer e se comunicar com o mundo, estabelecendo relações afetivas e fundando-se como ser socialmente constituído. O desenvolvimento mental, corporal e emocional da criança apoia-se na compreensão de seu próprio corpo articulando o desenvolvimento global do seu eu.        

A presente pesquisa tem como tema relevante a importância dos estímulos precoces, da psicomotricidade e da reabilitação para garantir a identidade e autonomia da criança deficiente visual em idade escolar.

        Questões pertinentes ao desenvolvimento do indivíduo, à tonicidade, lateralidade, motivação, interação e intervenção do psicopedagogo, nortearam o trabalho pontual da psicomotricidade na formação da criança deficiente visual.

É importante reconhecer o papel da psicomotricidade, sendo ela um meio constitutivo de construção da personalidade e de expressão corporal. O psicopedagogo ou o psicomotricista^[2] atuam neste cenário a fim de aprimorar/desenvolver habilidades e capacidades inatas ao ser humano, que por motivo ou outro estão em estado de latência, no âmbito do desenvolvimento global, proporcionando estratégias de estimulação motora.

Quando se trata de estimulação, a visão é o sentido que transmite maior quantidade de informações, especialmente durante os primeiros anos de interação e aprendizado, enfatizando assim a importância da ação psicomotora no desenvolvimento e o uso de todos os sentidos remanescentes da criança cega, em especial o tato, promovendo a organização de sua percepção central, de modo que possa receber e ordenar essas informações de maneira funcional, garantindo assim, o autoconhecimento, o aprendizado e consequentemente,  melhora na qualidade de vida.

Na literatura, diversos autores embasam a relevância dos estímulos sensório-motores e a as intervenções pontuais para que a criança possa garantir sua capacidade e continuidade no processo de desenvolvimento.

De acordo com Oliveira (apud COSTA, 2011:27):

“A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base na pré-escola. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situação no espaço, a dominar seu tempo, a adquirir habilidades de coordenação de seus gestos e movimentos. ”

Nesta abordagem, o objetivo desse estudo, é a pesquisa e a tomada de consciência acerca da seriedade do trabalho psicomotor para o desenvolvimento intelectual e afetivo da criança deficiente visual.

No intuito de alcançar os pressupostos, utilizou-se como recurso metodológico, a pesquisa bibliográfica, realizada a partir de investigação, minuciosa de materiais já publicados na literatura e em artigos científicos devidamente divulgados em meios eletrônicos.

O artigo foi enriquecido com uma pesquisa de campo, com a intenção de verificar a relação entre os elementos da psicomotricidade e o processo de desenvolvimento global, percorrendo o campo da reabilitação e educação básica (anos iniciais – alfabetização) valendo-se de um questionário para esquadrinhar o grau de conhecimento e proveito da psicomotricidade na educação.