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A SINTOMATICA INFANTIL EM PSICANÁLISE

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Por:   •  29/1/2015  •  3.706 Palavras (15 Páginas)  •  464 Visualizações

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A SINTOMÁTICA INFANTIL EM PSICANÁLISE¹

THE SYMPTOMATIC CHILD IN PSYCHOANALYSIS

SABRINA PINTO AFFONSO

NATÁLIA PACHECO ERTHAL

RESUMO: O presente artigo elucida as questões pertinentes em clínica infantil sobre a ótica da Psicanálise, fazendo algumas reflexões em torno do sintoma e sua relação parental. Para esse fim realizamos uma pesquisa bibliográfica sobre os principais autores desta prática, explorando os aspectos transferências e o uso do brincar como técnica.

Palavras-chaves: Sintoma; Psicanálise; Infância; Transferência; Brincar.

ABSTRACT: This article elucidates the relevant issues of child on the perspective of clinical psychoanalysis, making some thoughts around the symptom and its parental relationship. To this end we performed a literature search on the key authors of this practice exploring aspects transfers and the use of play as a technique.

Keywords: Symptom; psychoanalysis; childhood; transfer; Play.

¹Trabalho final da Disciplina Pesquisa Avançada em Psicologia, ministrada pela Prof.ª Verônica Cavalcante Pessoa Melo da Graduação em Psicologia da Universidade Estácio de Sá.

INTRODUÇÃO

O presente artigo é uma revisão de cunho bibliográfico psicanalítico sobre o sintoma, destacando a relação sintomática na constituição infantil, no sentido de compreender os aspectos das funções parentais envolvidos no sintoma.

Nos primeiros meses após o nascimento, a mãe possui a função de ego auxiliar da criança. Dessa forma, o narcisismo deve ser alimentado pela mãe em relação ao bebê, pois tal investimento é fundamental na forma como a criança se posicionará diante do outro e marcará como a criança irá se inscrever na ordem do desejo.

A ausência de investimento libidinal materno afetará toda a constituição do sujeito, pois a criança só se percebe no olhar do outro.

O entrelaçamento sintomático infantil as fantasias parentais proporcionam ao analista a escuta da demanda dos pais e de instituições onde a criança pertença, tendo em vista que a criança por si só, não procura o atendimento e, por si só não viabiliza o seu próprio atendimento. Ressaltamos que o trabalho analítico com criança tem que ir além da demanda narcísica parental, procurando retirar a criança da posição da estrutura familiar, onde seu sintoma muitas vezes mascara as tensões libidinais dos pais, apesar de não se esgotar nelas. Por outro lado, os sintomas infantis são uma confirmação do fracasso do ideal de seus pais, demonstrando, através de seu sintoma, sua própria subjetividade.

Neste contexto, não há como excluir os pais da análise de uma criança, já que o sintoma da criança desenrola-se nos interstícios do discurso parental; é imprescindível reconhecer que se o discurso dos pais funciona como uma matriz simbólica de partida, fundamental para a constituição psíquica da criança, o inconsciente infantil não é um simples reflexo do inconsciente parental.

A CLÍNICA PSICANALITICA INFANTIL

A criança entra no dispositivo analítico como sujeito do sintoma, endereçado a um Outro. Na transferência possibilita-se o percurso da alienação ao significante do Outro; o significante do desejo materno que ele sustenta como seu sintoma à separação de sua posição de objeto no fantasma materno, que permite o acesso a seu próprio desejo, localizando-se na estrutura, em relação à falta do desejo do Outro.

Sendo assim a criança deve ser ouvida como sujeito de seu próprio discurso, na sua construção sintomática é revelado em função simbólica dos pais, sem se esgotar em si própria. Isto significa reconhecer a ligação fundamental entre a criança e seus cuidadores fundamentais.

O significante criança remete também à origem, na medida em que as causas dos sintomas são referidos à sexualidade infantil. Freud fez a partir dessa descoberta um percurso, desde a procura do trauma sexual real à consideração da sexualidade como o real traumático inerente à constituição de todo ser que possua a fala. Para abordar esse real, o sujeito constrói o que Freud denominou os "fantasmas originários": cena originária, castração, sedução. Sendo estes fantasmas originários partes constituintes das fantasias do inconsciente; sendo eles organizadores da vida que não tem nenhuma correlação com as vivencias do sujeito e sendo a sexualidade da criança implícita no fantasma.

Sendo a infância uma fase de descobertas e aprendizados, a criança desde que nasce está em constante aprendizado e a principal referência são os cuidadores, em especial a mãe, no qual para o bebê nos primeiros meses de vida, assume a posição de como se fosse uma extensão do corpo da mãe. Ao longo do seu desenvolvimento e ao passar por alguns estágios, é que o bebê vai percebendo o mundo externo e aprendendo por meio de outras fontes, exploração de objetos e outras pessoas que agora são referências. Ao passar por essas etapas seu psiquismo vai sendo formado, e a maneira como ele apreende o que lhe é marcado é estruturante para a formação da sua personalidade.

É através das brincadeiras espontâneas que ocorre o desenvolvimento da inteligência e das emoções, e assim, as crianças desenvolvem a sua individualidade, sociabilidade e vontades. A brincadeira é importante para incentivar não só imaginação e afeto nas crianças durante o seu desenvolvimento, mas também para auxiliar no seu desenvolvimento.

O SINTOMA INFANTIL EM PSICANÁLISE

O inconsciente está estruturado como uma linguagem e a construção tem como suporte o retorno de significantes de fixação do sujeito. É a partir da retroação da demanda no discurso que Freud (1915) procede a estabelecer as pulsões parciais. A ação do tempo lógico, do só depois, permite escrever algo definitivamente perdido na origem do sujeito.

A perspectiva psicanalítica de Freud surgiu no início do século XX, dando especial importância às forças inconscientes que motivam o comportamento humano. Freud, baseado na sua experiência clínica, acreditava que a fonte das perturbações emocionais residia nas experiências traumáticas reprimidas nos primeiros anos de vida. Acreditava também que a personalidade forma-se nos primeiros anos de vida, quando as crianças lidam com os conflitos entre os impulsos biológicos inatos, ligados às pulsões e às exigências da sociedade.

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