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A INFLUÊNCIA DA AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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Por:   •  22/4/2014  •  5.339 Palavras (22 Páginas)  •  820 Visualizações

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A INFLUÊNCIA DA AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Solange Kistner Pereira

Leomar Kieckhoefel

RESUMO

Acreditando que a educação pode ser beneficiada pela interpretação, expressão e a motivação que a afetividade proporciona, este trabalho analisa a importância de um ambiente afetivo no processo pedagógico, para o pleno desenvolvimento das crianças na Educação Infantil, e como os educadores podem tornar-se facilitadores deste ambiente. Acredita-se que a afetividade é válida para a interação entre educando e educador, visando assim uma melhor compreensão do contexto situado. Percebe-se a necessidade dos sentimentos, a importância do educador, da afetividade, do espaço da criança na Educação Infantil, das relações interpessoais como fatores determinantes para o pleno desenvolvimento da criança. Este estudo baseou-se numa revisão bibliográfica de vários autores que escrevem sobre a discussão deste tema, que continua visando um processo educativo que preserve a afetividade e desperte o prazer e o desenvolvimento integral da criança.

Palavras-chave: Criança. Afetividade. Educador.

1 INTRODUÇÃO

Desde pequeno, ainda recém-nascido, o ser humano utiliza a emoção para comunicar-se com o mundo. O bebê, antes mesmo da aquisição da linguagem, consegue estabelecer relação com a mãe, ou pessoa que dele cuida, através de movimentos de expressão, primeiramente fisiológica.

Wallon (apud La Taille, 1992), se debruçou, durante grande parte de sua vida, sobre o estudo das emoções e da afetividade, em busca de fundamentar a sua pesquisa sobre a psicogênese da pessoa completa, considerada em todos os aspectos: afetivo, cognitivo e motor. Identificou as primeiras manifestações afetivas do ser humano e suas características. Estudou, também, a grande complexidade que a afetividade e as emoções sofrem no decorrer do desenvolvimento, assim como suas múltiplas relações com outras atividades psíquicas.

Para ele, a afetividade é fator fundamental na constituição do sujeito. É entendida como instrumento de sobrevivência do ser humano, pois corresponde à primeira manifestação do psiquismo, propulsiona o desenvolvimento cognitivo ao instaurar vínculos imediatos com o meio social, abstraindo deste o seu universo simbólico, culturalmente elaborado e historicamente acumulado pela humanidade. Por conseguinte, os instrumentos mediante os quais se desenvolverá o aprimoramento intelectual são, irremediavelmente, garantidos por estes vínculos, estabelecidos pela consciência afetiva.

A infância é uma etapa biologicamente útil, que se caracteriza como sendo o período de adaptação progressiva ao meio físico e social. A adaptação, aqui, é “equilíbrio”, cuja conquista dura toda a infância e adolescência e define a estruturação própria destes períodos existenciais.

Portanto, a afetividade exerce um papel fundamental nas correlações psicossomáticas básicas, além de influenciar decisivamente a percepção, a memória, o pensamento, a vontade e as ações, e ser, assim, um componente essencial da harmonia e do equilíbrio da personalidade humana.

Este estudo baseou-se numa revisão bibliográfica de vários autores que escrevem sobre a afetividade, e que constitui-se como facilitadora do processo ensino aprendizagem em que o aluno passa a ser alvo da empatia do professor, que ao se apoderar desse recurso sente-se estimulado a desenvolver uma prática pedagógica direcionada ao aluno.

O aspecto estrutural, ou propriamente cognitivo e o aspecto afetivo são indissociáveis. Isso se justifica por que, embora essencial, a afetividade não explica a construção da inteligência, as construções intelectuais são permeadas passo a passo pelo aspecto afetivo e ele é muito importante. Tal aspecto diz respeito aos interesses, motivações, afetos, facilidades, esforços, ou seja, ao conjunto de sentimentos que acompanham cada ação realizada pela criança.

É considerada o motor das condutas; agrado, desagrado, empenho, interesse enfim, o que concerne ao aspecto afetivo constitui a relação que liga a situação exterior ao nível de construção das estruturas da criança.

Sendo a afetividade essencial às relações humanas, o educando deve ser visto como um sujeito em fase de formação, com características peculiares e que necessita de educação e cuidados que favoreça sua constituição como indivíduo.

Observando o relacionamento das crianças na Educação Infantil, verificou-se a necessidade de compreender o por que das atitudes das crianças, o motivo pelo qual a afetividade se esconde atrás de gestos que demonstram uma ausência de carinho e busca também entender porque a afetividade está presente de maneira tão forte em algumas crianças de uma turma, e em outras, não se manifesta.

Com a intenção de entender por que na maioria das vezes é mais fácil sentir coisas negativas e ruins do que coisas que trazem paz e alegria, devemos refletir sobre a prática dos educadores e primordialmente colocar a criança em lugar de destaque. Desta forma resta-nos avaliar a forma como estamos trabalhando com o mundo infantil.

2 AFETIVIDADE E EDUCADOR

Em todos os grupos sociais a afetividade dos elementos encontram-se presentes, por vezes ela é escondida, pois os adultos preferem escondê-la a demonstrá-la. Isso vem a acarretar muitas dificuldades nos relacionamentos das pessoas e até mesmo a infelicidade pessoal que ocorre quando a pessoa sente-se sufocada e não consegue mais expressar realmente o que sente. Os adultos que fecham seus sentimentos possivelmente carregam esse comportamento deste a infância, onde foram proibidos de expressarem-se ou foram ridicularizados por fazê-lo.

Certamente a afetividade ou sua privação podem ser a causa de aceleração ou atraso no desenvolvimento cognitivo (...). Mas isso não significa que a afetividade engendre, nem mesmo que modifique, as estruturas cognitivas, cuja necessidade permanece intrínseca. De fato, os mecanismos afetivos e cognitivos permanecem sempre indissociáveis, se bem que distintos, e isso é evidente se uns dependem de uma energética, e outros, de estruturas(...).”(PIAGET, 1971, p. 67)

Partindo disso torna-se possível entender o quanto é grande a importância de valorizar os sentimentos das crianças. Em todas

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