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A Psicopatologia II

Por:   •  16/4/2018  •  Resenha  •  1.445 Palavras (6 Páginas)  •  931 Visualizações

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Psicopatologia II

Atividade: Faça uma reflexão sobre as duas concepções de pathos.

A palavra Psicopatologia é de origem grega – psiché, alma e patologia. Traduzindo em sentido literal significa patologia do espírito. Tratando do sofrimento (pathos) psíquico, não há um único saber e sim múltiplos discursos. A “patologia” ou “doença mental” acontece quando a pessoa perde a capacidade de escolher e agir de acordo com a sua vontade. Mas, o campo da Psicopatologia nem sempre foi compreendido como doença.

Psicopatologia contém a palavra grega pathos (Psico – PHATOS - logia). Essa palavre em sua origem possui vários significados, mas dois conceitos, bastante diferentes, se destacam: a paixão, o passional, a passividade; e o patológico, o sofrimento, a doença, presente no diagnóstico médico. Estas duas perspectivas da palavra variam de acordo com as épocas e as civilizações.

Do pathos, se sofre, mas não necessariamente de forma patológica. O pathos inclui o amor, a raiva, o medo, a angústia e demais paixões que afligem os indivíduos, diz respeito à condição de se estar passivamente afetado por algo da ordem da paixão. Isso movimenta o sujeito em uma busca e dá sentido a suas ações. Assim, ocorre uma outra dimensão semântica de pathos: um estado de sofrimento, de padecimento, de mobilização que dá sentido e orientação aos atos humanos. Pathos não é necessariamente doença, embora a ideia de doença não possa ser descartada. Mas pathos tem a capacidade de acometer um indivíduo e conduzi-lo passivamente a uma certa forma de sofrimento.

Inicia-se, portanto, um grande debate entre o normal e o patológico: ou consideramos o pathos como algo próprio do ser humano, como algo que pode ser modificado e sujeito a um julgamento ético, ou consideramos como uma doença mental que aliena o sujeito, levando a precisar de cuidados especializados.

Com a criação do CID e do DSM, o indivíduo apaixonado não é mais culpabilizado, mas tratado como doente, ele possui agora uma nomenclatura única que fornece uma linguagem comum a pesquisadores e clínicos de diferentes orientações teóricas. Como individuo apaixonado, ele ocupa o lugar do desvio, do erro, e com a criação dos manuais a exigência de normalidade é cada vez maior. O delito não é mais atribuído a ter uma incapacidade de controlar as paixões, ao pathos/passional, mas sim, a ter uma doença, ao pathos/patologia.

As classificações das doenças mentais, deixam de lado os problemas etiológicos e se concentram na nosografia. O principal problema dessa abordagem é o fato de não levar em conta a subjetividade tanto daquele que está sendo “classificado” quanto daquele que classifica. Os manuais não consideram o sofrimento a partir das singulares de cada sujeito e sim como caso particular de uma categoria nosotáxica geral.

Paralelamente aos progressos obtidos com os sistemas classificatórios operacionais, após o advento do DSM, a psiquiatria contemporânea começou a entrar em um processo de crise de identidade; essa crise aconteceu porque o avanço das descobertas científico-naturais propiciadas pelas pesquisas baseadas no sofrimento psíquico fez com que os limites entre a psiquiatria e disciplinas vizinhas como a neurologia, a farmacologia, a genética e a geriatria ficassem cada vez mais imprecisas. A situação tem despertado relevantes questões a respeito da especificidade da psiquiatria como especialidade médica.      

Inúmeras dúvidas surgem diante dessa perspectiva, tais como: teria, de fato, a psicopatologia ainda razão de existir após o advento da revolução dos DSM? O que a justificaria? O que definiria, no contexto atual, a psicopatologia e o objeto psicopatológico? Dentre outras... Nenhuma das perguntas é fácil de ser respondida, uma vez que são os próprios fundamentos da psiquiatria que estão em cheque, bem como sua legitimidade epistemológica enquanto disciplina.

Não obstante a dificuldade, o autor tenta situar a importância e os limites da abordagem pragmática/operacional da psiquiatria contemporâneo, refletindo sobre a especificidade da perspectiva psicanalítica do objeto psicopatológico.

O termo psicopatologia recobre um horizonte semântico amplo. Numa abordagem intuitiva é marcada pela perspectiva médica, sob tendência a defini-la como campo do saber da observação, classificação e explicação das doenças mentais, mas importante chamar a atenção para o problema da definição de doença mental, que é a base dessa disciplina.

A concepção que liga o termo psicopatologia à doença mental não é auto evidente e, na verdade, implica em um recorte na posição no campo amplo das abordagens do sofrimento psíquico.

O termo grego «pathos» não se confunde com aquele de «nosos». Este diz respeito à doença enquanto realidade objetiva inscrita no real do corpo. «Pathos», por sua vez, refere-se à condição de se estar passivamente afetado por algo da ordem da paixão, o que movimenta o sujeito em uma busca e dá sentido a suas ações.

Durante a história, diversas foram as visões sobre a loucura. A ideia grega de loucura estava marcada por uma concepção da paixão. Na Grécia arcaica, o caráter de um desastre, de uma desgraça objetiva intervindo na vida de um indivíduo, transcendente ao sujeito: a vontade dos deuses, sem qualquer implicação do sujeito no processo de instalação de sua loucura. Tal visão modifica-se radicalmente com a entrada no período clássico, nessa situação, o homem seria o direto responsável por sua perdição. Nessa época indagações sobre a implicação do sujeito em seu adoecimento psíquico eram feitas, questões que permaneciam até a chegada que Freud, que elucida a reflexão sobre o sofrimento e sua remissão à verdade do desejo e às formas que o sujeito tem de se situar em face dele.

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