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Pedagogia multiplos olhares

Por:   •  11/5/2015  •  Relatório de pesquisa  •  4.333 Palavras (18 Páginas)  •  190 Visualizações

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PRIMEIRA ATIVIDADE DE AVALIATIVA DE SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO: MÚLTIPLOS OLHARES

Introdução

Além de discutirmos o que Max Weber, fala sobre a relação entre a ascese protestante e o desenvolvimento do capitalismo, “A valorização religiosa do trabalho profissional mundano, sem descanso, continuado, sistemático, como meio ascético simplesmente supremo e a um só tempo é a comprovação mais segura e visível da regeneração de um ser humano e da autenticidade de sua fé, tinha que ser, no fim das contas, a alavanca mais poderosa que se pode imaginar da expansão dessa concepção de vida que aqui temos chamado de “espírito” do capitalismo.”

1 Ascese e capitalismo: o pensamento de Max Weber

A vontade de trabalhar remete à presença do estado de graça e a verificação da ausência de um é tida automaticamente como sintoma da ausência do outro. Nesse sentido, o protestantismo acredita na divisão do trabalho como especialização do indivíduo na vocação que lhe foi dada por Deus. A divisão do trabalho tende a proporcionar uma profissão fixa que, se comparada ao trabalho instável imposto fora dessa divisão, apresenta um caráter metodo-sistemático, exigido pela ascese intramundana. A especialização da profissão trazida pela divisão do trabalho não é condenável se seu fim for a dedicação a um exercício mais útil do trabalho, que aproxime ainda mais o indivíduo de sua graça. Havia uma distância entre ética econômica judaica medieval e moderna, que encontrava-se ao lado do capitalismo “aventureiro”, de orientação especulativa, e a ética econômica puritana, que encontra-se na empresa racional burguesa e na organização racional do trabalho. A crença discernida entre os puritanos, de que pertenciam ao povo eleito de Deus, assumia um tom de gratidão que percorria a disposição da vida cotidiana burguesa, que favorecia o caráter firme e formalisticamente correto do capitalismo da época. A ascese contra o ócio e o gozo descontraído da existência. Os puritanos defendiam o princípio da conduta de vida ascética, de forma que tais manifestações de esporte serviria apenas para o fim racional de restauração da potência física do ser. “O gozo instintivo da vida que em igual medida afasta do trabalho profissional e da devoção era, exatamente enquanto tal, o inimigo da ascese racional, quer se apresentasse na forma de esporte “grã-fino” ou, da parte do homem comum, como freqüência a salões de bailes e tabernas.” Dessa forma, era de merecida atenção a postura assumida referente até aos bens culturais cujo valor difere do religioso..

2 A educação na perspectiva de Fernando de Azevedo e de Florestan Fernandes

Fernando de Azevedo (1894-1974) dedicou-se durante quase meio século à questão educacional. O conflito entre essas duas forças sociais acaba resolvida, parcialmente, com a Revolução de 1930, à medida que essa última diminuiu o domínio dos fazendeiros interessados apenas na exportação do café e postulou para o país, um projeto de desenvolvimento industrial. É nesse contexto que Azevedo percebe a necessidade do movimento de renovação educacional inserir-se numa mudança mais abrangente. Para tanto, acreditava que as instituições políticas precisavam desabrochar na sociedade brasileira “(...) Em 1926, Azevedo recebe do diretor do jornal O Estado de S. Paulo a tarefa de organizar um minucioso estudo - Inquérito para o Estado de São Paulo - junto aos docentes do ensino normal e secundário, às instituições que ofertavam os cursos superiores de Medicina, Direito e Engenharia e aos jornalistas, a respeito da situação da instrução pública paulista. Ao concluir o prefácio à segunda edição da referida obra, em 1960, Azevedo ressalta a extrema precariedade da situação do ensino no Brasil, denunciando que “(...) Essa posição está assentada na idéia azevediana de que “(...) Segundo Azevedo (1971), as idéias são o elemento propulsor da mudança das mentalidades e precisam ajudar também no repensar da educação.

Fernandes, por sua vez, ao analisar a contribuição de Azevedo sobre o estudo da formação da cultura brasileira, afirma que a obra Canaviais e engenhos na vida política do Brasil, publicada em 1958, é a primeira “(...) análise sistemática dos aspectos políticos da ‘civilização do açúcar’, e representa um enriquecimento da orientação que procura apreender o processo social como uma totalidade”.

O projeto educacional liderado por Azevedo revela um pensamento que toma a educação como desafio, ao discutir a encruzilhada da educação brasileira nos anos 20-30 e propor uma renovação educacional. Voltando-se para dois grandes eixos - a relação educação e transformação social e a participação das elites - assenta-se na convicção da impossibilidade de se pensar desenvolvimento econômico e democracia sem, simultaneamente, refletir acerca de educação, ciência e cultura. Ao encarar a educação como uma possibilidade de mudança social, Azevedo avança para a discussão de outras questões, como, por exemplo, a educação das massas e a formação das elites.

A atuação desse pensador foi marcante na divulgação do pensamento liberal em defesa da escola pública de ensino primário para todos.

Ao conceber a educação como uma força capaz de contribuir para a democratização das oportunidades sociais e como fator de dinamização da cultura, Azevedo faz com que suas idéias orientem o pensamento escolanovista no Brasil. Para resolver os diversos e graves problemas educacionais brasileiros dos anos 20-30, alguns intelectuais brasileiros, sob sua liderança, participam dos movimentos de reforma do ensino, culminando com o lançamento do Manifesto dos Pioneiros da Educação, assinado por 26 expressivos educadores, que tinham diferentes concepções ideológicas. A denúncia feita sobre a situação da educação brasileira da época colocava essa última como o problema nacional hierarquicamente superior, em importância e gravidade, a todos os demais. 1995, p. 7)

Como membro da segunda geração de intelectuais brasileiros ligados à USP, Fernandes perseguirá, durante toda a sua vida acadêmica e militante, alternativas para discutir um projeto nacional que tivesse como norte a transformação social, a partir da incorporação das minorias a esse mesmo projeto. Esse pensador representa o principal elo de ligação entre os antigos catedráticos da referida universidade e a constituição de uma nova geração de pesquisadores, bastante ativa a partir do final da década de 50. Nessa década, as transformações foram aceleradas

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