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O Imaginário de Mikel Dufrenne

Por:   •  8/6/2017  •  Resenha  •  945 Palavras (4 Páginas)  •  196 Visualizações

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WUNENBURGER, Jean Jacques. Antropología del Imaginário.1ª ed. Buenos Aires: Editora Del Sol, 2008. 168 p.

O IMAGINÁRIO

Mestranda: Lisiane Inchauspe de Oliveira

Universidade Federal do Pampa- Campus Bagé

Mestrado Profissional em Ensino de Línguas

O Imaginário de Jean Jacques Wunenburger propõe, já em seu primeiro capítulo, uma análise do “Imaginário”, conceito que transpassa diversas disciplinas. O autor comenta que o termo teve origem no vocabulário das Letras e Ciências Sociais e que pode abranger uma grande quantidade de termos, como fantasia, sonho, romance e ficção. É importante destacar a fala do autor no sentido de que todas essas expressões compreendem o imaginário de um homem e de toda uma cultura. No que concerne à cultura popular podem se destacar como exemplos de imaginário as crenças religiosas, os estereótipos e os preconceitos sociais, entre outros.

O termo, segundo destaca Wunenburger, passou a ser usado recentemente na língua francesa e não encontra equivalência em outras línguas.

Wunenburger comenta logo no primeiro capítulo que foi no século XIX o momento em que a palavra imaginação passou a ser entendida como uma faculdade psicológica e que na metade do século XX, o imaginário, suas propriedades e efeitos transpuseram a questão da imaginação.

Usando dessas definições iniciais bastante simples e deste breve apanhado histórico com relação ao que seja o Imaginário e a sua aplicação, o autor destaca que o termo ainda tem uma definição difícil e que concorre com outros termos como a mentalidade, a mitologia, a ficção, etc.

Na sequência, Wunenburger destaca que é necessário fazer a distinção entre Imaginário e Imaginária, uma vez que Imaginária ilustra uma realidade pré-informada pela realidade ou por uma ideia; e Imaginário implica a invenção de um novo conteúdo em uma dimensão simbólica. Para o autor, o Imaginário consiste em produções mentais materializadas em obras que se baseiam em quadros, desenhos ou fotografias, que se compõe de linguagens e que se tornam uma superposição de sentidos, tanto próprios quanto figurados.

Em se tratando os critérios de análise do Imaginário, destaca o autor que ele comporta um lado representativo e um componente emocional próprios do sujeito, pois está muito ligado às percepções que afetam a cada um, muito mais do que às concepções abstratas gerais. Wunenburger sobreleva que o estudo do Imaginário consiste em um mundo de representações complexas, considerando suas dinâmicas criadoras, carga semântica, além de sua participação na vida individual e coletiva.

Logo adiante, o autor trata da definição do imaginário citando alguns tipos de imaginação e destacando dois conceitos principais: o primeiro, onde o Imaginário é visto como um tecido de imagens passivas relacionadas à imaginação; e o segundo, que agrupa imagens sistemicamente, de forma auto-organizada que permite transformações e recriações. 

É importante destacar que o autor evidencia as ideias de outros teóricos, como Bachelard, no sentido de facilitar a compreensão da Imaginação e do imaginário. Bachelard defende que a imagem advém da vida mental e que a criatividade onírica se relaciona de forma poética com o mundo.

Outro autor evidenciado é Durand, que aborda questões inerentes à fantasia transcedental e defende que as imagens perpassam um caminho que vai do plano neurobiológico ao cultural.

Já Ricoeur apresenta o entendimento de que o indivíduo precisa interpretar seus diferentes níveis de sentido, a fim de compreender a imagem e torná-la clara.

Por fim, seguem-se as ideias de Corbin, que aborda a imaginação metapsicológica.

Wunenburger ampara-se nesses quatro entendimentos antagônicos para construir a teoria da Imaginação e do Imaginário e, assim, destaca que o Imaginário obedece a uma lógica e se organiza de forma estruturada e seu poder figurativo ultrapassa os limites do sensível. Já a imaginação constitui uma atividade que permite pensar de forma consciente.

No segundo momento, Métodos, estruturas, transformações, o autor reflete sobre as condições e métodos de abordagem e retoma a dimensão verbal e icônica do Imaginário. O autor propõe métodos gerais de estudo do Imaginário, quer seja uma semiótica estrutural, quer seja a hermenêutica simbólica. O primeiro apresenta duas opções: priorizar a biografia e a história visando à compreensão do criador ou considerar o Imaginário como uma determinação dos signos linguísticos. O segundo método apresenta dois tipos de hermenêutica: a redutora e a amplificante. 

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