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Pedagogia educação

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Por:   •  10/6/2014  •  Seminário  •  1.445 Palavras (6 Páginas)  •  510 Visualizações

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A presente pesquisa teve por objeto compreender as relações entre a natureza da educação e da pedagogia, como filosofia e ciência, respectivamente, e sua confrontação com a realidade observada no espaço escolar. Seu objetivo geral foi compreender o que são esses fenômenos a partir da fundamentação teórica e os específicos foram a coleta de dados no ambiente escolar, a partir da observação direta e da aplicação de entrevista padronizada, bem como a reflexão sobre os dados coletados e o estabelecimento das relações entre essas instâncias.

Justifica-se a presente pesquisa, por se entender como fundamental na formação de futuros pedagogos, a averiguação in loco do ato educativo, para o qual a apropriada formação acadêmica, o planejamento do espaço escolar – como meio para se alcançar esse mesmo processo educativo – e a necessidade de preparo adequado a todos os atores envolvidos no mesmo, são chaves para o alcance dos objetivos da educação e do ato de ensinar.

Nesse sentido realizou-se uma pesquisa bibliográfica para a compreensão das principais linhas teóricas sobre o objeto da pesquisa, uma pesquisa de campo, para observação da realidade do ambiente escolar, registro e coleta de dados em documentos da escola e em complemento, uma entrevista padronizada com uma das professoras da escola em questão.

Sendo assim, o presente trabalho divide-se primeiramente na exposição e discussão da pesquisa bibliográfica, enfocando as relações entre sociedade, cultura e educação, seguidas da consequente reflexão sobre escola, educação e pedagogia e culminando na análise da realidade escolar observada, em confrontação com as proposições teóricas.

2 DESENVOLVIMENTO

Aceita-se a proposição do senso comum de que a educação – por sua natureza – é um processo especificamente ligado ao ambiente escolar. Esclarecendo sobre isso, Brandão ensina que não se concebe apenas esse ponto de vista e um único modelo de educação, ao afirmar que “[...] a escola não é o único lugar onde acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a sua única prática e o professor profissional não é o seu único praticante” (BRANDÃO, 2002, p. 9).

Como fenômeno social, a educação está ligada essencialmente às tradições, à cultura e à história dos povos e sociedades. Povos dominadores e povos dominados construíram – e ainda constroem – dinâmicas educacionais essencialmente vinculadas a essa mesma dominância e dominação, como por exemplo, nos inúmeros momentos da história em que povos que se consideravam mais avançados, tentaram impor suas ideias, cultura e tradições a outros povos, que consideravam menos avançados e civilizados. Essa assertiva é justificada por Brandão (2002, p.8-9), ao narrar a resposta dos chefes das nações indígenas ao presidente norte-americano Benjamin Franklin. A crença arraigada na cultura de certas sociedades pretensamente mais evoluídas encontra uma possível origem na explicação dada por Cunha (2011, p.57), quando ela pondera que “[...] o modelo de sociedade define o modelo de escola e nele está contida a ideologia dominante [...]”.

Sobre essa dinâmica de pretensas – ou verdadeiras – dominância e dominação, Brandão ainda ensina (2002, p.9-10) que:

Existe a educação de cada categoria de sujeitos de um povo; ela existe em cada povo, ou entre povos que se encontram. Existe entre povos que submetem e dominam outros povos, usando a educação como um recurso a mais de sua dominância. Da família à comunidade, a educação existe difusa em todos os mundos sociais, entre as incontáveis práticas dos mistérios do aprender; [...].

Seja como for, a educação está presente de diferentes modos e em diferentes mundos, em todas as camadas e classes sociais. Ela pode ser compreendida enfim, ainda olhando-a como fenômeno social – e não como prática sistematizada de ensino – segundo Brandão (2002, p.12), como existindo

[...] no imaginário das pessoas e na ideologia dos grupos sociais e ali, sempre se espera, de dentro, ou sempre se diz para fora, que a sua missão é transformar sujeitos e mundos em alguma coisa melhor, de acordo com as imagens que se tem de uns e outros [...].

Finalizando a ideia de relação entre sociedade, cultura e educação, de uma forma mais abrangente e generalizada, pode-se entender a educação como fenômeno que extrapola os limites das instituições consagradas pelo senso comum, isto é, o ambiente da escola apenas, atentando para o que Brandão expõe, quando diz que a escola pode ser também a aldeia, o próprio espaço onde o processo educativo acontece:

A educação existe onde não há a escola e por toda parte podem haver redes e estruturas sociais de transferência de saber de uma geração a outra, onde ainda não foi sequer criada a sombra de algum modelo de ensino formal e centralizado. Porque a educação aprende com o homem a continuar o trabalho da vida. (BRANDÃO, 2002, p.13).

[...] a tarefa do ensinante, que é também aprendiz, sendo prazerosa é igualmente exigente. Exigente de seriedade, de preparo científico, de preparo físico, emocional, afetivo. É uma tarefa que requer de quem com ela se compromete um gosto especial de querer bem não só aos outros, mas ao próprio processo que ela implica. É impossível ensinar sem essa coragem de querer bem, sem a valentia dos que insistem mil vezes antes de uma desistência. É impossível ensinar sem a capacidade forjada, inventada, bem cuidada de amar. (FREIRE, 1997, p.8).

A educação, do ponto de vista do senso comum, suscita sempre a

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