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A Gravidez na Adolescência

Por:   •  5/5/2023  •  Trabalho acadêmico  •  2.461 Palavras (10 Páginas)  •  58 Visualizações

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A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DE SUAS DIMENSÕES EM TERRITÓRIO BRASILEIRO

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma visão literária a respeito dos fenômenos da gestação na adolescência. A pesquisa teve início no mês de março do ano de 2021, como base a uma revisão da literatura, que se apresenta de forma narrativa, que mostra repercussões de ordem físicas, emocionais, culturais, econômicas e sociais. A pesquisa revela que adolescentes entre 10 e 19 anos, apresentam uma ausência de necessidades a informações, como: programas de prevenção, orientação e informação em relação à gravidez na adolescência, métodos contraceptivo, partos, e os riscos que uma gestação precoce pode trazer, tanto para a mãe adolescente, como também para o bebê.

Palavras-chave: Adolescência, gravidez, meio social, informações, riscos.

1. INTRODUÇÃO

A palavra adolescência vem do latim ad (a, para) e olescer e (crescer), que significa condição ou processo de crescer. Entretanto, também significa adoecer, pois deriva da palavra adolescere, que significa enfermar (OUTEIRAL, 1994).

A adolescência é uma fase do desenvolvimento humano compreendida entre os 10 aos 19 anos de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Nela, ocorrem constantes mudanças e adaptações, pois é o período da vida em que ocorrem as transformações mais aparentes no corpo, em razão das alterações hormonais.

Nesta fase, inicia-se as mudanças corporais da puberdade, finalizando-se quando o indivíduo estabelece seu crescimento e sua personalidade obtendo sucessivamente sua independência e interação com o grupo social onde está inserido.

Segundo Spindola e Silva (2009), as alterações de hormônios na puberdade geram a descoberta da sexualidade, de novas sensações corporais e consequentemente a busca do relacionamento interpessoal entre os jovens, e é nesse quadro de experiências e modificações que ocorrem os primeiros contatos sexuais. Vale lembrar, que o desenvolvimento e maturação biológica é diferente em meninos e meninas.

Segundo (PAPALIA; FELDMAN, 2013):

O principal sinal de maturidade sexual na menina é a menstruação, uma eliminação mensal do uterino. A primeira menstruação, denominada menarca, ocorre relativamente tarde na sequência do desenvolvimento feminino; seu tempo normal de ocorrência pode variar dos 10 aos 16 anos e meio. (PAPALIA; FELDMAN, 2013, p.391)

No caso das meninas, o acontecimento da primeira menstruação (ou menarca), momento que surge bastante curiosidades e pode ser um acontecimento bem comentado, onde a jovem se depara com cuidados e informações, e até mesmo motivo de comemorações, por parte da família e amigos. Essas situações merecem ser vistas com atenção e a merecida importância, afinal são um sinal de saúde e um acontecimento que marca a puberdade e simbolizam a feminilidade. Alguns hormônios femininos como, estrogênio e progesterona começam a agir no corpo das meninas, e provocam o amadurecimento do óvulo no ovário e a sua eliminação para as trompas, o que chamamos de ovulação, preparando também o útero para receber o óvulo, caso tenha acontecido uma relação sexual desprotegida.

Dessa forma, quando não há gravidez o óvulo é eliminado pelo canal vaginal, provocando o sangramento conhecido como menstruação. Nesse período a jovem se depara com essas mudanças, e procura obter respostas sobre esses acontecimentos, afinal estão conhecendo um mundo novo, cheio de curiosidades e desafios, e que para muitos jovens parecem um momento de tortura e não um desenvolvimento natural que todos os indivíduos estão propensos a passar.

A menina muitas vezes não está preparada emocional e psicologicamente para tantos acontecimentos, assim como, não é bem munida de informações importantes para relacionar-se sexualmente de maneira adequada a fim de evitar uma gravidez precoce. E devido a esses fatores de desenvolvimento natural que o sexo feminino está propenso a passar pode levar adolescentes a uma gestação precoce.

Outro fator, é que em algumas décadas atrás em algumas culturas, o casamento era normal na fase da adolescência, os pais escolhiam o cônjuge da filha, e ali muitas dessas jovens engravidavam logo na adolescência, porém o casamento era duradouro, e a mãe estava totalmente disponível para cuidar dos afazeres da casa e dos filhos. Nessa época doenças sexualmente transmissíveis, eram desconhecidas pela população, afinal raramente uma mulher ou um homem se casavam mais que uma vez, e normalmente as relações sexuais eram após o casamento e com um único parceiro.

Pode-se observar que ao passar dos anos o papel da mulher na sociedade e no mercado de trabalho vem se tornando cada vez mais significativo. Atualmente, a mulher exerce cada vez mais um papel de protagonista na sociedade, por mais que exista uma herança histórica que dificulte esta jornada, a mulher se depara com mudanças de valores e comportamentos que vem sendo antecipados.

A inferioridade e incapacidade das mulheres foram sendo adquiridas com o seu encerramento no lar, paralelamente e uma dependência sexual agravada. Com o passar dos milênios e a estruturação das sociedades de classe, a divisão dos papéis se modificou. Passou a ser acompanhada de um trabalho ideológico que tende a racionalizar e a justificar a inferioridade das mulheres, sua segregação, e que encontra sua expressão nos mitos dos povos primitivos. [...] uma constante permanece: a inferioridade das mulheres, seu confinamento nos papéis tradicionais (ALAMBERT, 1986, p. 94).

Em virtude das mudanças, onde a mulher passa a ser independente, algumas jovens iniciam o processo de maturidade mais cedo, trabalhando, casando, tendo relações sexuais, e engravidando.

De acordo com Saúde, B. M (2007):

Em geral, a gravidez na adolescência tem sido considerada situação de risco e elemento desestruturador da vida de adolescentes, assim como elemento determinante na reprodução do ciclo de pobreza das populações, ao colocar impedimentos na continuidade dos estudos e no acesso ao mercado de trabalho, sobretudo entre as adolescentes. (SAÚDE, B.M,2007, P.66)

Muitas adolescentes abandonaram cedo seus estudos, por um projeto de qualificação profissional no mercado de trabalho e um projeto de vida própria, com a intenção de formar uma família. A maternidade para essas jovens não é vista como problema e sim, um plano de construção

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