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A Aprendizagem sob o paradigma representacional e sob o paradigma genealógico de Michel Foucault

Por:   •  4/2/2018  •  Ensaio  •  912 Palavras (4 Páginas)  •  390 Visualizações

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UFF – Universidade Federal Fluminense

Curso: Psicologia

A aprendizagem sob o paradigma representacional e sob o paradigma

genealógico de Michel Foucault

Quando falamos de aprendizagem, falamos da aprendizagem de uma pessoa, de um sujeito, e essa aprendizagem pode se dar de formas diferentes. O sujeito e o conhecimento também podem ser pensados de formas diferentes. Michel Foucault se preocupa em entender os âmbitos que conferem existência ao sujeito. Pensando desta forma, percebemos que há diversas existências sociais, portanto não é possível se falar de um sujeito enquanto substância. O sujeito emerge das práticas sociais, ele é compreendido como um produto das relações de saber e poder. As subjetividades são formadas através dos discursos que são construídos socialmente.

O que Foucault tenta combater é qualquer forma de conhecimento que alega poder dizer a origem de algo, dizendo que não há nada a ser revelado, tudo é construído. Portanto, se não há uma origem, se os saberes são inventados, não há um conhecimento verdadeiro, não é possível se falar em verdades absolutas. Já o modelo representacional, que é o modelo adotado pela ciência, busca a verdade das coisas, utiliza palavras como: real, verdadeiro, normal. Foucault tenta tirar esse cientificismo de cena e em seu lugar colocar as páticas de poder, e até mesmo fazer uma inserção da filosofia no corpo. O nosso corpo não é algo dado, ele é criado a partir daquilo que o afeta. Sob essa ótica, diferentemente do cientificismo, não se é possível classificar e normatizar os corpos, os sujeitos.

O modelo representacional da aprendizagem iniciou-se com René Descartes, a partir de sua noção de sujeito interiorizado. Há um sujeito fechado em si mesmo, o qual é o centro de todo conhecimento, não se duvida da sua existência, e o mundo está fora dele, é esse mundo exterior que o sujeito precisa conhecer. Esta ideia continua com Kant, que elabora a ideia de que o conhecimento direto é impossível, só se pode conhecer o mundo através de uma representação que se faz dele. Neste modelo, aprendemos através da recognição. O sujeito, que é previamente dado se debruça sobre um objeto que deseja conhecer e tenta tirar dali um conhecimento preciso. A crítica de Foucault a esse modelo é quanto à questão de que o próprio ato de aprender gera sujeitos, o sujeito se modifica no processo de aprendizagem. Não há um sujeito natural, pronto e acabado. A psicologia, por exemplo, não se colocou sobre um sujeito que desejava conhecer, ela produziu um sujeito, e não apenas um sujeito teórico, esses efeitos são sentidos no corpo. Foucault nos diz que na sociedade os discursos das ciências humanas funcionam não apenas como práticas discursivas, mas, sobretudo, como práticas coercitivas, e é dessas práticas que o sujeito emerge.

O sujeito do ponto de vista representacional, que é um sujeito interiorizado, capaz de gerir a própria cognição, é um sujeito dividido em duas instâncias (corpo e mente). E o pensamento para esse sujeito funciona como um processo de localização. Para Foucault, o pensamento não está colocado dentro do tempo e do espaço, ele não opera dentro em um mundo espacializado. Nós não somos reféns do espaço, nem do tempo. Então, Foucault afirma o nosso potencial de criar, as coisas não estão prontas, não são naturais, não precisamos nos conformar,

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