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A DEFINIÇÃO DE ADOLESCÊNCIA NA VISÃO DOS ADOLESCENTES

Por:   •  2/5/2022  •  Artigo  •  6.246 Palavras (25 Páginas)  •  104 Visualizações

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A DEFINIÇÃO DE ADOLESCÊNCIA NA VISÃO DELES MESMOS

Quézia Tomaz Pereira Santana[1]

Augusto César da Fonseca Neto[2] 

  1.                                  

Resumo

O objetivo desse estudo é explorar o conceito de adolescência através do relato deles mesmos, avaliar se todos os elementos que são descritos na literatura sobre eles estão inseridos no discurso da população avaliada. Participaram desse estudo trinta e dois adolescentes no total, sendo que onze da instituição (IA) acolhedora e vinte e um da Escola de Ensino Médio Integral (EB), com a finalidade de comparar os resultados. Foi aplicado um questionário com duas questões abertas em que eles deveriam responder sobre o ponto de vista deles: O que é ser adolescente e qual é o ponto de vista da sociedade. A análise seguiu uma perspectiva qualitativa. Do material coletado as respostas da IA e EB foram similares e foi feita somente uma avaliação. De acordo com a análise dos resultados o que eles desejam é ter liberdade, papel social, responsabilidade. Contrariando as respostas que eles deram, pensam que a sociedade acha que ser adolescente é um período de conflitos, que eles são irresponsáveis, e que é uma fase difícil e complicada.

Palavras chaves: Crises. Adolescência. Sociedade

THE ADOLESCENT CRISIS IN HOW THEY VIEW THEMSELVES

Abstract

The aim of this study is to explore the concept of adolescence through their own reports, to assess whether all the elements that are described in the literature about them are inserted in the speech of the population evaluated,. Thirty two teenagers participated in this study in total, eleven from the welcoming institute (IA) and twenty one from a high school (EB), in order to compare the results. A questionnaire was given to them with two open-ended questions: What is being a teenager and what is the point of view of society. The analysis followed a qualitative perspective. From the material collected, the responses of IA and EB were similar; only one evaluation was made, however. According to the analysis of the results, their desire is to have freedom, autonomy, and responsibility. Contrary to the answers they gave, they think society considers that adolescence is a time of conflict, that teenagers are irresponsible, and that its a difficult and complicated stage in life.

Key words: Crisis. Adolescence. Society


Introdução

Adolescência se refere a uma fase de vida, de mudanças físicas, emocionais, de crescimento e porque não dizer de grandes descobertas e transformações. É o desejo que eles têm de liberdade, de ser aceito na sociedade, mas ao contrário do que eles pensam, são caracterizados como rebeldes e insubordinados.

Enquanto objeto de estudo, ser adolescente é um foco recente e os saberes sobre ele não tem permitido organizar ações efetivas para abordar os seus problemas. Apesar das dificuldades encontradas na adolescência, a imagem e concepção que a sociedade tem e impõe a este grupo que, em nossa cultura, varia conforme a época, num momento idealista e esforçado, noutro rebelde e questionador (BOCK, 2007).

Neste contexto, considerando que as intervenções sobre esta fase da vida nos vários campos (social, acadêmico e de saúde) partem do entendimento existente sobre eles. O objetivo do estudo é explorar o conceito de adolescência através do relato deles mesmos e analisar se as falas dos adolescentes coincidem com o que está escrito na literatura.

A população de adolescentes foi formada por dois grupos, no total de trinta e dois adolescentes: um sabidamente em situação de risco social, vulnerabilidade e violência doméstica. Esse grupo são os adolescentes encaminhados pelo Centro de Referência e Assistência Social – CRAS, atendidos pelo Centro de Orientação Sócio Educativo – COSE, vinculado ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos - SCFV e o segundo grupo pelo Centro de Ensino Médio Integrado – CEMI, todos com a faixa etária entre 15 e 18 anos.

Para realizar a pesquisa de campo, foi utilizado o termo de consentimento, assinado pelos responsáveis da instituição e escola. Foi entregue também o termo para os adolescentes, para obtenção da assinatura dos pais e responsáveis, embora muitos não devolveram, por esquecimento ou dificuldade de relacionamento com familiares e responsáveis, por isso serão preservados os nomes e as imagens dos adolescentes.

A metodologia de estudo escolhida foi a análise de discurso e conteúdo dos textos escritos ou da transcrição das conversas com os adolescentes coletadas nos ambientes estudados.

Construção do conceito de infância

Sabe-se que, na civilização urbana ocidental, a adolescência é uma consequência da revolução industrial do século XVIII que só foi conceituado no século XX após a descoberta da infância no século IX (ARIÉS, 1978).

Ainda no século XX, surgi a era da adolescência, um período conturbado. Eles experimentam crises afetivas, emocionais, de identidade, de valores, sofrimentos etc. A entrada ao mundo secular, as grandes conquistas como a autonomia, a independência, os direitos humanos, o reconhecimento do papel social perante a sociedade, para Justos a

“...ciência como o senso comum acabaram por eleger a adolescência como a fase das grandes transformações biopsicológicas e sociais responsáveis pelo último grande impulso do processo do desenvolvimento humano e como o período das realizações fundamentais e do “acabamento” final do sujeito, Teorias  psicológicas importantes, como a psicanálise e a epistemologia genética, encerram a periodização do desenvolvimento na adolescência, tomada como a fase de coroamento das conquistas, transformações e realizações anteriores. De maneira geral, as teorias psicológicas do desenvolvimento enfatizam a presença das relações sociais do adolescente como elemento disparador dos fenômenos dessa fase. (JUSTOS, 2005, p.62)

Na modernidade, domina a concepção de que há um ponto de chegada, uma direção correta a se seguir, no caso, a “maturidade adulta” e características são naturalizadas à revelia de uma análise do contexto sócio histórico como se todos os indivíduos devessem chegar a um mesmo destino homogêneo, Coimbra (2005). Na oposição deste modo de pensar toda característica bem como o juízo de valor sobre esta característica seria socialmente construída e carregada das concepções daquela sociedade (BOCK, 2007).

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