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Escritos da educação

Por:   •  13/1/2016  •  Resenha  •  1.290 Palavras (6 Páginas)  •  4.410 Visualizações

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NOGUEIRA, M. A; Catani, Afrânio. (Orgs.) (1918). Pierre Bourdieu. Escritos da Educação. Petrópolis: Vozes.

      Pierre Bourdieu é sociólogo francês. Seu pensamento tem grande influência de Marx, Werber e Durkheim. É professor de sociologia no Collège de France e diretor na École des Hautes Études em Sciences Sociales. É diretor da revista Actes de la Recherche em Sciences Sociales, que fundou em 1975, bem como da revista europeia de livros Liber. Suas obras estão traduzidas em várias línguas. A obra mais conhecida (que ele dirigiu) é Miséria do Mundo, cuja tradução brasileira foi publicada pela editora Vozes em 1997.

      No primeiro capítulo Bourdieu analisa os campos de produção simbólicos regidos pela hierarquia dos objetos, que podem ser verdadeiros ou sem importância, dependendo do momento histórico e social, pela classe intelectual e pelos trabalhos científicos em questão.

      Bourdieu esclarece que uma das formas usadas para “separar” objetos relevantes e não relevantes a um determinado sistema educacional ou área científica, é a cumplicidade de um determinado grupo, seja ele social ou intelectual, sobre um tema ou um objeto conforme o contexto histórico.

      No segundo capítulo é abordado o tema A Escola Conservadora: as desigualdades frente à escola e a cultura, Bourdieu caracteriza o capital cultural como uma propagação de valores sociais que são determinados pela junção de conhecimentos, informações, sinais, posturas e atitudes com suas particularidades, e isso projeta a diferença do rendimento acadêmico frente à escola. Segundo Bourdieu é necessário que consciente ou inconscientemente haja um relacionamento natural e familiar com o conhecimento e com a linguagem. Dessa forma os relacionamentos “positivos” são adquiridos no seio familiar através de uma aprendizagem difundida por pensamentos e ações próprias das classes sociais cultas e implicitamente o reforço familiar aparece no sentido de compactuar a cultura, conhecimento, pensamento e ações que caracterizam a classe dominante.

      Bourdieu reflete no terceiro e quarto capítulo sobre os três estados do capital cultural e o capital social, onde enfatiza o relacionamento entre capital cultural, a origem social e a trajetória escolar. Bourdieu analisa ainda o capital cultura sob três formas: Estado incorporado, objetivado e institucionalizado.

      No estado incorporado, o autor afirma que a assimilação, incorporação e a durabilidade do capital cultural requerem tempo e só podem ocorrer de forma pessoal, pois sendo externado perderia a característica própria de capital cultural.

      No objetivado, o capital cultural aparece na aquisição de bens culturais, através do capital econômico, sendo assim, indispensável a “posse” do capital cultural incorporado, por possuir os mecanismos de apropriação necessários à identificação do mesmo. Com relação ao capital institucionalizado, Bourdieu expõe que a caracterização do mesmo ocorre na propriedade cultural dos diplomas de sua aquisição, portanto o capital social é um mecanismo para difusão de relações em um determinado sistema social, onde a quantidade de capital socioeconômico determina as relações sociais que se pode mobilizar.                                                                                                                    

      O autor segue sua análise no quinto capítulo afirmando que a família tem papel fundamental no que diz respeito a perpetuar as estratégias de melhorar a oposição de um determinado grupo social em sistema de classes. Observa ainda a funcionalidade de capitais por meio de investimentos na educação e casamentos por conveniência, podendo assim demandar a transformação de um capital ultrapassado por um mais rentável, ou seja, mudando as estratégias, as famílias revezam seu patrimônio entre capital cultural e socioeconômico.

      No texto O diploma e o cargo: relações entre o sistema de produção e o sistema de reprodução, tanto Bourdieu quanto Boltanski avaliam as relações entre o sistema de ensino e a produção trabalhista e verificam que a qualificação e a capacidade do indivíduo são as moedas do mercado de trabalho utilizadas de uma forma ampla no sistema escolar. O autor constata ainda que classificação, desclassificação e reclassificação é a existência das estratégias de reprodução explicita ou não com objetivo de capital escolar, que visa à obtenção de graduações em cursos prestigiados.

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