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A Terapia Cognitiva Dos Transtornos De Personalidade

Por:   •  17/5/2024  •  Trabalho acadêmico  •  1.330 Palavras (6 Páginas)  •  25 Visualizações

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ESTUDO DIRIGIDO: TERAPIA COGNITIVA DOS TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE

Ana Caroline Assunção e Silva; Jennifer Karoline Oliveira; Vitória Borges Ferreira.

  1. Explique: “Nossa teoria de transtornos da personalidade leva em conta o papel de nossa história evolutiva na maneira como nossos padrões de pensamento, sentimento e ação foram moldados” (p.18).

Segundo estudos, os padrões de personalidade humanos podem ter sido influenciados pela herança filogenética de cada um, elemento favorecido pela seleção natural. Em função dessa seleção, entende-se a existência de estratégias adaptativas que envolvem os esquemas, estruturas básicas associadas às crenças, que influenciam os processos cognitivos, afetivos e motivacionais, sendo fundamentais para a personalidade. Nesse sentido, a interação entre as estruturas geneticamente determinadas e as experiências, é um fator diretamente relacionado aos padrões de personalidade de cada ser humano. Logo, o processamento cognitivo (afeto, motivação e motivação) pode ter sido influenciado pela capacidade de instinto de sobrevivência e reprodução.

  1. De que forma os autores explicam a “interação entre o genético e o interpessoal”?

Os autores acreditam que o ser humano nasce com um conjunto de necessidades básicas que perpetuam por toda a vida. Estas necessidades são representadas por desejos, ânsias e impulsos que  exigem uma satisfação quase instantânea, possuindo uma predisposição para satisfazer tais desejos e para associar-se aos recursos necessários para o sucesso e a sobrevivência. Nesse sentido, o homem possui respostas defensivas automáticas e, somado à isso, apresenta estruturas inatas que percebem e respondem as ameaças e as necessidades. Além disso, há a ideia de que os indivíduos estão naturalmente equipados e preparados para experimentar desejos e experiências abrangentes, sendo a seleção natural, nesse aspecto, responsável pelo ajustamento do comportamento programado e demandas do ambiente e da cultura de cada contexto. Ainda nesse sentido, percebe-se que o contexto atual é totalmente influenciado e modificado pelas ações humanas, havendo a necessidade da nossa própria adaptação.

Ainda no sentido da interação entre o genético e o interpessoal, ressalta-se que o campo genético não determina completamente o tipo de personalidade e visão de mundo, existindo a influência das interações sociais dentro de um contexto cultural e evolutivo que desenvolve-se por toda a vida.

  1. Como se dá a “transição para um Transtorno da Personalidade”?

Como citado anteriormente, o ser humano influência e modifica o ambiente, exigindo mudanças nas estratégias adaptativas de cada contexto. Sendo assim, estratégias adaptativas que antes eram consideradas úteis e essenciais para a sobrevivência, diante da mudança contextual, se tornam disfuncionais. Em uma sociedade individualizada e extremamente tecnológica, um ajuste social desadaptativo pode ser um fator responsável pelo culmino de um transtorno de personalidade. Alguns padrões de comportamento derivados da evolução humana podem ser problemáticos, como estratégias predatórias e competitivas que, em um ambiente social e mais desenvolvido, poderiam ser classificadas como um transtorno de personalidade antissocial. Outro exemplo refere-se ao padrão de comportamento de luta e fuga que, apesar de ter sido considerado uma resposta útil ao perigo, pode se tornar, na atualidade, a base para um transtorno de ansiedade.

Além disso, as estratégias que levam a transição para transtorno da personalidade são inflexíveis e excessivamente generalizadas e, por vezes, inevitáveis. Tal fator interfere no bem-estar humano, sendo considerado que um transtorno pode se manifestar na ausência de outra estratégia de moderação. A exemplo, cita-se o narcisismo, que se desenvolve a partir da falta dos elementos moderadores de empatia ou reciprocidade social.

  1. Explique “padrões superdesenvolvidos e subdesenvolvidos” e a relevância desse conceito para a Psicoterapia.

Os esforços adaptativos que surgem para satisfazer as necessidades básicas podem se desenvolver de uma forma excessiva e, por vezes, disfuncional, ocasionado a evolução de transtornos. As estratégias superdesenvolvidas específicas estão associadas à base dos transtornos de personalidade e influenciam negativamente as avaliações de risco e perda, aumentado a vulnerabilidade do homem a transtornos de personalidade. Nesse sentido, ao investir de forma excessiva em um tipo de comportamento, outros comportamentos adaptativos e necessários são ofuscados e enfraquecidos, tornando-se subdesenvolvidos e prejudicando o desenvolvimento funcional da personalidade. É relevante citar que a predisposição genética pode influenciar e favorecer determinados padrões de preferência em detrimento de outros possíveis.

Entender o funcionamento desses conceitos é essencial para o entendimento da relação do modelo evolutivo e o desenvolvimento de transtornos de personalidade e síndromes somáticas, além de favorecer o entendimento a respeito de quais estratégias estão hipertrofiadas e quais estão subdesenvolvidas, estabelecendo um sentido entre isso e a personalidade do indivíduo.

  1. Com base nos perfis cognitivos apresentados no texto, discuta os seguintes casos clínicos. Utilize, para essas discussão, as informações contidas na tabela 2.2 (págs. 38 a 41):

  1. "João é um homem de 35 anos que trabalha em uma empresa de TI. Ele é extremamente tímido e ansioso em situações sociais, evitando reuniões de equipe, apresentações ou eventos de networking. João é extremamente autoconsciente e teme ser julgado ou rejeitado pelos outros, o que muitas vezes o impede de fazer amigos ou avançar em sua carreira. Ele tem dificuldade em iniciar relacionamentos amorosos e manter amizades profundas, pois tem medo de ser rejeitado ou ridicularizado. João tende a evitar situações que possam expô-lo ao risco de ser avaliado negativamente, e muitas vezes se sente isolado e solitário como resultado. Embora ele tenha um grande potencial em sua carreira, seu medo de interação social o impede de avançar e progredir."

De acordo com os dados expostos na tabela, entende-se que João pode apresentar um Transtorno de Personalidade Evitativo, pelo fato de apresentar como crença central uma visão de si socialmente inferior e passível de críticas constantemente. Teme ser julgado, por isso, entende que pela visão de terceiros é uma pessoa inferior e desprezada, dificultando sua relações interpessoais. Como crença condicional/preditiva e imperativa, acredita não ser uma pessoa merecedora de amizades e teme constantemente por suas ações e aparência. Percebe-se que suas estratégias superdesenvolvidas referem-se à evitação da atenção e de atividades que promovem exposição social, se isolando e fugindo de atividades, inclusive as necessárias. Suas estratégias subdesenvolvidas estão relacionadas à capacidade de enfrentamento e de correr riscos, além da capacidade de comunicação, interação e autoafirmação, visto que apesar de possuir potencial de sucesso, não o reconhece nem o coloca em prática de forma funcional.

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