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Relações étnico-raciais, educação e descolonização dos currículos

Por:   •  24/10/2018  •  Resenha  •  859 Palavras (4 Páginas)  •  799 Visualizações

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Nome: Ana Carolina Soares – 2E

Professora: Janice Aparecida

Leitura: Relações étnico-raciais, educação e descolonização dos currículos.

O debate sobre a diversidade epistemológica do mundo encontra maior espaço maior nas ciências humanas e sociais. Os avanços, as novas indagações e os limites da teoria educacional têm repercussões na pratica pedagógica. Pode se dizer que na teoria educacional e na pratica do currículo há dois conjuntos de epistemologias dinâmicas: As reflexões internas à ciência e as questões colocadas pelos sujeitos sociais organizados em movimentos sociais e ações coletivas ao campo educacional.

A leitura atenta da educação brasileira articuladas com as duras condições materiais de existência vividas pelos sujeitos sociais às dinâmicas culturais indenitárias e politicas é onde se encontram as demandas curriculares de introdução obrigatória do ensino de Historia da África e das culturas afro brasileiras nas escolas de educação básica, no qual se exige uma mudança de praticas e descolonização dos currículos da educação básica e superior em relação à África e aos afros brasileiros. A partir do musical Besouro Cordão-de-Ouro dirigido por Joao das Neves é que se introduzira no artigo o debate epistemológico sobre a ciência. A trajetória do Besouro, suas experiências, desafios, luta por justiça, contradições e coragem vividas nos anos 20 do século passado são conhecidas não só dentro do universo da capoeira, mas por aqueles que vivenciam com orgulho a cultura afro-brasileira. Para além do objetivo artístico, a peça trouxe ao publico uma excelente aula na qual se enfatizou a relação entre o conhecimento, cultura e ação politica, e um dos passos para uma inovação curricular na escola e para uma ruptura epistemológica e cultural é preciso compreender quão radical é o processo dos paradigmas do conhecimento com qual se trabalha a educação.

A força das culturas consideradas negadas e silenciadas nos currículos tende a aumentar cada vez mais nos últimos anos. As mudanças sociais, os processos hegemônicos e contra hegemônicos de globalização e as tensões políticas em torno do conhecimento e dos seus efeitos sobre a sociedade e o meio ambiente introduzem outra dinâmica cultural e societária que está a exigir uma nova relação entre desigualdade, diversidade cultural e conhecimento. Esse processo atinge os currículos, os sujeitos e suas práticas, instando-os a um processo de renovação. Não mais a renovação restrita à teoria, mas aquela que cobra uma real relação teoria e prática. E mais: uma renovação do imaginário pedagógico e da relação entre os sujeitos da educação. Ao retomar a peça, se percebe que a vida do capoeirista Besouro Cordão-de-Ouro não era percebida como a “história de mais um homem negro” do interior da Bahia, mas como a história do nosso país e de um povo que historicamente sempre lutou pela liberdade. O legado da luta do povo negro no Brasil atinge a todos independentemente do sexo, raça, classe social e idade. A fala de uma das professoras que ao sair da peça dizendo que somente a Lei 10.639/03 (alterada pela Lei 11.645/08, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio) causou um grande impacto na autora que não imaginava que poderia encontrar ali, alguém dissesse ter sido motivada a assistir ao espetáculo por causa de uma legislação educacional. Aquela fala estava apontando para algum movimento de mudança importante na construção de uma ruptura epistemológica e cultural causada pela introdução mais sistemática da discussão sobre a questão racial e a História da África na escola. Uma ruptura cuja ampliação tem se dado, com limites e avanços, por força da lei. E uma lei que NILMA LINO GOMES 104 não é somente mais uma norma: é resultado de ação política e da luta de um povo cuja história, sujeitos e protagonistas ainda são pouco conhecidos, assim como Besouro Cordão-de-Ouro, o capoeirista cuja história foi contada durante o espetáculo teatral.

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