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A Psicossomática

Por:   •  6/5/2019  •  Artigo  •  6.207 Palavras (25 Páginas)  •  97 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ

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Contribuição para a compreensão da psoríase a partir da perspectiva psicanalítica da psicossomática

LUINY CRISTINA DUTRA DE MEDEIROS

TALITA DE CARVALHO COSTA COUTINHO

Rio de Janeiro

2018

INTRODUÇÃO

     Este artigo pretende, através de uma revisão bibliográfica, contribuir para um melhor entendimento sobre a psoríase e seus processos psicológicos destacando esta condição como uma doença relacionada a manifestações psicossomáticas.    

      Para o autor Holperin (1996), o mundo moderno nos cobra cada vez mais resultados em busca por uma perfeição. A valorização do bem material, o individualismo crescente, a competitividade, a transitoriedade das coisas, das pessoas e dos valores estão fazendo surgir novos tipos de doenças agravadas, desencadeadas ou determinadas pelas sobrecargas emocionais. A fragilidade emocional desequilibra o sistema de defesa orgânico e assim contribui para que o individuo fragilizado venha adoecer.

      Segundo Ballone (2007), além das emoções serem capazes de mobilizar o sistema nervoso autônomo, juntamente com outros órgãos, elas podem ter um importante papel na qualidade de vida psicológica.

      Desta forma as emoções influem sobre a saúde e sobre a doença não apenas em decorrência da psico-neuro-fisiologia, mas também através de suas propriedades motivacionais, pela capacidade de modificar as condutas saudáveis, tais como os exercícios físicos, a dieta equilibrada, o descanso, e também para condutas não saudáveis, como o abuso do álcool, tabaco e sedentarismo.

      Cada pessoa tem uma forma particular para reagir aos estímulos da vida, de acordo com seu ponto de vista da realidade, da valorização do passado ou das perspectivas do futuro, as reações de estresse podem variar.

      De acordo com Ballone (2001) as emoções experimentadas, mas não devidamente simbolizadas poderão levar a uma situação de lesão fisiológica ou transtornos de ordem psicossomática.      

      O conceito do adoecer psicossomático não é novo e nem original, há muito tempo se percebeu que o homem não pode ser determinado apenas por seu corpo, ou pelo ambiente que vive ou ainda apenas por sua subjetividade.

      Os seres humanos são seres integrados e vivem situações reais e imaginarias que se ligam e mutuamente influenciam suas atitudes em seu meio, nos seus sistemas sociais.

      Segundo Silva e Silva (2007), estudos tentam explicar o processo de somatização como sendo não apenas a incapacidade de vivenciar ou exprimir as emoções, mas também como a incapacidade de suportar a contenção do excesso e da experiência afetiva.

      A noção psicossomática do adoecer aparece desde a antiguidade, de um modo geral nas grandes culturas da Idade Antiga. É na Grécia dos grandes filósofos que o homem é visto de maneira mais próxima desta visão globalizada, onde a dimensão funcional é o corpo, e a psique tem a função de manter controlada e regulada estes aspectos funcionais (ALVES et al apud VOLICH, 200). 

      Para Silva e Silva 2007 (apud STEINER e PERFEITO, 2003), células nervosas tem ligação muito próxima com as células que originam a pele.   Observa-se então que o estado emocional da pessoa tem alguma relação com aparecimento de muitas doenças da pele. As alterações emocionais podem se manifestar por algum órgão do corpo, chamado de "órgão de choque". A pele é um desses "órgãos de choque" e, certamente, sofre em função dessas oscilações emocionais.

      Deste modo para a psicologia como ciência, conhecer as manifestações psicossomáticas e as relações mente/corpo e meio externo é de suma importância.

      Este trabalho tem por objetivo, do ponto de vista psicossomático, contextualizar as condições emocionais que predispõem o acometimento da psoríase. Enfatizaremos os aspectos conceituais e históricos da psoríase; a importância psíquica de pele com relação à manifestação da psoríase e as contribuições da psicossomática.

PSORÍASE: Alguns aspectos históricos e uma conceituação básica

     

       Segundo Romiti (2009), o primeiro relato histórico da psoríase se deve a Celsus (25 a.C.-45 d.C.).

      Hipócrates (460-375 a.C.) também descreveu lesões de aspecto semelhante à psoríase que classificou como "erupções escamosas". Foi Galeno (133-200 d. C.) quem cunhou a palavra psoríase, do grego psora, prurido (ROMIT et al 2009).

      Mais tarde Robert Willian no início do século XIX que caracterizou de forma criteriosa e precisa a psoríase, bem como a descrição de suas diferentes variantes clínicas, sendo, assim, definitivamente separada da hanseníase em 1841 (ROMITI et al , 2009).

      Para Azulay (2008, p 108), a psoríase é uma doença caracterizada pela hiperplasia epidérmica, com ciclo evolutivo acelerado dos queratinócitos (células diferenciadas do tecido epitelial) associados a uma ativação imune inapropriada.

      De acordo com o mesmor, na psoríase o ciclo evolutivo das células epidérmicas é mais rápido  do que na pele normal, o que leva a grande produção de escamas devido à imaturidade da pele ( AZULAY, 2008).

      Azulay (2008, p 109) ainda afirma que fatores psicogênicos e estresse emocional representado pelas perdas ou modificações na vida (que desencadeiam emoções intensas independente da sua natureza) devem ser levados em consideração na instalação ou agravamento da doença.

            O envolvimento emocional está grandemente presente na vulnerabilidade imunológica e na suscetibilidade a infecções.

      A doença é pouco vista em negros, índios e amarelos e não existe entre esquimós, a doença será mais grave quando acometida por crianças e isso ocorre em sua forma denominada de Psoríase Familial que está intimamente associada a problemas imunológicos, tal como complexo de histocompatibilidade nas moléculas W6;DR7;B1 e B57; que acomete a pessoa desde criança e, não se desenvolve mais tarde.

      Observa-se que, quanto mais cedo ocorrer à doença, pior o prognostico. Com relação à cura, não se conhece um método terapêutico, porém é possível controlar a doença na maioria dos casos (SILVA e SILVA, 2007).

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