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Cibercultura

Por:   •  15/11/2015  •  Artigo  •  645 Palavras (3 Páginas)  •  298 Visualizações

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Cibercultura Os avanços das tecnologias da informação e comunicação vêm causando mudanças significativas no modo de ser e perceber o mundo, nas relações sociais e culturais. Estamos de certa forma, vivenciando uma mudança paradigmática quanto ao modo de compreender e lidar com o conhecimento e com a realidade. As tecnologias possibilitaram a criação de uma nova realidade, a realidade virtual. Mas o que é Virtual? A palavra virtua1 l vem do latim medieval virtualis, derivado por sua vez de virtu, força, potência. Na filosofia escolástica, é virtual o que existe em potência e não em ato. Segundo Lèvy (1996), o virtual tende a atualizar-se sem ter passado no entanto à concretização efetiva ou formal. O autor cita como exemplo a árvore que está virtualmente presente na semente. Em termos rigorosamente filosóficos, o virtual não se opõe ao real, mas ao atual: virtualidade e atualidade são apenas duas maneiras de ser diferente. A virtualização é uma característica humana, que pode ser aplicada a qualquer área da vida, inclusive ao exercício profissional em benefício da qualidade da mediação com nosso sujeito interlocutor. O real, o possível, o atual e o virtual são quatro modos de ser diferentes que operam juntos em cada fenômeno concreto. O quadro a seguir, extraído de Lèvy (1996), nos auxilia a compreender a relação entre estes quatro modos de ser. Latente Manifesto 1 Algumas definições de virtual: “algo que existe como faculdade, porém sem efeito atual. Suscetível de acontecer; potencial” “O signo é algo que está no lugar de outra coisa, representando algo para alguém.” Material Teórico Substância Possível (insiste) Real (subsiste) Acontecimento Virtual (existe) Atual (acontece) Fonte: Lèvy, 1996, p. 138 Essas maneiras de ser passam constantemente de uma para outra, formam juntas, uma espécie de dialética de quatro pólos. O possível e o real são ambos latentes, não manifestos, anunciam um futuro. Já o real e o atual, são patentes e manifestos, estão claramente presentes. Em síntese, ao processo de atualização vai de um problema a uma solução e a virtualização de uma solução dada a um (outro) problema. remontagem inventiva de uma solução à uma problemática Fonte: Adaptação de Lèvy, 1996, p. 145 Para esse autor, devemos buscar a compreensão, pensar e problematizar o virtual. O virtual seria a dúvida, o ponto de tensão, a hipótese, o desestabilizante. A resposta à dúvida seria a atualização e cada resposta encontrada, a tensão sugerida pelo virtual seria uma atualização. Essa dinâmica se repetiria e estaria intimamente associada à busca da hominização, ou seja, do processo evolutivo da humanidade. O processo de virtualização é um processo em que se construiu e se constrói nossa espécie. Lèvy (1996) acredita que a virtualização do corpo começa ainda a dar os seus primeiros passos, pois, espera-se que no futuro tenhamos velocidades cada vez maiores. Estamos cada vez mais nos “desterritorializando”, estamos “aqui” e “ali” ao mesmo tempo, graças aos equipamentos de comunicação e de telepresença que permitem aos indivíduos estarem num espaço físico e noutro ao mesmo tempo, independentemente da distância. Pierre Lèvy (1996) sugere ainda; três principais vias de virtualização que fizeram o gênero humano: • o desenvolvimento das linguagens (virtualização do tempo2 e das sensações); • a multiplicação das técnicas (virtualização das ações, do corpo3 ); • a complexificação das instituições (virtualização da violência4 pelo contrato social) O virtual é essencialmente “desterritorializado”, sem lugar fixo de ocupação. Para exemplificar, citamos o caso do texto, um objeto virtual, que ao longo da história da humanidade encontrou diferentes suportes para manifestar-se (códex, livro...) e que com as novas tecnologias passa a existir na forma de hipertexto. As novas tecnologias acabam por criar um novo “espaço” para o virtual, o ciberespaço (cyberspace ou espaço cibernético). Ciberespaço O termo ciberespaço foi criado pelo escritor de ficção científica William Gibson, sendo projetado em seu livro Neuromancer, de 1984 . Nessa obra, o autor trata de um real que se

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