Relatório: A Criança apesar de inteligente e criativa apresenta dificuldades na leitura,

RELATÓRIO

Aos doze dias do mês de março do ano de dois mil e quinze, a equipe composta por Vilma Rodrigues Ferreira Santos, Nyegda Barreiros dos Santos, Maria Rosilma de Souza, Rosângela de Souza e Francisca Braga Nogueira Amorim. Alunas do curso de Pós-graduação do Instituto Superior de Teologia Getsemane LTDA.

Reuniram-se para estarem presente na Escola Municipal Doutor José Araújo, situada na Rua Boa Esperança s/nº - Santana do Sobrado – Casa Nova - Bahia tendo como gestor atual Ginailton da Silva Araújo, que por sinal nos recebeu simpaticamente bem, e nos deixou a vontade para que pudessemos realizar o nossa atividade proposta pela professora Mabel da disciplina de Distúrbios da Aprendizagem. Ao fazermos uma sondagem observatória nas salas de aula e em seguida uma rápida conversa com os professores da Unidade Escolar, decidimos a sala que iriamos realizar a atividade de observação ao aluno com disturbios e dificuldade de aprendizagem.

No dia seguinte iniciamos a nossa observação na turma do 4º Ano “A” do turno matutino da Professora Angelita. O aluno estudado é de classe baixa. Os pais trabalham na agricultura o dia inteiro, não podendo dar suporte ao mesmo nas tarefas escolares, pois os pais são analfabetos, tornando assim uma missão mais difícil num acompanhamento em casa.

A criança em questão já está no quarto ano do ensino fundamental, e ainda não aprendeu ler, pois o mesmo troca muitas letras, sílabas e palavras, escreve com bastante dificuldade, inventa letras tanto na leitura como na escrita e em alguns momentos ficando alheio ao que os colegas fazem ou falam, ou seja, distraído como algumas pessoas gostam de dizer “no mundo da lua”.

A professora desse aluno diz que acompanha-o desde o 1º ano  e que o mesmo ao invés de progredir, a docente observa que ele vem regredindo na aprendizagem, que aos poucos até mesmo o seu próprio nome vem em alguns momentos  esquecendo letras, trocando ou até mesmo inventando letras que nem existe em seu nome.

Relata a professora que o menino não tem dificuldades quando lhe ensinam oralmente; na verdade, o menino era tão bom na aprendizagem que isso “durante um tempo... escondia sua deficiência”. Ainda diz que um dia conversando com a mãe do aluno a mesma diz: “ele é um menino esperto e inteligente, até mais  Esperto e rápido em muitos aspectos do que meus outros filhos, Sendo o fato de não conseguir aprender a ler ser seu único defeito”.

Quanto ao apoio por parte da escola, nota-se que a maioria dos alunos dessa unidade escolar recebe o apoio suficiente, mas o aluno em questão revela não receber tal apoio por parte da sua escola, o que em parte poderá ser um fator para essse tipo de distúrbio.

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Estudando o gràfico detectamos que o aluno possui dificuldades no acompanhamento das disciplinas, e como já era de se esperar, a disciplina que o mesmo afirma ter dificuldade é o que as notas confirmam sua afirmação, que lhes causam maior dificuldade é Português e todas as outras que requer o uso da leitura e escrita.

Vejamos a tabela a seguir que mostra as respostas dadas pelo aluno quanto as dificuldades sentidas nas disciplinas:

Observa-se que a aprendizagem desse aluno apresenta falhas, tanto no que diz respeito ao nível de conteúdo, quanto ao acompanhamento das explicações do professor sendo que o mesmo afirma não compreender os conteúdos por não ter compreensão da escrita dos conteúdos estudados.

Quanto aos métodos adotados pelos professores, percebe-se que apesar do educador já começar a perceber que seu aluno apresenta sinais de dislexia, e que na ajuda desse aluno é necessário adotar estratégias diferentes, o mesmo se justifica dizendo que não disponibiliza de tempo suficiente para atender as especificidades dessa criança, por ter em sala de aula um número muito grande de alunos, não podendo então dar um apoio particular a esse aluno.

PARECER

Diante da observação feita em sala de aula da professora Angelita do 4º Ano “A” da Escola Municipal Dr. José Araújo, vemos que é necessário que o professor, a escola e a família entendam o que é a dislexia, seus sintomas e maneiras de como lidar com  crianças que apresentem essa dificuldade de aprendizagem. Conhecer a dislexia possibilita ao educador subsídios para facilitar a aprendizagem de seus alunos, ao mesmo tempo em que evita sofrimentos aos seus alunos psicologicamente.

Sendo assim não podemos tratar a  dislexia de maneira alguma como uma doença, sendo assim não podemos falar em cura, mas em procedimentos que servirão para auxiliar essa criança e seus respectivos professores nas dificuldades existentes no processo de leitura e escrita. Vemos que a professora acompanha esse aluno desde o 1º Ano, ainda podendo ser contornado o problema, mas infelizmente por não ter um conhecimento aprofundado sobre o assunto  os anos se passaram e hoje essa criança está no 4º ano e não sabe ainda ler.

Diante da busca de conhecimento para ajudarmos essa professora a não sofrer mais com esse tipo de situação encontramos na revista Nova Escola Os principais sintomas de alunos com dislexia, edição de setembro de 2000:

• A criança apesar de inteligente e criativa apresenta dificuldades na leitura, escrita e soletração;
• Obtém resultados bons em atividades orais mas não em atividades escritas;
• Tem baixa-estima e sente-se incapaz;
• É desatento, parece estar sonhando acordado;
• Aprende mais facilmente fazendo experiências, utilizando recursos visuais;
• Faz confusão com as letras, palavras,. números, frases e explicações verbais;
• Quando lê ou escreve comete erros frequentes de repetição, adição ou substituição de letras;
• Parece ter problemas na visão, porém exames de vista descartam essa possibilidade;
• Lê repetidas vezes e não entende o texto;
• Sua ortografia é inconstante;
• É facilmente distraído por sons;
• Dificuldade com cópia e escrita. Sua letra é na maioria das vezes ilegível;

Enfim estes sinais que as crianças disléxicas apresentam podem ser melhor identificados na escola, por esse motivo requer a sensibilidade por parte do professor dessa criança, Mas a família precisa ser presente na escola fazendo uma parceria para busca de métodos facilitadores para a aprendizagem dessas crianças.

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