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Fichamento do livro Escola e Democracia Demerval Saviani

Por:   •  11/7/2017  •  Resenha  •  1.722 Palavras (7 Páginas)  •  2.570 Visualizações

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Referência Bibliográfica: SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. As teorias da educação e o problema da marginalidade. - 42. ed. - Campinas, SP: Autores Associados, 2012. - (Coleção polêmicas do nosso tempo;5)

Neste texto Saviani faz uso da separação das teorias educacionais em dois grupos para explicar a posição dessas teorias em relação ao problema da marginalidade. Marginalidade essa que é a evasão de alunos semianalfabetos e analfabetos das escolas e muitas outras crianças nem chegaram à escola em 1970. Ele as denomina como Teorias não críticas, este grupo que vê a sociedade como harmônica em sua essência onde alguns indivíduos se desvirtuam e a educação seria capaz obrigatoriamente de integrá-los e manter uma sociedade homogenizada, e como Teorias crítico-reprodutivistas, um grupo de teorias que reconhece que a sociedade é dividida em classes onde uma delas é dominante e que nessa estrutura a educação é uma dependente reprodutora da marginalização das classes dominadas.

O autor inicia a apresentação com as teorias que veem a educação como equalizadora social, com forças para mudanças na formação da sociedade autonomamente, as Teorias não críticas. A primeira é a pedagogia tradicional que chega num momento em que a educação começa a ser vista como uma obrigação do Estado, necessária na formação de uma sociedade democrática burguesa, todos cidadãos com direito a educação para alcance do esclarecimento. Esta pedagogia propõe a passagem de conhecimentos da humanidade a partir de um sistema lógico e gradativo de um professor a um grupo de alunos, uma classe. O aluno que não assimilava esses conhecimentos, ou quem não tinha acesso a essa escola e a esses conhecimentos era tido como o marginalizado da sociedade. A escola deve fornecer a instrução para a equalização dessa sociedade, mas essa escola não cumpriu esse processo, já que muitos indivíduos não tiveram possibilidade de ingresso, outros não foram bem-sucedidos e mesmo os que foram não correspondiam a expectativa dentro da sociedade.

Ainda acreditando na capacidade da educação mudar a realidade social mas criticando os métodos da pedagogia tradicional surge a pedagogia nova primeiramente com experimentação limitada dos novos métodos, depois defendendo sua universalização. Os primeiros percursores Decroly e Montessori desta teoria chegaram a ela pela preocupação com as crianças especiais (“anormais”), trazendo uma generalização de que na sociedade, para esta teoria, o marginalizado é aquele que possui diferenças individuais neurofisiológicas ou psíquicas. O que dificulta sua integralização, mas isto não seria ruim e sim basicamente comum. Assim caberia à educação identificar essas diferenças por meio de testes e reintegrá-los à sociedade, constituindo uma aceitação das diferenças entre os membros dela. O foco passa a ser no aluno e na qualidade do aprendizado, e não na quantidade desses conhecimentos assimilados que foram passados pelo professor. A escola necessitaria de um ambiente preparado com áreas de interesse, o professor orientaria somente pequenos grupos, a atividade que o aluno iniciasse por vontade própria. A estrutura com muitos materiais pedagógicos perderia o modelo disciplinado e sem graça, passando a ter mais movimento e cores. A necessidade destes materiais fazia com que este modelo de escola, fosse muito mais caro para ser aplicado que o da pedagogia tradicional. Assim por este e outros motivos não provocou mudanças universais nas escolas, formou somente algumas escolas raras e de acesso para a elite, assim melhorando o ensino para tal e piorando para as outras classes e em escolas populares, pois as ideias escolanovistas influenciaram alguns professores reduziram o nível dos conhecimentos dados. O escolanovismo com foco na técnica pedagógica acabou por ignorar os problemas do âmbito social piorando o problema da marginalidade “[…] esse ideário ao mesmo tempo em que procurava evidenciar as “deficiências” da Escola Tradicional, dava força à ideia segundo a qual uma boa escola para poucos do que uma escola deficiente para muitos.”(SAVIANI, 2012) contribuindo para a hegemonia da classe dominante.

Com o mal funcionamento da escola nova para as classes populares alguns autores como Frenet e Paulo Freire começaram a pensar uma “Escola Nova Popular” mas outras pessoas ignorando as ideias pedagógicas do escolanovismo e pensando mais nos resultados instrumentais do ensino, formaram a teoria da Pedagogia Tecnicista. Um trabalho pedagógico objetivo, organizado e técnico com foco na formação de um trabalhador com uma função num processo mecanizado que traz os tipos de ensino programados através de máquinas tecnológicas. Este ensino deve ser planejado por algum especialista na área do conhecimento a ser desenvolvida com o mínimo de subjetividade possível. Procura garantir uma eficiência máxima no processo impondo como este deve ser. Nesta teoria o marginalizado é um problema para o desenvolvimento da sociedade, um incapaz que não contribui para a evolução desta, então este sistema educacional deve treinar o indivíduo para executar tarefas da demanda social, pedagogicamente precisa-se aprender a fazer. Esta proposta educacional por fim piorou o problema da evasão e da marginalidade, o ensino se tornou raso e sufocante e só trouxe efeitos negativos para o trabalho pedagógico.

As teorias anteriores tem foco sobre a ação da educação na sociedade, as seguintes observam as condições da sociedade e sua reprodução na educação, estas são as Teorias crítico-reprodutivistas, existe um bom número de teorias nesse âmbito e muitos outros reconhecem o fracasso da escola para equalização mas Saviani explora aqui as três que acredita serem de melhor elaboração e conhecimento no mundo.

A primeira a Teoria do sistema de ensino como violência simbólica desenvolvida por Bourdieu e Passeron “Trata-se de uma teoria axiomática que se desdobra dedutivamente dos princípios universais para os enunciados analíticos de suas consequências particulares.”

Estes autores partem de uma sociedade estruturada em grupos ou classes com relações de força material, e aplica-se a educação sendo de um tipo de violência simbólica no todo pedagógico. A escola como reforçadora das relações de força material.

“Vê-se que o reforço da violência material se dá pela sua conversão ao plano simbólico em que se produz e reproduz o reconhecimento da dominação e de sua legitimidade e de sua legitimidade pelo desconhecimento (dissimulação) de seu caráter de violência explícita. Assim, à violência material (dominação econômica)exercida pelos grupos ou classes dominantes sobre os grupos classes ou classes dominados corresponde a violência simbólica (dominação

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