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Roteiro De Observação E Intervenção: Deficiência Intelectual

Por:   •  31/3/2023  •  Projeto de pesquisa  •  1.368 Palavras (6 Páginas)  •  47 Visualizações

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ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO E INTERVENÇÃO: DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

 

A deficiência intelectual, dentre todas as outras deficiências, é a que implica mais dificuldades no âmbito escolar, por estar relacionada ao desempenho cognitivo. Todavia, as limitações, muitas vezes, estão mais relacionadas a nossa forma de ver a aprendizagem e os saberes já adquiridos pela pessoa do que as limitações em si. O texto a seguir traz uma reflexão importante sobre a inclusão em entrevista com Maria Mantoan, pesquisadora da Unicamp. Sugerimos assistir antes mesmo de iniciar as intervenções.  

https://www.youtube.com/watch?v=kILjpkS2Kzo  

 

Outro documento que poderá auxiliar posteriores análises é o Atendimento Educacional Especializado: Deficiência Mental, conforme link a seguir:

http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dm.pdf 

 

OBSERVAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR E NA SALA DE AULA

Para observar a criança no contexto escolar e sala de aula é necessário considerar pontos relevantes:

 

  1. Observar a criança no início da aula, no recreio ou no final da aula.
  2. Analisar a interação da criança com os colegas (conversas, atitudes, brincadeiras, aspectos comportamentais).
  3. Observar a interação com a professora: laços afetivos, iniciativa, vocabulário, expressão verbal.
  4. Analisar o manejo e organização da criança para com os próprios materiais escolares.
  5. Observar a forma como a criança se manifesta no grupo.
  6. Avaliar como o grupo interage com a criança.  
  7. Observar os hábitos e a autonomia da criança.
  8. Analisar a atenção, a escuta, seus interesses e curiosidades.
  9. Observar como a criança desenvolve as atividades propostas pelo professor (compreensão, interesse, tempo em que resolve o trabalho).
  10. Analisar os cadernos e trabalhos feitos pela criança. Observar detalhadamente e buscar elementos para a análise do problema mencionado no laudo (fotografar os materiais, se puder e for autorizado).
  11. Verificar como a criança reage às mudanças à sua volta: senso de humor, originalidade, motivação, iniciativa.
  12. Verificar atividades de funcionamento independente: comer, usar o banheiro, vestir-se, cuidar de suas roupas, cuidar de si.
  13. Analisar o aluno em atividades que demandam desempenho físico (desenvolvimento motor).
  14. Verificar se há atendimento educacional especializado (AEE) para deficiência intelectual no contraturno e buscar contato com a pessoa responsável para obter mais informações acerca da aprendizagem da criança.

 

OBSERVAÇÃO E INTERVENÇÃO INDIVIDUAL

Adequar os materiais para intervenção de acordo com o laudo da deficiência da criança. Importante pensar a intervenção buscando explorar o que a criança já sabe e identificar aquilo que ainda precisa construir como conhecimento. Considerar aspectos da leitura, discriminação visual, habilidades da escrita e pensamento lógico-matemático. Para observar e intervir individualmente com a criança, você precisará de: papel, lápis, cola, borracha, lápis-de-cor, revista ou jornal, jogo tipo baralho ou mico, régua, tesoura, relógio analógico ou digital, calendário, pequenos objetos para contagem (feijões, tampinhas de garrafa, folhas, pedrinhas etc.), moedas, cédulas, fotografia ou imagem de recorte de revista, jogo de tabuleiro com dado, quebra-cabeça com poucas peças, letras móveis. Uma literatura, preferencialmente contos clássicos. Máquina fotográfica ou gravador (opcional). Necessário organizar esses materiais com antecedência, tendo em vista o sujeito em questão. Sugerimos que a intervenção individual seja feita após a observação no grupo.

Considerar o laudo do aluno como ponto de apoio para a observação no grupo e intervenção individual. Durante a intervenção, é necessário buscar mais informações sobre o atual desempenho do aluno no que se refere ao pensamento lógico-matemático e desenvolvimento da linguagem, além dos aspectos comportamentais. Quanto ao pensamento lógico-matemático, sugerimos investigar:

 

  1. Expressão oral da série numérica (como o aluno conta os números).
  2. Verificar como o aluno conta os objetos.
  3. Acompanhar como o aluno lê os números (algarismo, numeral e palavra).
  4. Verificar como o aluno representa e ordena os números.
  5. Propor agrupamentos com objetos e explorar operações simples.
  6. Instigar o pensamento lógico através de desafios, utilizando objetos concretos.
  7. Verificar o que o aluno já conhece sobre medidas de superfície, tempo, temperatura, peso, sistema monetário, capacidade.
  8. Apresentar-lhe um mapa e verificar qual a sua compreensão sobre a linguagem cartográfica.

 

Quanto à linguagem oral, escrita e comportamento sugerimos que investigue:

 

  1. Reconhecimento de objetos: apresentar à criança figuras simples de revistas. Solicitar que ela diga o nome das figuras apresentadas, deixá-la se expressar sobre a figura. Observar como a criança se expressa, se tem trocas fonéticas, por exemplo.
  2. Jogo do mico e memória: investigar se a criança reconhece pares, masculino e feminino, singular e plural. Verificar se memoriza as cartas e as regras do jogo.
  3. Quebra-cabeça: peça à criança que monte o quebra-cabeça (importante apresentar a caixa porque nela geralmente há a imagem para ela saber do que se trata). Atentar para a atenção da criança aos detalhes que a fazem atingir o objetivo que é montar a imagem por completo.
  4. Jogo de dominó: analisar com a criança o jogo e as peças que repetem a quantidade antes de iniciálo. Explicar as regras (ou reforçá-las caso a criança saiba). Observar se a criança analisa as jogadas antes de jogar. Verificar a iniciativa e permanência da atenção quanto ao objetivo. O jogo de dominó poderá ser explorado também para trabalhar com quantidades, analisar as quantidades iguais, a mais ou a menos. Enfim, poderá ser explorado outros aspectos além dos tradicionais.
  5. Jogo de tabuleiro: verificar se a criança reconhece o dado e suas quantidades. Explicar as regras do jogo ou reforçá-las. Analisar no decorrer do jogo a permanência do objetivo, a contagem das “casas”, a atenção, interesse, respeito às regras.
  6. Letras móveis: espalhar as letras e solicitar que a criança as apresente, aguardar a criança dar o nome às letras e verificar se reconhece coisas que iniciam com determinada letra.
  7. Dizer palavras a ela e solicitar que ela repita a palavra pausadamente e identifique quantas sílabas a palavra tem, batendo uma palma para cada sílaba.
  8. Ditar palavras para a criança escrever. Explorar o ditado com palavras monossílabas, dissílabas, trissílabas e polissílabas. Observar também a posição da escrita: da esquerda para a direita e de cima para baixo.
  9. Apresentar figuras (seguindo um motivo apenas: animais, plantas, brinquedos, alimentos etc.) e solicitar que a criança escreva a palavra. Explorar a atividade com palavras escritas com quatro, três, duas e uma sílaba, respectivamente, e, no final, uma frase relacionada à alguma figura. Exemplo:

tartaruga, coruja, urso, cão. O urso dorme no inverno.

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