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EQUIDADE DE GÊNERO NO SETOR BANCÁRIO E AS PRÁTICAS DE GESTÃO

Por:   •  22/11/2018  •  Artigo  •  5.271 Palavras (22 Páginas)  •  121 Visualizações

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EQUIDADE DE GÊNERO NO SETOR BANCÁRIO E AS PRÁTICAS DE GESTÃO

Denisse Oliveira [1]

Prof. Clovis de Oliveira Paradela [2]

RESUMO

O presente artigo aborda a gestão de pessoas no setor bancário com enfoque nas práticas de equidade de gênero dentro das instituições. A inserção da mulher no mercado de trabalho nos novos e velhos contextos desafia a lógica de dominação imposta pela hegemonia masculina. Essa transformação social no mundo do trabalho pode ser compreendida a partir de diferentes aspectos – força política dos movimentos femininos, mudanças nos valores e comportamentos das relações de gênero e conquista de autonomia. As mulheres bancárias, embora obtendo êxito em suas reivindicações, ainda enfrentam inúmeros desafios: discriminação, desigualdade salarial e dificuldades em ampliar espaços de poder dentro dos bancos.

PALAVRAS-CHAVE: Mulheres no setor bancário, gênero nas organizações, estereótipos e imagens de gênero.

INTRODUÇÃO

A evolução do setor bancário foi uma consequência do desenvolvimento crescente da economia e dos seus inerentes aspectos. As primeiras transações financeiras têm suas origens no século XIX e eram baseadas em recibos de ourives, visto que as riquezas eram geralmente na forma de ouro ou prata em barras. (SOARES, 2014). A economia das nações, nesse contexto, tinha como base o metalismo, onde a riqueza era medida pelo acúmulo de metais preciosos. A decadência dessa lógica econômica deu lugar para o capitalismo industrial e posteriormente ao capitalismo monopolista. Nesse cenário, os bancos fortificam seu papel de instituição essencial à manutenção do comércio e de base das relações financeiras modernas.

No que diz respeito ao espaço da mulher no setor bancário, de acordo com Segnini (1998), até a década de 60, a presença feminina nos bancos era quase que insignificante, ocupando cargos de pouca relevância. A mudança desse paradigma perpassa fatores como busca pela independência financeira e a entrada de novas tecnologias. Até os anos 1960, a o gênero feminino tinha expressão limitada dentro da sociedade, consequentemente sua participação era ínfima. A Primeira Revolução Industrial deu início ao advento da mulher no universo trabalhista, mesmo em ocupações com menor remuneração. A Segunda Guerra Mundial, favoreceu a inclusão, e, concomitante, o movimento feminista contribuiu para a sua permanência no mercado de trabalho.

A administração de recursos humanos deve priorizar o seu “capital humano” - valor econômico do conhecimento, da experiência, das habilidades e capacidades dos funcionários sem qualquer distinção (DAFT, 2005). As mulheres enfrentam desafios não só visíveis, mas psicológicos, como por exemplo o “teto de vidro” definido como uma barreira invisível que impede as mulheres de ascenderem a cargos mais altos.

Com base no exposto acima, é possível concluir que as relações de gênero dentro do setor bancário carecem de análises internas, visto que as heranças históricas predominam em certa proporção.

Quanto ao problema evidenciado, serão considerados os seguintes aspectos:

  • Gestão de Pessoas quanto às práticas de auxílio na ascensão da carreira dos funcionários, programas de treinamento, capacitação e socialização.

  • Política interna das instituições bancárias voltada para à equidade de gênero.

  • Tratamento de maneira justa no trabalho com ênfase nos direitos humanos e não-discriminação e o estabelecimento de liderança corporativa de alto nível para a igualdade de gênero.
  • Implementação de desenvolvimento empresarial e práticas que deem poder às mulheres.

A evolução do conceito de gênero superou as análises rasas relacionadas às características biológicas de cada sexo. A relação entre homens e mulheres passam a ser consideradas o resultado de processos e construções históricas, sociais e culturais. O objeto da pesquisa se baseia no contraste entre os valores herdados historicamente e a realidade atual como forma de apontar os desafios do presente levando em consideração a conjuntura sociocultural, com foco nas instituições bancárias nacionais.

O objetivo geral do artigo será demonstrar a importância da participação feminina no universo bancário e como isso colabora para o exercício da igualdade de gênero dentro das instituições, com ênfase nas práticas de Gestão de Pessoas, e das políticas internas das organizações voltadas para a equidade de gênero.

Os objetivos específicos serão: Elucidar as influências históricas determinantes para a cultura de gênero no âmbito do mercado de trabalho; Relacionar as práticas Gestão de Pessoas com a igualdade de gênero nas instituições bancárias; Traçar o perfil da mulher bancária moderna; Evidenciar as disparidades salariais entre os gêneros; Avaliar a efetividade das políticas de equidade nos principais bancos nacionais.

O modelo adotado para a exposição foi o artigo de revisão. Em relação ao objetivo geral, o procedimento adotado para alcançá-lo foi a revisão bibliográfica. Quanto aos fins, a pesquisa possui caráter explicativo e exploratório com a compilação de informações pertinentes e com a análise de dados extraídos de estudos de caso. Como situação problema o presente artigo se propõe a responder a seguinte questão – Quais os fatores que promovem a permanência da desigualdade entre os gêneros e como as práticas de Gestão de Pessoas podem promover a efetiva equidade?

OS BANCOS

No mundo antigo, os romanos já recebiam depósitos e trocavam dinheiro. Anteriormente, na Grécia, os bancos atenienses ofereciam várias vantagens práticas. “O sistema bancário permitia aos consumidores evitar os perigos e a inconveniência inerente em transportar uma carga vultosa de moedas ou barras de metais preciosos” (LONG, 1992). Com o fim da idade média e o florescimento do comércio, os bancos passaram a ter maior relevância. Assim surgiu o embrião das operações que perduram até os dias atuais - depósitos e empréstimos mediante o pagamento de juros. Já no mundo moderno, os avanços da tecnologia e das telecomunicações criaram uma nova geração de bancos com sistemas eletrônicos sofisticados.

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