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JOGANDO E BRINCANDO: CAMINHOS PARA O APRENDIZADO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por:   •  28/4/2019  •  Artigo  •  4.263 Palavras (18 Páginas)  •  234 Visualizações

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JOGANDO E BRINCANDO: CAMINHOS PARA O APRENDIZADO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Cristiane de Almeida Castro Menezes[1]

RESUMO

Oriundo de pesquisas bibliográficas, o presente trabalho apresenta a importância do lúdico para o desenvolvimento da criança na educação infantil.  A importância do brincar ganha destaque desde a antiguidade e continua em voga em discussões atuais.  Através dos apontamentos de grandes teóricos como Fröebel, Wallon, Piaget e outros autores, o brincar se processa como condição necessária para o aprendizado na infância, fase de suma importância no processo de aquisição de conhecimento.

PALAVRAS-CHAVE: Lúdico. Brincar. Educação Infantil. Aprendizado.

1 INTRODUÇÃO

A Ludicidade é um assunto que tem conquistado muito espaço na Educação Infantil, tendo em vista que o brincar é um caminho natural do desenvolvimento humano, pois toda criança – todo mundo – gosta de brincar e de acordo com Kishimoto (1997) a descoberta da infância se dá a partir da associação da criança com o ato de brincar.

O lúdico é caracterizado por ser uma fonte prazerosa de conhecimento, pois através dele a criança desenvolve diversos aspectos. A educação infantil é a fase fundamental para o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança, nesta fase os jogos e brincadeiras constituem em peça importante neste desenvolvimento.

Aliado a prática pedagógica, o lúdico deve ser levado para sala de aula como propiciador de conhecimento e não meramente um ato recreativo, cabendo ao professor desenvolver habilidades e recursos para o desenvolvimento de atividades lúdicas, mediando o processo ensino/aprendizado.

2 FALANDO DE LUDICIDADE

A ludicidade é o espaço para expressão mais genuína do ser, é o espaço e o direito de toda criança para o exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos.

O termo “lúdico” à educação tem sido constante nos discursos da área pedagógica, na qual a exaltação de sua importância e a valorização do seu emprego para o desenvolvimento integral da criança é difundido por toda parte.  Apesar do destaque mais intenso que o tema vem recebendo atualmente, os estudos que defendem sua aplicação e seu vínculo ao processo educativo podem ser verificados ao longo dos registro de nossa história.  Diversos são os autores que desde a Antiguidade ressaltam as qualidades educativas que o jogo, por seus atributos, tem a propriedade de alcançar.

Conforme afirma Kishimoto (1993), a importância do jogo já fora destacada por filósofos como Platão e Aristóteles e posteriormente Quintiliano, Montaigne e Rousseau, que já defendiam, naquela época, o papel do jogo na educação.  No entanto, a autora afirma que foi no início do século passado, a partir de Fröebel (1913), o criador do “jardim de infância”, que o jogo passou a fazer parte do currículo da educação infantil.

Podemos também ir um pouco mais atrás, historicamente falando, onde o lúdico tem seus conceitos estudados na idade média, destacando as palavras de São Tomás de Aquino[2] quando cita: “Deus brinca, Deus cria, brincando.  E o homem deve[3] brincar para levar uma vida humana, como também é no brincar que encontra a razão mais profunda do mistério da realidade, que é porque é ‘brincada’ por Deus.”

Mesmo na Idade Média – concebida como uma época que ignorava, ou até mesmo, combatia o riso e o brincar – encontramos na filosofia do principal pensador medieval – Tomás de Aquino – o destaque para o lúdico, onde este aparece nos próprios fundamentos da realidade e no ato criador da sabedoria divina. Percebe-se então, que desde esta época, o lúdico vem ganhando seu espaço.

Partindo para uma tradução mais literal do que venha designar a palavra Lúdico[4], encontramos no Dicionário Universal da Língua Portuguesa (2000) que o termo lúdico tem sua origem no latim “Ludus” e significa jogo.  Neste jogo incluem-se o brincar, brinquedos e divertimentos e é relativo também à conduta daquele que joga, que brinca e que se diverte.  Contudo, através do simples significado da palavra lúdico, percebe-se o seu caráter abrangente enquanto manifestação em diversas esferas do ser humano, seja no brincar, nos jogos, nos brinquedos, em atividades prazerosas, e com destaque para sua função educativa, que oportuniza a aprendizagem (foco do presente trabalho) do indivíduo, seu saber, seu conhecimento e sua compreensão de mundo. (CORTEZ, 2005)

Definir ao “pé da letra” o que venha ser o lúdico, não é tão simples, como aparenta ser, pois sua definição dependerá do contexto, da época e do significado atribuído por cada autor.  Para elucidar essa afirmativa podemos nos remeter a Luckesi (1994, p. 51) que expõe o lúdico como algo totalmente subjetivo, posto que, encontra-se no imaginário de cada um.

O lúdico é o modo de ser do homem no transcurso da vida, o mágico, o sagrado, o artístico, o científico, o filosófico, o jurídico são expressões da experiência lúdica constitutiva da vida.  O lúdico significa a experiência de ‘ir e voltar’, ‘entrar e sair’, ‘expandir e contrair’, ‘contratar e romper contratos’, o lúdico significa a construção criativa da vida enquanto ela é vivida.  O lúdico é um fazer o caminho enquanto se caminha, nem se espera que ele esteja pronto, nem se considera que ele ficou pronto, este caminho criativo foi feito e está sendo feito com a vida no seu ‘ir e vir’, no seu avançar e recuar.  Mais: não há como pisar as pegadas feitas, pois que cada caminhante faz e fará novas pegadas.  O lúdico é a vida se construindo no seu movimento.

Assim, a ludicidade é concebida como algo vivido e sentido, algo relacional, e não meramente entendida pelo que exprime a palavra em si, mas pela situação existente enquanto forma de intervenção no mundo.

Tomando como eixo este caráter/relação do lúdico como meio de intervenção com o mundo, o seu papel torna-se peça fundante no processo de ensino/aprendizagem na educação infantil, fase esta onde hábitos e gosto pela aquisição e construção do conhecimento começam a se concretizar.

Preconizada pela nossa Carta Magna – a Constituição Federal de 88 – no capítulo III, art. 205 encontramos disposto:

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