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Resumo – Bachelard: O filosofo da desilusão

Por:   •  11/8/2017  •  Artigo  •  910 Palavras (4 Páginas)  •  886 Visualizações

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Resumo – Bachelard: o filosofo da desilusão

O capitulo I inicia dizendo que o trabalho do filosofo Gaston Bachlard é pouco conhecido no Brasil, tanto por professores como por pesquisadores. Muitos desses desconhecimentos se devem ao fato das traduções para a língua portuguesa serem recentes e nem toda as obras foram contempladas com a tradução.

Gaston Bachlard nasceu em 27 de junho de 1884, na França Campesiana e morreu em 16 de outubro de 1962 na Paris cosmopolita e industrializada. Trabalhou assim que fez o bacharel, na administração dos correios e telégrafos. Pretendia ser engenheiro até que a primeira guerra mundial o frustrou e ele desistiu de tal profissão, e ingressou no magistério secundário. Trabalhou como professor de Ciência e de filosofia em Bar-sur-Aube sua terra natal. Suas primeiras teses foram publicadas em 1928 (com 44 anos): Ensaio sobre o conhecimento aproximado e Estudo sobre a evolução de um problema de física, a propagação térmica nos sólidos. Em 1930, ingressou na Faculdade de Letras de Dijon e em 1940, na Sorbonne.

Bachelard, portanto, manteve-se equidistante, e igualmente crítico, do materialismo e do idealismo, para construir uma epistemologia intrinsecamente histórica. Como professor da escola secundária fez dele um filósofo preocupado com o ensino. Não há em sua obra textos exclusivamente voltados para a questão educacional, porém frequentemente ele pontua suas análises filosóficas com interpretações a respeito do conhecimento cientifico na escola.

Bachelard defende que o conhecimento científico só se constrói pela retificação de erros. Como seu objetivo não é validar as ciências já prontas, tal qual pretendem os partidários das correntes epistemológicas lógicas, o erro deixa de ser interpretado como um equívoco, uma anomalia a ser extirpada. Ou seja, com Bachelard, o erro passa a assumir uma função positiva na gênese do saber e a própria questão da verdade se modifica.

Bachelard pode ser entendido como o filosofo da desilusão, pois para ele cada um é a expressão, não de seu conhecimento imediato, de suas habilidades inatas, mas  do constante e descontinuo processo de retificação que o espirito sofre no decorrer da existência. O que sabemos é fruto da desilusão com aquilo que julgávamos saber; o que somos é fruto da desilusão com o que julgávamos ser.

Em um dos seus últimos trabalhos Bachelard questiona algumas razões que sustentam argumentos dos continuístas da cultura. Os continuístas defendem que o conhecimento  científico parte do conhecimento comum por lenta transformação. Sua critica se dirige à ideia da existência de um fio condutor de influências ao longo da história.

      Na medida em que se crê na continuidade entre o conhecimento comum e científico, procura-se reforçá-la: busca-se considerar a ciência como uma atividade fácil, nada mais que um refinamento do senso comum. Bachelard critica que tal perspectiva, por sua vez, tende a ser a divulgação de uma falsa imagem da ciência.

Introduz a concepção de descontinuidade na cultura científica através das noções de recorrência histórica, de racionalismos setoriais da concepção de ruptura. As rupturas constituem em obstáculos epistemológicos configurando a filosofia do não. Essa filosofia é uma atitude conciliação. Tal conciliação é vista por ele como convivência com o diverso, aceitação do dissenso.

A ruptura do conhecimento comum e conhecimento científico teve seu primeiro abalo com a hipótese quântica de Max Planck. Ao interpretar as consequências da Mecânica Quântica para o campo epistemológico, o filósofo francês faz-nos compreender a distinção entre real científico e real dado. Para Bachelard não devemos ver no real a razão determinante da objetividade: o problema da verdade não deriva do problema da sua realidade.

Para o senso comum, a realidade objetiva é uma só: aquela que se apresenta aos sentidos; o real aparente faz parte do senso comum. Portanto, será essencialmente a partir do rompimento com esse conhecimento comum que se constituirá o conhecimento científico.

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