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REFLEXÕES SOBRE A METODOLOGIA DE PRÁTICAS SOCIOEDUCATIVAS COM FAMÍLIAS PARA O FORTALECIMENTO DA CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA

Por:   •  28/4/2015  •  Artigo  •  3.103 Palavras (13 Páginas)  •  336 Visualizações

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REFLEXÕES SOBRE A METODOLOGIA DE PRÁTICAS SOCIOEDUCATIVAS COM FAMÍLIAS PARA O FORTALECIMENTO DA CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA

RESUMO

O objetivo do presente trabalho é apresentar um breve estudo de referencial teórico sobre o trabalho de consolidar práticas socioeducativas efetivas, direcionadas aos familiares de crianças e adolescentes atendidos em unidades de educação não-formal em área de vulnerabilidade social, visando o fortalecimento da convivência familiar e comunitária. Abordará a importância da família, a interface entre proteção e educação como instrumentos de transformação pessoal e social, na perspectiva de promoção dos direitos de crianças e adolescentes, assegurados no Estatuto da Criança e Adolescente. Baseado em alguns autores, o estudo visará uma reflexão de uma metodologia eficiente a fim de contribuir de fato para a inclusão e o exercício pleno de processos de autonomia das famílias assistidas pelas organizações não governamentais.

INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é apresentar um estudo de referencial bibliográfico sobre o trabalho de consolidar práticas socioeducativas efetivas, direcionadas aos familiares de crianças e adolescentes atendidos em unidades de educação não-formal em área de vulnerabilidade social.

O objetivo desse estudo partiu do interesse de analisar a metodologia de uma prática socioeducativa que promova a autonomia e ressalte os pontos fortes das famílias na proteção e cuidado das crianças e adolescentes atendidas em espaços de educação não-formal, como projetos socioeducativos.

A questão principal é como utilizar os momentos de compartilhamento com a família como ferramenta de inclusão e fortalecimento da cidadania, enfatizando o processo de conquista de direitos sociais e proteção integral de crianças e adolescentes em situação de risco social.

Alguns pressupostos serão abordados como a importância da família, a interface entre proteção e educação como instrumentos de transformação pessoal e social e atenção integral, na perspectiva de promoção dos direitos da criança e adolescente, assegurados por meio do Estatuto da Criança e Adolescente.  

A proposta é uma reflexão de práticas que promovam compartilhamento de saberes e fazeres, como Moreira (2006) e autores como Minuchin; Colapinto e Minuchin (2011), Demo (2000) e Szymanzki (2003) propõem em suas obras, disponibilizando ferramentas de promoção do bem para todos os participantes, conhecendo suas realidades e potencialidades, contribuindo assim, para a construção de um projeto coletivo de transformação pessoal e social.

DESENVOLVIMENTO

A sociedade civil, os especialistas e governantes vem se mobilizando para o debate das questões que envolvem políticas públicas e metodologias que sejam significativas no trabalho com famílias, especialmente aquelas voltadas para a garantia de direitos, com base em articulações entre os serviços assistenciais oferecidos pelo poder público e organizações não governamentais, sempre com a abordagem de uma integração a uma Rede de Proteção Social no seu território.

A família se constitui no primeiro espaço social que o indivíduo vivencia e adquiri as primeiras aprendizagens, forma sua identidade e jeito de ser, de agir, de pensar, relacionar e estabelecer vínculos afetivos, significativamente saudáveis ou não.

Importante dizer que a vulnerabilidade de um dos seus membros implica no enfraquecimento do grupo como um todo e o seu fortalecimento possibilita o desenvolvimento da autonomia e da cidadania, bem como pelo reconhecimento de sua contribuição nos processos de sociabilidade dos sujeitos que o compõem.

A constituição das famílias hoje tem várias configurações e incluem companheiros, filhos e outros que convivem ou não, no mesmo espaço, que utilizam uma diversidade de serviços públicos.

 Minuchin, Colapinto e Minuchin (2011) apontam como a família em situação vulnerável não está habituada a exercer um papel ativo, esperando sempre que as organizações de assistência social façam tudo por ela. Há uma grande necessidade que esse paradigma seja substituído para que mude essa expectativa e se torne agente ativo na busca e solução de seus problemas.

Nesse sentido, os autores enfatizam sobre a importância da equipe de trabalho das organizações sociais que atuam com crianças e adolescentes, no empenho de planejar ações efetivas para estabelecer um relacionamento interativo com todos os membros das famílias.

A perspectiva é de consolidar espaços de socialização numa metodologia participativa, ampliando as possibilidades de trabalho na direção de valorizar as mediações, respeitando o desenvolvimento do grupo no enfrentamento de suas resistências durante o processo de trabalho. As discussões temáticas devem ser construídas com o grupo ou a partir de suas demandas, permitindo a valorização dos participantes do grupo uns para os outros, pontuando as contribuições da cada um.

Visando o empoderamento por meio de atividades de escuta, de forma a ampliar e contribuir nas práticas pedagógicas o fortalecimento de vínculos e interações sociais entre os participantes, nas construções de diálogos, reflexões sobre os serviços de atenção e proteção às crianças e adolescentes, sendo as famílias, não mais objeto de assistência social, e sim sujeitos de processos e ações de desenvolvimento da cidadania.

Demo (2000) destaca dois tipos de assistência social, sendo uma de modo permanente, para atender pessoas que não dispõe de condições físicas e psíquicas mínimas para poder autossustentar-se, a exemplo de pessoas com deficiências, idosos e crianças e a assistência de modo provisório. Este modo, o autor afirma que não deveria se pautar no assistencialismo, mas no auxílio de pessoas que estejam sofrendo de vulnerabilidade ocasional, e ocupar-se em auxiliar na recuperação das condições de autonomia do indivíduo, tão logo seja possível, não de instituir situação definitiva de dependência.

Quando a assistência se volta apenas para a sobrevivência do ser humano, como uma cesta básica ou a renda mínima, compreendemos que são auxílios que podem ser de grande valia para a vida das pessoas, mas não geram emancipação. De acordo com Demo (1994, p.17):

A assistência é direito radical da cidadania, mas não “faz” cidadania. Se quisermos chegar aos patamares da emancipação, será mister apelar para outras políticas sociais que trabalham melhor a autonomia das pessoas ou a isto especificamente se dirigem, como é a educação.

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