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Uma Resenha de Psicologia Social

Por:   •  3/4/2017  •  Resenha  •  1.884 Palavras (8 Páginas)  •  2.035 Visualizações

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Fabiana Aparecida Pavan                                                        Código: 20160644            

 3º período de Psicologia (noturno)

Resenha: “A psicologia sócio-histórica: uma perspectiva crítica em psicologia”

A psicologia surgiu em um período de ascensão da burguesia, onde era dada ênfase na razão humana, na liberdade e na possibilidade de transformação do mundo real; esses fatores permitiram a instauração de uma ciência racional, cujo conhecimento era construído pela experiência e pela razão, sem interferência de crenças ou valores.                                        Wundt, entre 1832-1920, distinguiu a psicologia como uma ciência, cujo objeto próprio era a experiência consciente. Concebia o indivíduo ao mesmo tempo como criatura e criador, onde o pensamento humano era produto da natureza e criação da vida mental. Percebe-se que a psicologia já trazia características da contradição do ser humano.                                 Visando solucionar essa contradição, Wundt propôs duas concepções de psicologia: a experimental e a social. Além dessas abordagens, existiam várias outras (comportamental, Gestalt, psicanálise, etc.) que ocorriam no balanço entre o pêndulo interno/externo; natural/social; psíquico/orgânico; comportamento/vivências subjetivas.                                O problema é que em qualquer lado desse pêndulo, a compreensão do psicológico é incompleta, pois sempre ficará faltando algo do outro lado. É preciso assumir esse movimento existente no interior do fenômeno, para avançar nesse sentido da compreensão.                        Uma possibilidade de superar esse dicotomismo surge com a psicologia sócio-histórica, cujos fundamentos epistemológicos e teóricos trouxeram consigo a possibilidade de crítica. Concebe o homem como um ser ativo, social, cuja produção histórica resulta na sociedade, as ideias como representações da realidade material e a história como movimento contraditório dos indivíduos.                                                                                         Para que a psicologia chegasse ao que é atualmente, foi necessário abandonar a visão abstrata do fenômeno psicológico. Vivia-se em uma realidade que não precisava da psicologia, pois era regida pela vontade divina, onde cada pessoa já nascia com seu lugar estático determinado na sociedade, a fé e os dogmas religiosos ofereciam ideias prontas a serem adotadas pela população.                                                                                Em contrapartida a essa situação (existente no feudalismo), surge a perspectiva liberal, rompendo a estabilidade do mundo e valorizando o individualismo. Esse movimento ocorreu por necessidade do capitalismo, que precisava do indivíduo como um ser ativo, produtivo e consumidor.                                                                                                Desse modo, a vida coletiva foi dando espaço para a vida privada, tanto fisicamente como interiormente. Assim, surge um mundo interior repleto de sentimentos e subjetividades, com uma noção de “eu” singular, abrindo espaço para o surgimento de uma ciência que estudasse essas particularidades. Portanto, a psicologia tornou-se necessária.                        As ideias do liberalismo foram responsáveis pela concepção do fenômeno psicológico que se tornou dominante na psicologia. Um fenômeno psicológico é algo bio-psico-social, que envolve a interação entre as pessoas, referindo-se a um indivíduo que é agente e sujeito ao mesmo tempo; é interno e externo, sendo um fenômeno humano relacionado com o “eu”.                A psicologia sócio-histórica defende que esse fenômeno se desenvolve ao longo do tempo, não sendo pertencente à natureza humana, refletindo a condição social, econômica e cultural do período em questão. Seria uma subjetividade concebida como algo que se constitui na relação com o mundo material e social, existindo devido a atividade do homem.                Percebe-se, então, que essa abordagem da psicologia está inserida em uma perspectiva crítica, porque não se pode pensar na realidade social como algo exterior ao homem, já que o mundo social e psicológico caminham juntos em seu movimento. Ela exige uma definição de ética e visão política sobre a realidade, na qual se insere o objeto de estudo e trabalho.                Outro ponto de sua crítica é que ela permite romper com uma tradição classificatória e estigmatizadora, da ciência e da profissão. Há anos essa ciência tem contribuído para responsabilizar os sujeitos por seus sucessos e fracassos, falando da vida como um todo, das condições econômicas e sociais de cada indivíduo.                                                        A história da psicologia está interligada aos grupos que dominam a sociedade, vinculada aos seus interesses. Na época da colonização, por exemplo, o método de exploração exigia a construção de um aparelho repressivo rigoroso, refletindo em ideias psicológicas marcadas pelo “controle”. Já quando o Brasil se tornou império, essas ideias se voltaram para o campo da medicina e educação.                                                                                        Essa psicologia aplicada buscava aumentar o controle sobre os grupos sociais, ampliar a capacidade de produção dos trabalhadores, garantir o aprendizado das crianças, promover a higienização da sociedade, o controle de comportamento, entre outros itens.                         Além disso, atribuiu outro sentido à palavra “normalidade”, onde o diferente não é considerado anormal, apenas menos comum. Tais diferenças, em uma sociedade que naturalizou a normalidade, se tornam fonte e justificativa para as desigualdades que são de cunho social. Essas desigualdades são diferentes oportunidades de acesso ao que a humanidade conquistou.                                                                                                Em relação ao âmbito profissional, o encontro do cliente com o psicólogo, ocorrerá através de um diálogo onde o cliente possui a matéria-prima a ser trabalhada e o profissional os instrumentos de trabalho. Deve haver rigor ético e neutralidade que garantam o respeito e profissionalismo, afinal, o profissional estará interferindo em um projeto de vida que não lhe pertence.                                                                                                De um modo geral, conclui-se que a psicologia sócio-hisórica produzirá conhecimento com outros pressupostos, abandonando inclusive a neutralidade da corrente positivista, a objetividade da ciência e o idealismo. Dessa forma, cria a possibilidade de uma ciência crítica e uma profissão posicionada a favor de melhores condições de vida, fundamentais aos membros da organização.                                                                                         O papel do psicólogo é fundamental para o bom desenvolvimento humano, principalmente na atualidade, repleta de cobranças, ansiedades, frustrações e traumas. Quando levada a sério por ambas as partes, a terapia surtirá um excelente resultado em diversas áreas da sociedade, colaborando para o desenvolvimento pessoal e profissional de cada indivíduo.        

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