Monografia

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

RESUMO

O presente trabalho apresenta um estudo sobre a importância do lúdico na Educação Infantil, pois a ludicidade segundo Luckesi, é uma experiência de plenitude, em que se envolve por inteiro, estando flexíveis e saudáveis, por isso é importante discutir a importância da ludicidade na educação infantil. Na pesquisa realizada acerca do assunto, tornaram-se referências teóricas as obras de Luckesi, a respeito da ludicidade. Nesse sentido, optou-se pelo método monográfico e da pesquisa qualitativa – quantitativa. Espera-se desse modo contribuir para a ampliação dos debates sobre a ludicidade na educação infantil.

Palavras-chave: Ludicidade. Infância. Educação Infantil.

1. INTRODUÇÃO

A ludicidade é um estado intrínseco ao homem. Desde o início da aventura humana sobre a terra o homem busca o prazer e rejeita a dor. Foi atendendo a essa busca que o homem desgarrou-se da placenta do medo e aventurou-se a explorar mundos desconhecidos. Foi também esse mesmo impulso que possibilitou o desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Aliás, sem essa mola propulsora o homem certamente ainda viveria escondido nas cavernas.

A ludicidade por essa razão estende-se para além dos jogos e brincadeiras. Ela é, segundo Luckesi, uma experiência de plenitude, em que se envolve por inteiro, estando flexíveis e saudáveis.

Diante disso, a ludicidade pode ser uma importante ferramenta de ensino, cujo uso contribui para a construção de uma aprendizagem mais significativa e prazerosa, na medida em que trabalha com todas as categorias preexistentes do homem.

São inegáveis os benefícios que a ludicidade traz para o desenvolvimento cognitivo do aluno, contribuindo para um processo ensino aprendizagem mais significativo, na medida em que proporciona a construção da aprendizagem pelo próprio sujeito de modo dinâmico e criativo.

Nasce nesse contexto uma questão fundamental, qual seja? Qual a razão das instituições de ensino usar essa ferramenta de modo tão econômico? A ludicidade ainda é vista com grande desconfiança pelos docentes de modo geral.

Dessa primeira questão surge outra de igual importância: por que a ludicidade é tão pouco explorada na educação infantil, se essa etapa da vida caracteriza-se justamente pela presença da ludicidade?

Orientado por essas reflexões, a proposta desta pesquisa é investigar o lugar do lúdico na educação infantil da Escola Municipal Liberalino Barbosa Souto no Município de Una.

O lúdico é um tema muito explorado nas pesquisas educacionais. Existem centenas de trabalhos publicados que procuram tratar esse tema sobre diversos aspectos. Contudo, apesar da indiscutível exploração do tema ludicidade, eles pouco tem contribuído para uma verdadeira mudança na prática do professor.

A explicação para essa dificuldade se insere na distancia abismal que existe entre essas teorias e as práticas pedagógicas aplicadas aos casos concretos. Os recortes da realidade utilizados nas reflexões teóricas pouco dizem da verdade dinâmica, na qual estão inseridas as instituições de ensino.

Nesse sentido, é necessária a exploração do tema, não em uma perspectiva abstrata, mas vinculado a uma realidade concreta capaz de traduzir as necessidades de determinada comunidade.

2. O LUGAR DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

2.1 Importância da ludicidade.

A ludicidade em seu sentido etimológico apresenta um significado bastante limitado, na medida em que abrange tão somente o simples brincar. No entanto, essa definição é incompleta para comportar toda a complexidade presente nesse fenômeno. Certamente que o brincar tem sua importância nesse contexto, entretanto não consegue expor a ludicidade em sua totalidade.

Muitos pensadores entendem que a ludicidade é um componente social biológico, psicológico e cultural que quando analisado em toda sua complexidade extrapola a ideia do simples brincar estendendo-se até ao estado de consciência. Para esses pensadores da educação o lúdico alude uma intuição do espírito que dá significado a muitos atos humanos motivados pela satisfação. Representa o ponto extremo de isolamento entre o homem arquitetado por uma acepção fragmentada e o homem, enquanto um ser que acumula multiplicidade de verdade sem perder sua unicidade. Nesse sentido, invocamos as palavras de Luckesis (2000).

Brincar, jogar, agir ludicamente, exige uma entrega total do ser humano, corpo e mente, ao mesmo tempo. A atividade lúdica não admite divisão; e, as próprias atividades lúdicas, por si mesmas, nos conduzem para esse estado de consciência. (Luckesi, 2000)

Regido pelo princípio do prazer expressado por Platão quando asseverava que o homem busca o prazer ao mesmo tempo em que rejeita a dor, a ludicidade está diretamente ligada ao pleno desenvolvimento humano. Trata-se de uma operação que envolve o corpo e a mente em um único ato, ou seja, condição do ser humano alcançado em sua unicidade. Contrapõe-se ao processo fragmentado das ações humanas que o torna uma simples res extensa, uma extensão funcional.

Presente em todos os momentos da história humana, a ludicidade não pode ser separada do seu contexto, sob pena de reduzir o homem ao nada, aniquilando sua individualidade e vontade. Procura nessa concepção ir além de uma visão imediatista, focada apenas no simples ato de brincar, sem compreender os efeitos que acontecem em todas as dimensões do sujeito, rompendo com a compartimentação estanque do homem. Somente nesse contexto, observa-se a ludicidade verdadeiramente acontecendo. O contrário é apenas o jogo.

Ainda utilizando as expressões de Luckesi:

Tomando por base os escritos, as falas e os debates, que tem se desenvolvido em torno do que é lúdico, tenho tido a tendência em definir a atividade lúdica como aquela que propicia a ‘plenitude da experiência’. Comumente se pensa que uma atividade lúdica é uma atividade divertida. Poderá sê-la ou não. O que mais caracteriza a ludicidade é a experiência de plenitude que ela possibilita a quem a vivencia em seus atos. (Luckesi, 2000)

Não se sabe ao certo quando se percebeu a ludicidade nos homens, mas alguns autores acreditam que esse fenômeno tenha origem em épocas pré- históricas, quando o homem era nômade.

Infelizmente o lúdico ainda é visto de forma preconceituosa e banal, tido como uma atividade que deveria ser direcionada somente para crianças e idosos. Bartholo (2001, p.92), um dos estudiosos da área, afirma que a concepção