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Proposta Pedagógica de Paulo Freire

Por:   •  4/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  6.027 Palavras (25 Páginas)  •  213 Visualizações

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Faculdade de Educação

Programa de Pós-Graduação em Educação

Seminário Avançado: Integração e aprendizagem

Professor Claudio Roberto Baptista

A proposta pedagógica de Paulo Freire

Alunas:

Angélica Ceci Nunes dos Santos

Cristina de Oliveira Pacheco

Porto Alegre, 24 de maio de 1999


  1. Introdução:

O presente trabalho visa conhecer Paulo Reglus Neves Freire, advogado e professor, o qual tornou-se conhecido mundialmente por suas contribuições à educação das classes populares. Comprometido com estas, elaborou uma metodologia pedagógica que oportunizou a aprendizagem crítica e reflexiva que viabilizou a construção do sujeito cidadão.

Para tanto, buscamos algumas obras desse autor, que dessem a conhecê-lo. Freire é um autor posicionado frente ao mundo e às relações sociais de opressão do homem pelo homem. Desta forma, tentamos fazer uma contextualização histórico-cultural com base nas ciências sociais e fatos políticos que contribuíram para o conhecimento que Freire deixou.

Faremos esta apresentação da seguinte forma:

  • Elementos biográficos
  • Pontos centrais das idéias do autor: a concepção de sujeito
  • Freire e a educação
  • Freire e a educação integradora

Concluímos o trabalho apresentando algumas considerações que julgamos necessárias, após o contato que tivemos com suas obras, reconhecendo, no entanto, que não se esgotam as reflexões acerca de suas contribuições devido a sua importância para a educação, tanto em nível nacional, quanto internacional.


  1. Elementos Biográficos

1921

Freire nasceu em 19 de setembro, em Recife e morou no interior de Pernambuco um dos estados mais pobres do pais, sua vivência neste meio foi marcada por todo o tipo de males sociais, convivendo assim com as dificuldades de sobrevivência digna e estar no mundo das classes populares.

Para melhor conhecer Freire, faz-se necessário uma contextualização que vislumbre como construiu seu conhecimento, e elaborou uma proposta pedagógica que fosse ao encontro das necessidades das classes populares.

No início do século vigente iniciou um movimento nas ciências sociais à nível mundial, que teve seu apogeu na década de 50 e 60, e tinha como proposta teórico-filosófica e ideológica o sonho de estimular uma mudança de atitude e comportamento social que contribuísse para a eliminação da ignorância, das moléstias, das formas de exclusão da participação social, da pobreza e todos os males sociais derivados dela.

No meio acadêmico, tal proposta, configurou-se como uma disciplina científica denominada Desenvolvimento de Comunidade, que era segundo Biddle ”um empreendimento educativo, mas seus métodos surpreendiam os educadores tradicionais, pois substituía as disciplinas usuais, pelas disciplinas baseadas no comportamento humano e que tinha uma disciplina de pesquisa ditada não pela pesquisa pura e precisa, mas pelo respeito as pessoas que tomam parte do processo de desenvolvimento”.

A educação passa a visar novos objetivos (Biddle,1972, p.9). ”A educação não poderia ter cunho paternalítico, mas visava preparar as comunidades para sua autodeterminação”, motivando os sujeitos da recuperação sócio-econômica.

A responsabilidade da contribuição das disciplinas das ciências sociais para o Desenvolvimento de Comunidade repousa grandemente nas instituições de ensino, que se quisessem iriam tornar-se ponto de fusão na comunidade, nas atividades de melhoramento das condições sociais e no combate a pobreza.

Já sabemos que a teoria do desenvolvimento de comunidade define este como ”um processo educativo”, a luz da educação resta-nos definir ensino e aprendizagem, com base nesta mesma teoria, (Biddle, l972, p.) “ O ensino é definido como arte de ajudar os outros a aprenderem, incluí a informação (instrução) e a criação de condições, situações ou atividades (experiências) adequadas a facilitar a aprendizagem. A aprendizagem é definida como mudança de maneira de agir, como resultado da prática ou de outra experiência importante que intervenha. Essa mudança na conduta significa também mudança na pessoa que reage.”

O desenvolvimento de comunidade vai interessar aos acadêmicos de sociologia, antropologia e educação de adultos e as escolas de serviço social.

  • Desenvolvimento de Comunidade x Educação
  • Processo Educativo/ultrapassa o ensino formal
  • Deve alcançar os padrões culturais profundos da comunidade
  • Proposta teórica para educação de adultos
  • Utilizada primordialmente no meio rural.
  • Neste contexto nacional e internacional, Freire faz sua formação acadêmica, estudou direito mas desistiu de ser advogado, diplomou-se após na universidade de Recife como professor.

Em 1958, veio a ser professor de Filosofia e História da Educação na Universidade Federal de Recife, paralelamente iniciou sua atividade profissional junto ao Serviço Social da Industria (SESI), uma instituição que tem por objetivo prestar atendimento na área social aos operários do ramo industrial, reduto de profissionais e primordialmente assistentes sociais que nesta época estavam imbuídas pelo espírito de organização e desenvolvimento de comunidade.

No SESI Freire, conhece a professora primária Elza Maria e depois diretora da escolado SESI com quem casou-se e teve 5 filhos.

1956-1961 Governo Jucelino Kubitschek

O Brasil vivia um momento histórico de otimismo pedagógico, que partia da convicção de que na educação de base encontrava-se a solução para o problema da marginalidade social e para o “atraso cultural” das populações rurais.

O discurso e a prática política no Brasil era de que o pais para ser forte e próspero seria indispensável incorporar a estrutura econômica, social e política da nação, que vivia sem recursos e sem esperança.

Sendo assim, o governo JK pretendia avançar cinqüenta e cinco anos e integrar setores marginais a estrutura econômica social e política da nação a educação de base apresentava-se, então, como estratégia para atingir este objetivo.

1958

Ocorre no Brasil o II congresso Nacional de Educação de adultos que marca o início de uma nova fase.  No final do período JK inicia-se a emergência dos movimentos que tentam responder aos questionamentos levantados pelo II congresso e se dedicam especialmente ao problema da educação de adultos e da participação política dos contingentes populares. Esses movimentos são liderados, em sua maioria, por intelectuais comprometidos com os interesses dos camponeses e operários urbanos.

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