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Resenha Entre o sagrado e o profano: o lugar social do Professor

Por:   •  22/1/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.362 Palavras (6 Páginas)  •  1.327 Visualizações

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Entre o sagrado e o profano: o lugar social do Professor

Entre o sagrado e o profano: o lugar social do Professor (Rio de Janeiro: Quartet, 1998. 136 páginas), de Rodolfo Ferreira, professor-pesquisador da Faculdade de Educação da UERJ, investiga as causas da desvalorização do magistério na cidade do Rio de Janeiro, no contraste entre o sagrado e o profano. Para ele o sagrado permitia ao professor usufruir de posição invejável na sociedade e ao mesmo tempo ser comparado aos santos, aos predestinados, por estarem exercendo a missão nobre de ensinar, que exigia sacrifícios, devoção, vocação, aproximando-se muito do sacerdócio. O profano surgiu quando os professores começaram a principiar lutas com a finalidade de romperem a imagem do exercício da profissão com a imagem do sacrifício, da renuncia, do martírio, e serem respeitados como profissionais. Em sua pesquisa procura no sagrado e no profano entender e identificar as causas dessa desvalorização, através das mudanças ocorridas no imaginário social definido por ele como sendo “... os sistemas de representação através dos quais as sociedades se autodesignam, ficam simbolicamente suas normas e seus valores”. Contém quatro capítulos, uma introdução e uma conclusão.

Capítulo I

A Desvalorização do Magistério

Neste primeiro capítulo o autor fala que a desvalorização do magistério na sociedade e atribuída a diversos determinantes, mas dois deles são apontados frequentemente: o baixo salário do professor e a falta de interesse dos governantes com a educação do país. Ele diz que essa situação não é só um problema do Brasil, mas também de outros países que enfrentam o mesmo problema, e coloca a Espanha como exemplo.

A dificuldades enfrentadas pelos professores como a “crise de identidade” e a “situação de mal-estar” estão relacionadas a proletarização e o profissionalismo no meio em que o magistério se encontra. A diferença entre o proletário e o profissional, é que o primeiro “é privado da possibilidade de controlar o seu próprio trabalho, auto-regular a sua atuação” e o segundo é “plenamente autônomo em seu processo de trabalho, não sofrendo qualquer tipo de controle externo”. Para o autor o que esta acontecendo atualmente com o professor é que este se encontra em posição intermediária entre o proletário e o profissional e com isso a desvalorização do magistério está relacionada a isto, que é resultado da perda de autonomia e a dificuldade de controlar seu próprio trabalho.

Ele aponta também como aspecto de desvalorização da profissão a feminização da atividade, onde o magistério passa a ser uma opção predominantemente feminina, pois não só por ser opção feminina que ela esta desvalorizada, é também pelo contrário, de a profissão se tornar feminina por estar desvalorizada. O fato a se considerar nessa situação, é que a mulher encontra-se em desigualdade frente ao homem, mesmo no começo do capitalismo, e esse preconceito ainda circunda nos dias atuais, mas em proporção menor.

O autor termina o capítulo falando que não temos dúvidas que a questão da desvalorização do magistério está atrelada a esses determinantes, e o maior de todos eles é o baixo salario do professor, mas que não só este é responsável, pois existem outras profissões onde não se ganha bons salários e estas têm seu prestígio. E que é preciso ir além dessas abordagens para achar o real problema.

Capítulo II

Imaginário Social, o Sagrado e o Profano

O autor vem abordar nesse capítulo dois itens: o conceito de imaginário social e o sagrado e o profano como formas de representação na imaginação da sociedade, que contribuem para a desvalorização da profissão docente em um novo campo de ideias.

O imaginário social não passa de um conjunto de representações ao qual uma sociedade expressa as necessidades da população, seus objetivos, desejos e cultura. Essa sociedade cria simbolicamente suas normas e valores. O imaginário possui uma função social e aspectos políticos, nele as sociedades definem suas identidades e objetivos, definem seus inimigos, organizam seu passado presente e futuro. O imaginário social é constituído e se expressa por ideologias e utopias, por símbolos, alegorias, rituais e mitos. Desse conceito o autor tira uma pista de que a desvalorização do magistério pode está associada ao campo do imaginário, entre aquilo que o homem acha simbolicamente sagrado ou profano.

As pessoas de uma sociedade formulam concepções a cerca do meio em que vivem e da relação com outras pessoas. Elas analisam segundo o imaginário social o que é sagrado e o que é profano, aquilo que é próprio aos homens e aquilo que é além dos homens. Eles podem criar representações coletivas ou individuais a cerca de um determinado assunto fixado historicamente no ambiente em que habita, ou de algum assunto que surgiu na atualidade. A religião e parte importante no processo do imaginário social, dos conhecimentos fixados na humanidade e o modo como esse foi produzido. Desse modo o “sagrado” e o “profano” são categorias de origem religiosas impostas a nossa inteligência, e fixadas nas representações coletivas de um povo, marcam as ciências e tudo que foi

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