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A PSICOLOGIA E A DISFORIA DE GÊNERO – UMA ABORDAGEM NOS PRIMEIROS ANOS DE VIDA

Por:   •  3/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.800 Palavras (12 Páginas)  •  305 Visualizações

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A PSICOLOGIA E A DISFORIA DE GÊNERO – UMA ABORDAGEM NOS PRIMEIROS ANOS DE VIDA.

INTRODUÇÃO:

Neste trabalho para a disciplina de Teorias e sistemas psicológicos, apresentamos a abordagem de um tema ainda ‘novo’ devido à pouca produção literária e polêmico devido à repercussão dada, ao mesmo, em meios acadêmicos, sociais e religiosos. A polemização impede de olhar para o outro com humanidade. A polemização ou visões baseadas em radicalismos culturais ou religiosos ‘fecham’ a possibilidade de encontrar soluções ou de avançar para as mesmas. Somente iremos ser mais humanos a cada passo que damos em direção ao diálogo e a pesquisa.

Durante todo desenvolvimento do tema iremos nos valer da definição apresentada no Manual Diagnóstico Estatístico de transtornos Mentais (DSM IV) que apresenta a definição disforia de gênero para esta fase que iremos nos ater, ou seja, na infância e início da puberdade. Diante destas premissas nosso intuito é identificar quando do seu surgimento nos primeiros anos de vida e trazer à tona o posicionamento e a contribuição da psicologia como ciência e como profissão. Ainda dentro deste contexto apresentaremos alguns passos a serem dados pelos pais e familiares no sentido de serem orientadores e cuidadores destas crianças diante de sua realidade pessoal. Não é de nossa intenção apresentar uma visão unilateral ou apresentar um posicionamento pessoal e irresponsável sobre o tema, isto seria de total desvalia para nossa formação acadêmica onde se busca a efetiva realização da pessoa humana que tem direito a vida e a dignidade e que é amplamente sublinhado no Código de Ética do Profissional em Psicologia.

TEMA 1. UM OLHAR SOB A ÓTICA DA GENÉTICA.

TEMA 2. A DISFORIA SEXUAL NOS PRIMEIROS ANOS DE VIDA – A DESCOBERTA

TEMA 2. O ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO – UM PROCESSO DE CONHECER-SE.

TEMA 3. A VIDA FAMILIAR E SOCIAL – A DUALIDADE DA ACEITAÇÃO E NEGAÇÃO.

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA

CAPÍTULO 1. UM OLHAR SOB A ÓTICA DA HISTÓRIA E DA GENÉTICA

INTRODUÇÃO

Neste capítulo será apresentado um panorama geral sobre as pesquisas de cunho genético que foram realizadas com a finalidade de detectar as causas do transtorno da disforia de gênero. Seja esta, durante a formação intrauterina ou em outro momento do desenvolvimento da criança. É importante salientar que estas pesquisas estão sendo desenvolvidas a pouco tempo e por isso muitas destas, não possuem ainda um caráter conclusivo. Mesmo assim, os primeiros passos já foram realizados e trazem indicações do ponto inicial das causas da disforia de gênero. Por outro lado, é impossível uma dissociação entre as pesquisas genéticas e a linha da historicidade nas culturas dos povos, onde os relatos de disforia de gênero são inúmeros e de tempos muito remotos. Este embasamento histórico torna a pesquisa genética muito mais plausível e de possível conclusão. Neste contexto serão apresentados alguns relatos históricos mais relevantes e por onde as pesquisas genéticas em andamento ou concluídas possuem respaldo para lançar suas bases.

1. NA HISTÓRIA DOS POVOS ANTIGOS

Na tradição greco-romana muitos relatos apontam para a presença de indivíduos acometidos deste transtorno da disforia de gênero – a faixa etária é muito variada nem sempre é colocada em relevância e as circunstâncias também – a sua presença no meio da sociedade é muito claramente relatado, principalmente no contexto da mitologia que mesmo sendo uma alegoria, possui por ‘pano de fundo’ o pensamento do seu tempo.

Observamos em um relato mitológico o caso do adivinho Tirésias que ao ver duas cobras copulando no cume de uma montanha as separa e mata a fêmea, assim sendo, ele é punido pelos deuses, sendo transformado em uma mulher. Sete anos depois, já adaptado a essa condição, ele novamente sobe o monte e encontra duas cobras copulando, dessa vez ele as separa e mata o macho, e com isso consegue reaver sua forma masculina. Por conta de ter experimentado tanto o prazer masculino, quanto o prazer feminino, Tirésias é escolhido como juiz numa disputa entre Zeus e Hera em relação a esse tema. Tirésias diz que o prazer da mulher é muito superior ao prazer do homem, porém Hera o cega ao compreender que este prazer depende do desempenho do homem. Zeus condoído, lhe dá o dom da adivinhação como forma de “ver o futuro”. Esse dom vai desempenhar um papel especial em outros mitos, como o de Édipo, por exemplo.

Em outro relato encontramos a figura de hermafrodito era fruto de um romance adúltero entre Hermes e Afrodite, por isso ele foi criado pelas Ninfas das florestas da Frígia se tornando um jovem de extraordinária beleza. Ele não se interessava pelas mulheres, apenas queria viajar para conhecer o mundo e aventurar-se por terras desconhecidas. Em uma de suas viagens parou para descansar à beira de um lago. A Ninfa Salmácis que reinava sobre aquelas águas apaixonou-se por ele e logo tendo-o visto, tentou seduzi-lo, mas Hermafrodito não se deixou envolver pelos seus encantos. Sálmacis tentava obter o amor do rapaz por todos os meios, mas nada conseguia. Remoída pelo despeito e consumida pelo desejo que cada dia se tornava mais intenso, Salmácis ficava de longe espiando entre as folhagens. Certo dia Hermafrodito resolveu se banhar nas águas. Quando Salmácis o viu dentro de seus domínios, despiu-se e entrou nas águas abraçando Hermafrodito. Aderindo ao corpo dele, ordenou às águas que os unisse para sempre e que jamais seus corpos se separassem. Imediatamente as águas se agitaram e começaram a girar em volta deles. Embora Hermafrodito tentasse se afastar, uma atração além de suas forças fez com que seu corpo se aderisse cada vez mais ao corpo da Ninfa. Subitamente ele compreendeu a intensidade do amor que ela sentia, um amor que se infiltrava por sua pele e invadia seu organismo. Assim ele deixou que seu corpo se fundisse ao corpo de Sálmacis até que os dois se transformaram em um único ser. O momento da fusão definitiva causou-lhe êxtase tomando-lhe os sentidos, sendo homem e mulher, participando de uma única natureza, em equilíbrio, perfeito e completo, em um só ser ao mesmo tempo sendo dois. E assim ordenou que todos aqueles que se banhassem naquele lago, poderiam se tornar macho e fêmea, em um só corpo. Porém os homens evitavam de banhar-se naquele lago temendo perder a sua virilidade.

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