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Uma Indignação Antirracista e Diaspórica: Negritude e Afrobrasilidade em Tempos de Incertezas

Por:   •  29/3/2023  •  Resenha  •  1.117 Palavras (5 Páginas)  •  47 Visualizações

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Resenha Crítica: Por Uma Indignação Antirracista e Diaspórica: Negritude e Afrobrasilidade em Tempos de Incertezas

        Nilma Lima Gomes

        O artigo aponta a discussão feita pela autora durante a conferência de abertura do II Congresso Brasileiro de Pesquisadoras e Pesquisadores Negros da Região Sudeste - II Copene Sudeste no ano de 2018, e nos faz refletir quanto “a urgente e necessária afirmação da negritude, no Brasil”. Embora seja um artigo elaborado em 2018, permanece atual. Ela divide o texto em subtítulos sendo eles: A força educativa do movimento negro; Movimento negro e a produção dos saberes emancipatórios; Saberes emancipatórios: mantendo acesa a chama da esperança e da luta; Considerações finais: caminhos a apontar? Dialoga com outros autores e expõe seus conceitos. O Artigo foi publicado na Revista da ABPN, Volume 10, número 26 jul – out 2018, contido nas 111-124

        Logo no inicio de seu texto a autora cita Kabengele Munanga, para explicar que negritude e identidade apesar de estar relacionada com a cor da pele negra, não são essencialmente de ordem biológica, vai além da história e da diáspora africana, pois teve negada a existência de suas culturas. Ela justifica assim a complexidade da luta contra o racismo e as desigualdades raciais.  A mesma diz que embora tenha avançado nos últimos anos na luta antirracista, é necessário retomar de forma incisiva, pois desde de 2016 o Brasil vive a manobra política conservadora e vive em tempos de incertezas e ataque a institucionalidade democrática.

        A autora continua discorrendo as incertezas que o Brasil vive, apontando o impeachment como uma das incertezas e um duro golpe parlamentar, os direitos dos trabalhadores sendo aniquilados, incertezas econômicas, culturais com aumento da cultura do ódio, da intolerância e do racismo religioso, incertezas sociais, educacionais, emocionais. Para quem luta diariamente contra o racismo o tempo de incertezas sempre existiu, já que se escondem atras de um discurso da democracia racial, mas que sempre o revela publicamente. Em contraponto ela afirma que as incertezas vividas amadurecem as certezas. Uma certeza que ela destaca é que a construção e produção da afrobrasilidade não é aprendida nas escolas, mas sim no contexto das lutas atirracistas.

        Todos são, direta ou indiretamente educados e reeducados pelo movimento negro, pois aprende-se sobre a luta racista, concordando com ela ou não. Ela cita Gomes para definir o Movimento Negro, que se caracteriza pela as mais diversas organizações e articulações de negros politicamente posicionados na luta contra o racismo. Corrobora com Beatriz e Silva, que somente com esse ator coletivo é possível discutir o tema do racismo e da discriminação étnico-racial nas agendas políticas e da justiça brasileira. Além disso existe ainda vozes e corpos anônimos que atuam nessa luta contra o racismo, mesmo que não estejam necessariamente ligados a uma entidade e ou organização específica. Por isso Todos são, de alguma forma, herdeiros da sabedoria e dos ensinamentos do Movimento Negro.

        No artigo a autora ainda fala que diante desses tempos de incertezas é importante refletir sobre o quanto a população negra organizada tem sido assertiva e capaz de realizar importantes transformações na sociedade brasileira desde que o primeiro ancestral africano colocou os pés nessa terra que hoje se chama Brasil. A autora ainda aponta que é preciso enfatizar os saberes, sendo eles:  os saberes identitários - O debate sobre quem é negro e quem é branco invade a vida das brasileiras e dos brasileiros de uma forma diferente extrapolando os espaços da militância e da discussão política. Os saberes políticos - O debate político sobre a raça é recolocado no Brasil em outros moldes, trazendo à cena pública posições que desde a ditadura pareciam ter sido superadas e desvelando que algumas heranças do racismo científico permanecem até hoje, mesmo entre os intelectuais considerados progressistas. Os saberes estéticos-corpóreos - A estética negra passou a ser compreendida como parte do direito da cidadania e da vida das mulheres e homens negros.

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