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A PSICOLOGIA NA EDUCAÇÃO: RELAÇÕES RACIAIS

Por:   •  13/6/2020  •  Artigo  •  5.922 Palavras (24 Páginas)  •  133 Visualizações

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Psicologia na educação: Relações raciais

A intervenção da Psicologia no âmbito da educação, é relativamente antiga e difere da atuação da Psicologia Clínica, tem como eixo as relações humanas estabelecidas nesses ambientes. A proposta de intervenções nesse contexto visa o melhor ensino quanto aos professores, e melhor aprendizagem em relação aos alunos. A comunidade escolar sempre será um espaço com muita diversidade e desta forma acaba se tornando complexa, pois cada qual traz suas singularidades para o ambiente e como se trata de sujeitos diferentes, essas concepções podem ser conflitantes.

No espaço escolar, por ser diversificado, acabam surgindo também questões étnico-raciais, que geralmente não costumam ser abordadas em escolas, mas que necessitam ser consideradas pelos profissionais de Psicologia, pois, muitas vezes, o sofrimento psíquico causado nos alunos vítimas do racismo é deixado de lado, justamente porque há na sociedade a predominância da compreensão, desde o colonialismo, de que os brancos e cristãos são superiores, e já se espera deles um bom resultado.

Em relação a esta questão étnico-racial, será realizado uma exposição de como se dá a atuação do psicólogo neste sentido, sendo então, explanado aqui, temas como, o que é a atuação do psicólogo escolar, o que é a psicologia escolar, a resolução do CRP que norteia a atuação do psicólogo no contexto escolar, juntamente com as leis relacionadas a isso, além da visão do psicólogo e da escola sobre o tema discriminação racial, juntamente com as demandas que o psicólogo pode ter no contexto escolar, relações sociais e históricas entre as questões raciais e a escola.

O que é a Psicologia Escolar/Educacional?

Conforme Souza et al. (2013), a presença de psicólogos na educação básica causa debates na psicologia e na educação. Debates que são históricos e se baseiam nas práticas de ambas as áreas relacionadas ao movimento de ensinar e aprender. Portanto, a partir do manual “Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas (os) na Educação Básica”, a escola é um espaço para socialização, assim como, propício para experiências e para a produção de conhecimento, envolvendo crianças e jovens. Porém, a escola muitas vezes produz e reproduz as contradições da sociedade, assim como, não garante a execução de uma cidadania ativa.

Dessa forma, segundo Penteado e Guzzo (2010), é necessário conhecer as direções éticas e políticas que orientam a escola para ações do psicólogo, debatendo essas questões entre os profissionais que atuam na educação. Assim como a construção de um projeto político-pedagógico que emancipe a comunidade e os profissionais da escola, tendo um campo de escolhas compartilhado. Para que desse modo, a prática participativa seja apropriada progressivamente pelos profissionais da escola, comunidade, famílias e crianças.

Assim, esperamos uma educação efetiva, com prática democrática, garantia de direitos, respeito ao processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças. A respeito da psicologia esperamos a construção de conhecimentos científicos, com relação à teoria e prática, que tenha comprometimento social e político com a democracia, procurando responder às demandas da sociedade, conforme os autores, Souza et al. (2013).

A respeito da psicologia escolar, os autores continuam pontuando a necessidade da construção de um projeto educacional com práticas de formação de qualidade para todos, que lutem pela valorização do trabalho do professor, assim como, por relações democráticas, com enfrentamento à medicalização, patologização e judicialização de professores e alunos, lutando por políticas públicas e trabalhando na direção da superação de exclusão e estigmatização social.

O dia a dia na escola apresentado ao profissional psicólogo é repleto de fatores e contradições a respeito do ensinar e aprender, situação que acaba afetando na forma como exerce seu trabalho. Dessa forma, segundo Souza et al. (2013) é comum nos depararmos com profissionais que são impedidos de desenvolver seu trabalho na escola.

Em nossa sociedade atual, as instituições por sua vez, sofrem mudanças e entram em crises frequentemente, e a escola não é diferente dessa realidade, assim, Souza et al. (2013) apontam para uma sociedade fluida, instantânea e consumista. Assim, as escolas se apresentam como instituições que organizam e formam, são pensadas com uma estrutura que determina como deve ser o processo de ensino. Porém, escola está relacionada a padrões, hábitos, papéis para desempenhar, os quais são neutralizados através de uma representação e da rotina.

Portanto, quando o psicólogo pensa em trabalhar a saúde mental, melhores condições de trabalho, isso tem relação com o acolhimento de imprevisibilidades, colocar em análise o que é produzido na sala de aula, beneficiando um tempo menos acelerado e mais inventivo, dando conta do que ainda é desconhecido, conforme Souza et al. (2013).

Porém, os autores alertam que o que proporciona ao psicólogo estar na escola não é a quantidade de respostas certas que ele tem para resolver problemas, mas sim o que esse profissional pode ajudar para manter em atividade as redes de atenção a vida. É importante também tentar se desprender do lugar de saber hierarquizante em relação aos professores com alunos e familiares, pois isso só causa mais desconformidades entre eles. Souza et al. (2013) ainda comentam que não há respostas e um percurso pronto, a questão é convidar a equipe a pensar em um trabalho para se realizar no dia a dia.

O trabalho do psicólogo, segundo Souza et al. (2013) necessita de tempo, currículo, relações e histórias que aproximam e distanciam a escola e comunidade. Deste modo, a construção de discursos abre possibilidades para a produção de conhecimentos. Porém, o que vemos na nossa realidade de trabalho é que diante de tanta pressa acabamos não tendo tempo para conversar, fazendo com que cenas se repitam e o problema passe adiante, por forma de encaminhamentos, ou pela culpabilização, esta pode ocorrer a si próprio, a criança, a família, ou a sociedade, também pode acontecer do sujeito se lamentar e sofrer. Fazendo com que o processo de interferência seja enfraquecido, trazendo perda do sentido das práticas e pouco comprometimento com o trabalho.

Portanto, Souza et al. (2013), trazem que os desafios se manifestam como algo inesperado, a rotina dá lugar ao acaso, o profissional, dessa forma, precisa acolher o que não estava em suas expectativas. A respeito dos fundamentos teóricos, por sua vez, este é uma importante ferramenta para o profissional, assim como o conhecimento

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