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FOUCALT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes. 29ª Ed., 2004.

Por:   •  2/5/2016  •  Trabalho acadêmico  •  733 Palavras (3 Páginas)  •  656 Visualizações

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Referência:

FOUCALT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes. 29ª Ed., 2004.

Texto: Terceira Parte: DISCIPLINA – CAPÍTULO I – Os corpos Dóceis

         O texto “Corpos Dóceis” aborda inicialmente a primeira impressão sobre o corpo dos soldados no século XVII, um corpo forte e ágil, que é percebido com grande potencial a ser explorado. A partir daí, este se torna objeto e alvo do poder, pois, poderia ser manipulado e treinado, tornando-se hábil e submisso, podendo ser, então, utilizado conforme os interesses do Estado.

        Para garantir a utilidade desse corpo era preciso controlá-lo, exercer sobre ele trabalho mecânico e uma coerção, sem folga. Através do cuido detalhado dos gestos e atitudes, os transformou em corpos dóceis.

        Este método de coerção, denominado disciplina, criou uma arte do corpo, que o fez aumentar suas habilidades, tornando-o mais obediente e mais útil, ganhando força muscular, mas perdendo força de autonomia.

Mas este esquema não fora utilizado apenas para os regimentos militares, como também para escolas e fábricas. Estas instituições, espaços que privilegiam a disciplina, permitem vigiar, isolar e localizar os usuários. Nas fábricas, havia divisões da produção por estágios ou operações e dos trabalhadores por habilidades, vigor, rapidez. Nesse contexto de disciplina, cada elemento ocupa um lugar na série e a unidade é apresentada como uma posição na fila, como mera classificação.

A partir dessa organização do espaço, com lugares individuais, foi possível à escola funcionar como uma máquina de ensinar, controlando cada aluno com atividades iguais para todos. É isto que faz a disciplina, organiza multidões que representam ameaças de confusão ou perigo para a sociedade.

Ficou claro que a disciplina controla as atividades definindo um tempo de execução, impondo que, durante o transcurso o corpo deve ficar aplicando seu exercício. Além disso, usava exercícios repetitivos alegando gerarem um trabalho perfeito e sincronizado (marcha dos soldados), com gestos eficientes adquiridos após uma ginástica e rotina de todo o corpo.

Contudo, a disciplina passou a perceber as habilidades individuais de cada um que compunha a massa, e articulou o individual e o coletivo, compondo a força social do trabalho visando extrair a maior quantidade de força. Neste ajuste, ocorrem as relações de tempo, entre os jovens que começam a aprender com os mais velhos e estes os controlam e ensinam. Esta troca acabou provocando um comportamento, de desejo e reação a determinados sinais, sem compreensão do que estava sendo comunicado.

Ao final do texto, eu pude perceber que mesmo ao perceber as habilidades individuais, a disciplina não os liberta, pois ainda assim, utiliza a tática como uma prática de controle dos exercícios dos corpos individuais e como uma ciência da guerra ela ordena, comanda e controla os indivíduos que formam uma tropa dócil e submissa.

        Após a leitura, fazendo a relação do texto com a atualidade, percebo que a escola contemporânea ainda se assemelha à escola do século XVIII, com os mesmos esquemas de distribuição e isolamento do espaço, o controle do tempo, a divisão em classes e, principalmente, a repetição de exercícios (físicos e pedagógicos) que levariam à aprendizagem. Será que a disciplina na escola ainda está acima “do bem e do mal” e seguiremos por mais alguns séculos presos a um sistema semelhante ao do regime militar e da produção fabril, igualitária e em larga escala, fingindo a preocupação com o indivíduo?

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