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A Construção Social da Loucura

Por:   •  9/8/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.761 Palavras (8 Páginas)  •  792 Visualizações

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A CONSTRUÇÃO SOCIAL DA LOUCURA

A Loucura como a Verdadeira Realidade

Campina Grande – PB

7 de junho de 2017

Universidade Federal de Campina Grande – UFCG/CCBS

Psicologia

Sociologia da Saúde

José Victor Rodrigues de Oliveira – 117120120

A CONSTRUÇÃO SOCIAL DA LOUCURA

A Loucura como a Verdadeira Realidade

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Campina Grande - PB

7 de junho de 2017

        INTRODUÇÃO

        Será feito aqui uma problematização em volta do tema da Loucura, usando diversos autores e obras como base, porém tendo como ponto principal a obra A Construção Social da Realidade, escrita por Peter Berger e Thomas Luckmann, na qual se desenvolve uma discussão à cerca de o que é a realidade e o papel dos indivíduos na sociedade.

        Para começar uma discussão deste tipo, é preciso, primeiramente, estabelecer determinados conceitos. Para alguns estudiosos e pensadores, a loucura se trata de uma doença mental que deve ser tratada através de internações e medicamentos, além do afastamento do indivíduo da sociedade. Já para outros, ela não é vista como uma doença, mas sim como uma condição física ou uma realidade moral, uma condição da mente que é caracterizada por pensamentos considerados anormais pela sociedade na qual o indivíduo louco está inserido.

        No passado, nos séculos XVII e XVIII, os loucos eram considerados abominações, monstros, o banal, o maníaco, o depravado, ou até mesmo pessoas que foram possuídas por algum tipo de entidade maligna, pensamento esse devido à dominância religiosa na época. Toda essa situação resultava na exclusão desses indivíduos, ou pior, na sua internação em manicômios e um “tratamento” a base de tortura e privação de necessidades.

        A Encyclopedie do século XVIII definia o termo loucura de uma forma relativamente sucinta:

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        Foucault se utiliza dessa definição em seu livro História da Loucura, com o intuito de fazer uma análise em torno das diferentes definições existentes para o devido termo. Essa sua análise recobre a concepção da loucura como sendo uma ação divina, em que os loucos seriam criaturas misteriosas com poderes místicos.

        Ainda em Foucault, para entendermos a experiência da loucura no Classicismo, podemos usar como referência a autora Priscila Piazentini e seu livro Reflexões sobre A História da Loucura de Michel Foucault:

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        Aproveitando a introdução da razão nessa discussão, podemos adentrar agora na obra de Berger e Luckmann, A Construção Social da Realidade. Vemos que Foucault acredita que a loucura é uma forma de razão, logo não podemos negar que a loucura é sim uma “realidade”, porém obviamente não se trata da “realidade” de todos.

        Como dizia Comte, tudo é relativo, e a única coisa que se faz absoluta é a relatividade das coisas. Logo, vemos que a questão de “realidade” depende do ponto de vista tomado, ou do indivíduo utilizado para se referenciar em relação a tal “realidade”. E é aqui que podemos nos apropriar do primeiro ponto importante da obra de Berger e Luckmann.

        O conceito de “realidade” é definido por eles como “uma qualidade pertencente a fenômenos que reconhecemos terem um ser independente de nossa própria volição (não podemos ‘desejar que não existam’)”. Complementando-o, temos o termo “conhecimento”, que se trata da “certeza de que os fenômenos são reais e possuem características específicas”. Por exemplo, a “realidade” de um indivíduo que está encarcerado no Brasil não é a mesma “realidade” de um indivíduo que se encontra em encarceramento na Holanda, pois o sistema carcerário brasileiro é extremamente precário, enquanto na Holanda, temos um dos melhores do mundo. A “realidade”, neste caso, seria o estado e as condições na qual estes indivíduos se encontram, tendo então, cada um o seu próprio “conhecimento” em relação à sua situação. O encarcerado no Brasil sofre não só por estar preso, mas pelas más condições em que se encontra. Já o encarcerado na Holanda sofre, muito provavelmente, apenas pelo fato de estar encarcerado, ou sofre ainda pelas condições do encarceramento quando, por exemplo, sua condição de vida era ainda melhor do que aquela na qual ele se encontra.

        Não podemos comparar o sofrimento de ambos e fazê-los se confrontarem em relação a isso. O indivíduo localizado no Brasil afirmaria que a vida que o segundo indivíduo leva enquanto encarcerado é muito melhor e mais fácil do que a dele, mas, para esse segundo indivíduo, aquela é a sua realidade, e para ele, ela continua sendo desagradável, mesmo havendo pessoas em condições piores.

        Alguém, digamos, de classe média, que reclama por não ter o que comer em casa, quando na verdade apenas algo que ele deseja não está disponível, não pode se equiparar a alguém que reclama por não ter o que comer porque mora na rua, pois são “realidades” completamente diferentes, com indivíduos e seus “conhecimentos” também diferentes.

        Para entendermos o louco, devemos nos manter cientes o tempo todo de que a “realidade” dele é, às vezes até extremamente diferente da nossa (Nós, que somos considerados ‘normais’ na sociedade em que vivemos). Nossa “realidade” se associa bastante com a ideia de ‘rotina’: Estamos sempre fazendo a mesma coisa constantemente, até algum evento quebrar essa rotina momentaneamente, estabelecendo uma nova. O louco não possui rotina, suas ações não são tomadas com base no que se estabelece como Ato Racional, o que já o destaca do restante da sociedade. Ainda, a sua infraestrutura é de forma alguma semelhante à nossa, o que o faz ter uma superestrutura completamente diferente do comum.

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