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Objetivos do ensino de matemática

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Por:   •  4/6/2013  •  Pesquisas Acadêmicas  •  4.105 Palavras (17 Páginas)  •  413 Visualizações

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Educação Matemática

A Matemática é uma palavra de origem grega, no qual significa “o que se pode aprender”.

Por ela ser uma ciência de base, apresenta inúmeras aplicações em outros campos de estudo e com outras ciências. Qualquer que seja o ramo do conhecimento humano ao qual direcionamos nossas habilidades, iremos defrontar, cedo ou tarde, com a Matemática e seus “mistérios”.

A Matemática é vista como um conjunto de temas sem grande relação entre si. Hoje a Matemática que se ensina, habitualmente, na escola (cálculo e definições) e a forma como se ensina ajudam a construir opiniões entre os alunos.

No Projeto Matamática e Realidade (MARE) 1994-1996, uma das autoras nos diz que:

A Matemática é freqüentemente apresentada aos alunos como um saber já construído, sem lugar para a intuição, experimentação ou descoberta, e perante o qual não é possível a argumentação. Os conceitos são apresentados aos alunos, na maioria das vezes já formalizados, não decorrentes das suas ações e da reflexão sobre elas. Não se dá tempo aos alunos para sentirem a formalização como algo natural e necessário à comunicação de processos e resultados. Desta forma se propicia a construção de uma imagem da Matemática como ciência abstrata, acabada, indiscutível, mas só entendível e utilizável por alguns. (Madalena, 1996)

A relação entre este tipo de visão da Matemática e as características desta ciência e o seu desenvolvimento tem vindo a ser cada vez mais assunto de discussão.

A evolução dos computadores, e o seu crescente uso na investigação têm aumentado a importância da experimentação nas descobertas Matemáticas.

Os computadores possibilitam representar e testar idéias ou hipóteses, que levam a criação de um mundo abstrato e simbólico ao mesmo tempo que introduzem diferentes formas de atuação e de interação entre as pessoas. Essas novas relações, além de envolverem a racionalidade técnico-operatória e lógico-formal, ampliam a compreensão sobre os aspectos sócio-afetivos e tornam evidentes fatores pedagógicos, psicológicos e sociológicos.

No entanto, essas descobertas ainda só são aceitas como pertencendo ao saber matemático quando são demonstradas com argumentos lógicos e precisos, ao contrário do que se passa nas outras ciências exatas onde, durante muito tempo, as teorias só eram aceitas quando comprovadas pela experimentação. Os resultados matemáticos continuam a distinguir-se, ainda, pelo seu rigor de lógica.

As ciências exatas expressam muitas das suas leis através de expressões matemáticas e, no seu progresso, têm constantemente recorrido aos conhecimentos matemáticos. A Matemática enquanto ciência parece desenvolver-se, fundamentalmente, a partir de problemas postos dentro da própria Matemática processando-se assim uma evolução interna. No entanto, a relação forte que existe entre a Matemática e o mundo físico tem constituído também uma fonte inesgotável de problemas para os próprios matemáticos que os tem inspirado e dado lugar ao desenvolvimento de novas teorias Matemáticas.

A aprendizagem da disciplina de Matemática pode ter um papel relevante na formação dos jovens se o seu ensino for coerente com este tipo de finalidades pelo que não pode continuar a ser vista.

Esta abordagem teórica apresenta a perspectiva com que foram encarados conceitos fundamentais: aprendizagem, Matemática e escola.

Os estudos tradicionais sobre a aprendizagem encaram-na como um processo que se passa no interior da mente do indivíduo que aprende, ignorando o mundo em que ele vive, reforçando, assim, a dicotomia corpo/mente.

A base conceptual destas abordagens apoia-se fortemente nas idéias da psicologia de desenvolvimento de Piaget, que segundo ele considerava que: "a aprendizagem é subordinada ao desenvolvimento" (1976).

A sua aprendizagem deverá ser vivida num ambiente em que ela se evidencie como uma parte integrante da cultura humana. Isto significa basear a aprendizagem escolar da Matemática na atividade e experiência partilhadas em que os assuntos são apresentados como abertos à discussão e investigação. Torna-se, assim, fundamental dar atenção ao contexto social da sala de aula de forma à que este não seja sentido como artificialmente constrangedor mas, bem pelo contrário, como um contexto próprio para a aprendizagem de conceitos específicos em que problemas, atividades e idéias são partilhadas, discutidas e ganhem sentidos.

Para se poder proporcionar um melhor ensino, é necessário um melhor conhecimento de como se processa a aprendizagem dos alunos. Contrariamente à idéia de que a aprendizagem se processa de uma forma única e semelhante em toda a área do saber, tem vindo a tomar consistência a idéia de que a forma como se aprende está interligada com a natureza do saber que se pretende aprender. Ao considerar que aprender Matemática é aprender a interpretar o que nos rodeia com um sentido matemático, está a dar-se uma importância fundamental à natureza cultural do saber matemático, assim como ao caráter subjetivo do sentido com que cada um lê uma situação da realidade.

Consequentemente, a análise da aprendizagem matemática escolar não deve ignorar o aspecto de escolaridade com toda a carga cultural e histórica socialmente associada à idéia de escola.

O conceito de cultura e o reconhecimento da natureza cultural das atividades humanas tem vindo a estar cada vez mais presente na discussão de temas educacionais, em especial com a análise e integração dos trabalhos de Vygotsky e seus seguidores:

"a cultura é necessariamente um fenômeno distribuído, pois crescendo e sendo adquirida nas interações diárias entre as pessoas, torna impossível que duas pessoas partilhem toda a cultura do grupo a que pertencem" . "A cultura é um produto da vida e da atividade social do homem ". (Vygotsky,1930/91, p.40).

A escola é uma das organizações sociais onde se tem como intenção explícita, uma transmissão cultural. A sala de aula, por seu lado, é o local onde grande parte das atividades escolares diárias dos alunos se desenrolam de uma forma que se pressupõe de acordo com os objetivos da instituição escolar, assim como com os princípios gerais da educação definidos pela sociedade em que está inserida . O ato de ensinar (e o de aprender) está portanto associado não só a saberes mas também a concepções,

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