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Educaçao Ambiental-residuos solidos em instituicoes de ensino profissional

Por:   •  18/2/2016  •  Projeto de pesquisa  •  10.773 Palavras (44 Páginas)  •  245 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

1.1 Introdução

A presente pesquisa, irá debruçar-se sobre o papel da educação ambiental na gestão de resíduos sólidos na Escola Profissional de Massinga, no Distrito de Massinga, Província de Inhambane, cujos cursos técnicos são grandes geradores de resíduos sólidos, devido a sua natureza técnica e, dependendo da natureza das actividades nesses cursos, podem gerar resíduos orgânicos (restos de comida), sólidos (metais, madeiras, serraduras, plásticos, vidros, papeis, papelões), etc.

Assim surge o problema de saber o que fazer com o lixo produzido diariamente por essas instituições. Nesta perspectiva, destaca – se a Educação Ambiental como uma das formas para a gestão de resíduos sólidos, permitindo a solução de vários problemas nos seios das comunidades escolares.

A expressão Educação Ambiental “environmental education”nasceu nos Estados Unidos em 1970 e mais tarde apareceu na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente em Estocolmo, em 1972.

Em 1977, foi realizada a Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, em Tbilisi, onde foram definidos objectivos, estratégias e afirmou – se que a Educação Ambiental é fundamental para uma educação global orientada para a resolução dos problemas por meio da educação formal e não – formal, em favor do bem – estar da comunidade humana.

Em 1992, a Conferência Rio – 92, estabeleceu uma proposta de acção para os anos subsequentes, denominada Agenda 21, procurando assegurar o acesso universal ao ensino básico, de tal sorte que como resultado da educação, pudesse ter cidadãos mais conscientes sobre a necessidade de cuidar o ambiente.

Deste modo, a presente pesquisa visa fazer um estudo sobre práticas pedagógicas de educação ambiental na Escola Profissional de Massinga referente a problemática de resíduos sólidos abordando concretamente os três R`s (Reduzir, Reutilizar, e Reciclar). De acordo com Cempre (2006) “a educação ambiental com relação aos resíduos sólidos deve ser difundida tendo como foco os três R´s (Reduzir, Reutilizar, Reciclar), sensibilizando e informando a sociedade, com o objectivo de aumentar a consciência ambiental desta”.

1.2 Delimitação do Tema

O presente estudo irá estudar a educação ambiental enquanto instrumento para o maneio de resíduos sólidos tendo como foco os 3R`s (reduzir, reutilizar e reciclar) no quotidiano escolar de forma interdisciplinar. O tema do estudo irá ter como base o Ensino Técnico Profissional de Moçambique, concretamente a Escola Profissional de Massinga no distrito de Massinga, província de Inhambane.

1.3 Problema de Pesquisa

A relação do homem com o meio ambiente desde os tempos remotos era fundada numa relação amigável, pois os resíduos produzidos eram de origem animal ou vegetal, que, uma vez usados e devolvidos à terra se decompunham naturalmente, integrando – se num novo ciclo de vida. É de destacar que o homem naquela época vivia basicamente de caça e da agricultura.

A evolução tecnológica e desenvolvimento dos centros urbanos contribuiu para o aumento dos níveis de consumo da sociedade, isto é, o homem passou a beneficiar – se de novos produtos com um prazo de duração mais longo pois, são enlatados, colocados em embalagens de plástico, vidro, entre outros, que uma vez consumidos e descartados, entram em contacto com o meio ambiente, degradando-o, tal como defende Carvalho (2003) citado por Anita D. & Sparemberguer R. (2005, p. 83):        

“O dinamismo da civilização industrial introduziu radicais mudanças no meio ambiente físico. Essas transformações implicaram a formação de novos conceitos sobre o ambiente e o seu uso. A revolução industrial, que teve início no século XVIII, alicerçou – se, até as primeiras décadas do último século, nos três factores básicos da produção: a natureza, o capital e o trabalho. Porém, desde os meados do século XX, um novo, dinâmico e revolucionário factor foi acrescentado: a tecnologia. Esse elemento novo provocou um salto, qualitativo e quantitativo, nos factores resultantes do processo industrial. Passou - se a gerar bens industriais numa quantidade e numa brevidade de tempo antes impensáveis. Tal circunstância, naturalmente, não se deu sem graves prejuízos à sanidade ambiental”.

E o momento actual, marcado pela globalização da economia e associado a um modelo de desenvolvimento que prima, sobretudo, pela lógica do lucro e do capital, converteu – se em uma emergente crise ambiental e de valores éticos e morais. A título de exemplo temos a Direcção Técnica de Aterros Sanitários que defende que “em Moçambique, a deposição de resíduos sólidos é, em geral, feita em lixeiras a céu aberto, sem qualquer instalação técnica para reduzir impactos negativos e sem qualquer controlo, com todos os inconvenientes de ordem estética e ambiental, pondo em causa a saúde pública e o ambiente” (DTAS, 2010).

De acordo com Albino (2003) no Município de Massinga, Província de Inhambane, só existe uma lixeira localizada no bairro 7 de Setembro, onde não apresenta as condições adequadas e o lixo é depositado sem ser separado. Para além dessa, existem outras de carácter não oficial em zonas de erosão onde os munícipes fazem a gestão do lixo.

O que nos sugere, deste modo, um novo olhar para a relação homem vs natureza. Tal mudança sugerida começaria pela assumpção de uma nova lógica de relacionamento homem/ambiente, baseada numa educação ambiental fundada em valores de respeito e consciência ambiental, que implicará esforços de vários intervenientes. Dias (2003) citado por Garcia, A. & Tannous, S. (2008) relativamente a essa perspectiva assevera que a educação ambiental deve “pretender desenvolver o conhecimento, a compreensão, as habilidades e a motivação do homem para adquirir valores, mentalidades e atitudes necessárias para lidar com questões e problemas ambientais e encontrar soluções sustentáveis”.

Em Moçambique segundo (MICOA, 1996) citado por Quêba A. A (2009, p. 4) “a educação ambiental ao nível das escolas devia ser um processo permanente, no qual se toma consciência da importância da preservação do meio ambiente e se adquirem conhecimentos ambientalmente aceites para a melhoria da qualidade de vida da sociedade”.

Segundo (INDE, 1996) citado por Quêba A. A (2009, p. 2) o Instituto Nacional para o Desenvolvimento da Educação enaltece que tem em vista a formação e educação da criança para o respeito do meio ambiente, um dos objectivos gerais do Sistema Nacional de Educação é desenvolver conhecimento sobre a saúde, nutrição e protecção do meio ambiente.

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