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PERFIL DOS ALUNOS DO PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL COM A EDUCAÇÃO BÁSICA NA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Por:   •  19/10/2017  •  Artigo  •  5.915 Palavras (24 Páginas)  •  307 Visualizações

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO TRIÂNGULO MINEIRO

MARCELO BRUNO DA SILVA MACENO[1]

PERFIL DOS ALUNOS DO PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL COM A EDUCAÇÃO BÁSICA NA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DO IF TRIÂNGULO – CAMPUS UBERABA DO ANO DE 2009/2010

UBERABA/MG

2011

RESUMO

O presente artigo tem como foco diagnosticar o perfil dos alunos do PROEJA do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Campus Uberaba. O estudo é de caráter exploratório, com uma abordagem qualitativa, e, por isto, optou-se pela aplicação de questionários em 27 alunos do IFTM de Uberaba/MG, no segundo semestre de 2010. Os dados revelaram que a clientela do PROEJA é heterogênea, tendo alunos maiores de 40 anos e outros entre 18 e 25 anos, o que implica numa diversidade de experiência e expectativas. Foram observados também alunos que ficaram afastados da escola por algum tempo e outros que já foram reprovados. Outro dado relevante é que a maioria dos alunos já exerce atividade remunerada. E, por fim, uma das maiores vontades dos sujeitos é ingressar no ensino superior e, em seguida no mercado de trabalho. A relevância deste trabalho centra-se na socialização desses dados relativos ao perfil dos alunos que frequentam o IFT/campus Uberaba, a fim de subsidiar propostas curriculares e programas disciplinares integrados aos interesses de uma educação de qualidade e emancipatória.

Palavras chave: PROEJA, EJA, Rede Federal, Aluno, Educação

INTRODUÇÃO

A pesquisa foi norteada pela importância de se conhecer o público ao qual o PROEJA- Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na modalidade de Educação de Jovens e Adultos contempla, tendo em vista o caráter inovador deste programa. Neste sentido, este trabalho está inserido em um campo de conhecimento em construção, que compreende a integração de três áreas presentes no sistema educacional brasileiro: o ensino médio, a educação profissional e a educação de jovens e adultos. Essa integração surgiu a partir de 2006, com o PROEJA, no âmbito das Instituições Federais de Educação Tecnológica (IFETs), o que traz lacunas e inquietações no processo de investigação.

A pesquisa, de abordagem qualitativa, teve como objetivo diagnosticar o perfil dos estudantes dos cursos técnicos na modalidade PROEJA do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – IFTM Uberaba, no intuito de contribuir para elaboração de propostas curriculares integradoras.

Nesse contexto, o PROEJA no IFTM não foi relacionado apenas à escola em si, mas aos “insights” que o estudo pôde trazer para o entendimento dos perfis dos alunos oriundos do referido programa, cujos sujeitos da pesquisa foram os alunos dos cursos PROEJA do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Campus Uberaba.

Quanto aos instrumentos de investigação, foi utilizado o questionário, que se justifica pela possibilidade de coletar dados que norteassem a elaboração de traços e características dos alunos do Proeja do IFT de Uberaba. O questionário foi elaborado a partir de 30 perguntas que giraram em torno de aspectos socioeconômicos e aspectos ligados à trajetória e a situação escolar atual dos alunos. O questionário foi respondido por 27 alunos do PROEJA vinculados ao IFTM – Campus Uberaba, 26 por completo e 01 incompleto (apenas respondeu a 1ª parte),  aplicado no segundo semestre do ano letivo de 2010.

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) está inserida no cenário educacional brasileiro como resgate de uma dívida social com homens e mulheres, jovens e adultos, que não tiveram acesso à escolarização. Essa modalidade esteve sempre fortemente relacionada ao analfabetismo e à baixa escolaridade, sendo desenvolvida, de modo geral, em espaços educativos não formais.

O perfil do aluno do PROEJA é de um sujeito que busca uma formação de qualidade e gratuita, possibilitando inserção no mercado de trabalho e continuidade nos estudos. Ser escolarizado é condição básica para participar da sociedade com relativa independência e autonomia, o que implica, entre outras coisas, a possibilidade de empregar-se, de usufruir (consumir) os benefícios da sociedade industrial e de manter o acesso aos variados bens culturais. Outra forte razão para a procura de programas de ampliação de escolaridade é à busca do reconhecimento social e da afirmação da auto-estima.

Neste contexto, o objetivo geral deste estudo é esboçar o perfil socioeconômico-educacional dos alunos do Instituto Federal do Triângulo/ Campus Uberaba/MG, procurando captar suas expectativas e limitações referentes aos cursos de Contabilidade e Agroindústria e, ainda, elencar-se as representações sociais discentes, a fim de subsidiar a formulação de políticas institucionais, no que tange às propostas curriculares e disciplinares do Instituto.

O trabalho está estruturado em quatro partes, a saber: a primeira parte situa o PROEJA no cenário educacional brasileiro em sua compreensão teórica e histórica; a segunda parte aborda a implantação do Programa na Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica;  a terceira parte apresenta os sujeitos, alunos do PROEJA e suas especificidades, uma vez que sua compreensão é de suma importância para a delimitação dos objetivos a serem alcançados; e, por último, a quarta parte, que discorre sobre o  tratamento estatístico dos dados coletados.

1 - PROEJA: Contexto Histórico e Peculiaridades

Originário do Decreto nº. 5.478, de 24/06/2005, e denominado como Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade Educação de Jovens e Adultos, o PROEJA expôs a decisão governamental de atender à demanda de jovens e adultos pela oferta de educação profissional técnica de nível médio, da qual, em geral, são excluídos, bem como, em muitas situações, do próprio ensino médio. (PROEJA, Documento Base, 2007, p. 12)

O programa teve como base de ação a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica formada pelos CEFET’S (Centros Federais de Educação Tecnológica). Anteriormente ao Decreto nº 5.478/2005, algumas instituições da Rede Federal de educação já desenvolviam experiências de educação profissional com jovens e adultos, de modo que, juntamente com outros profissionais, a própria Rede, instituições parceiras, gestores educacionais e estudiosos dos temas abrangidos pelo Decreto passaram a questionar o programa, propondo sua ampliação em termos de abrangência e aprofundamento em seus princípios epistemológicos. Assim, estas experiências, em diálogo com os pressupostos e referenciais do programa, indicavam a necessidade de ampliar seus limites, tendo como horizonte a universalização da educação básica, aliada à formação para o mundo do trabalho, com acolhimento específico a jovens e adultos com trajetórias escolares descontínuas.

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