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A Saúde Mental e Atendimento Psicossocial

Por:   •  29/8/2022  •  Resenha  •  1.240 Palavras (5 Páginas)  •  80 Visualizações

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Síntese

Evanilda Guedes Belo

 Disciplina: Saúde Mental e Atendimento Psicossocial

Música terapia com pessoas com câncer.

A musicoterapia em oncologia: percepções de crianças e adolescentes em cuidados paliativos

A musicoterapia estuda a influência do som sobre o ser humano, com o objetivo de abrir canais de comunicação, produzir efeitos terapêuticos, psicoprofiláticos e de reabilitação pessoal e social. Através de reações sensoriais, hormonais e fisio-motoras, os efeitos fisiológicos mudam o metabolismo, liberam adrenalina, regulam a frequência respiratória, sanguínea, reduzem a fadiga do tônus muscular e aumentam o limiar de estímulos sensoriais, trazendo atenção e concentração.

Para analisar as percepções de crianças e adolescentes com câncer em cuidados paliativos sobre a musicoterapia foi aplicado um roteiro de perguntas para a técnica do desenho-estória (D-E). A técnica do D-E constitui uma ferramenta que une o desenho livre e a contação de estórias, permitindo, desse modo, que os indivíduos revelem situações conflitantes e problemas emocionais em uma folha de papel. A técnica foi realizada em dois momentos: no primeiro, solicitou-se a realização de um desenho sobre o modo como cada criança e adolescente estavam se sentindo diante da hospitalização; em seguida, pediu-se que contassem uma estória do desenho realizado. Em sequência, no segundo momento, foi realizada a interação musical, mediante pré-seleção pelos próprios participantes, sendo o modo de entrega ao vivo, voz e violão.

Quando não era possível devido à escolha da música, a apresentação da música foi feita por meio de aparelho de som. Para a escolha da música, a coletadora questionava sobre a música que o participante gostaria de ouvir. Após a interação musical, a entrevista envolveu perguntas sobre o que os momentos musicais representaram para cada um. Para responder, os participantes realizaram um novo desenho, contando a estória. Essas atividades descritas foram realizadas em um único dia, no lugar onde criança ou adolescente se encontrava, com uma média de duração de aproximadamente 60 minutos por participante.

No primeiro desenho observou-se a tristeza das crianças por estarem em um ambiente longe da família e amigos e como se fosse uma prisão que traz solidão, pois não estão livres para estarem ou não estarem lá. Há o reconhecimento que o hospital é o único lugar que pode auxiliá-los a melhorar a saúde. A música auxiliou a esquecer o que estão passando e a não desistir da vida, fazendo com que eles se lembrem de casa e de familiares, do acalanto materno, sintam-se livres e permitindo o alívio da dor. Por meio da musicalização observou-se uma característica afetiva (materna/familiar) e técnica (promoção do alívio da dor). Ainda a partir da musicoterapia sentem com forças para não desistir e fez lembrar da mãe que nunca desisti, foi relatado, também o fortalecimento da esperança. A música auxiliou a mudar as percepções quanto ao hospital, proporcionou bem-estar, mesmo diante das tristezas e notícias ruins relacionadas aos problemas de saúde.

Assim, foi evidenciado que a musicoterapia pode ser benéfica durante o processo de hospitalização da criança e do adolescente com câncer. Sob o ponto de vista iconográfico, observou-se no presente estudo uma tendência diferenciada no conteúdo dos desenhos realizados após a intervenção musical, visto que foi explanado um maior quantitativo de elementos e de cores dispostos nas folhas de papel.

Em paciente com dores crônicas adultos também já foi evidenciado alívio da dor e a música trouxe lembranças que fortaleceram a esperança. Em um estudo de abordagem quantitativa e qualitativa com dez indivíduos com câncer que apresentavam dor crônica e idade acima de 60 anos verificou-se redução dos escores de dor após a sessão de música em 100% dos casos. Pode-se perceber que as pessoas apresentavam dor de moderada a intensa antes da sessão de música (entrevistados 01, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09 e 10), obtendo redução da intensidade da dor após a sessão. Os escores de dor demostram que todos apresentavam dor antes das três sessões de música, sendo que a maioria tinha dor de moderada e intensa. Porém, após as três sessões de música, todos relataram redução na intensidade da dor, variando de fraca a ausente. Cada paciente, em seu prontuário, apresentava uma frequência e intensidade da dor e prescrição de medicamentos analgésicos e coadjuvantes para dor. Após aplicada a sessão de música em três dias não consecutivos foi relatada tal diminuição. Apenas um indivíduo teve, na segunda sessão de música, uma redução no escore da escala numérica de 6 para 4, permanecendo com dor moderada.

Além da música, a ligação que a pessoa tem com outros situações que lhe trazem conforto ou direcionam a sua vida podem contribuir no alivio e fortalecimento da pessoa no sentimento de não desistência, como por exemplo religião ou seu fascínio por esportes radicais. No caso da religião, em Teresina, no Estado do Piauí os pacientes com câncer, sendo evangélicos, católicos, espiritas ou alguma matriz religiosa que frequentavam - queiram ouvir músicas que falassem de Deus naquele momento. Pode-se observar que a capacidade de autocura do ser humano está diretamente ligada também a crenças religiosas, à fé e à música quando ela atinge os sentimentos.

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