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Princípios fundamentais da terapia cognitiva. In: Terapia cognitivo-comportamental na prática psiquiátrica~

Por:   •  26/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.568 Palavras (7 Páginas)  •  985 Visualizações

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 KNAPP, Paulo. Princípios fundamentais da terapia cognitiva. In: Terapia cognitivo-comportamental na prática psiquiátrica. Porto Alegre: Artmed, 2004.

WRIGHT, Jesse H.; BASCO, Monica R.; THASE, Michael E. Princípios básicos da terapia cognitivo-comportamental. In: Aprendendo a terapia cognitivo-comportamental: um guia ilustrado. Porto Alegre: Artmed, 2008.

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é descrita nos textos como se referindo à construção teórica que compreende vários tipos de abordagens, entretanto, incorporado a cada uma, estão os mesmos pressupostos básicos que são caracterizados como: os pensamentos podem influenciar o comportamento, o pensamento é passível de observação e remodelação e o comportamento que se deseja pode ser induzido por intermédio da mudança no pensamento. Uma das particularidades da TCC é que o terapeuta não tem seu papel fundamentado em interpretação do material trazido pelo paciente. Terapeuta e paciente estruturam o trabalho de modo concomitante.

No modelo cognitivo a terapia se fundamenta na articulação entre cognição, emoção e comportamento, e o desempenho adequado de cada um desses segmentos proporciona ao indivíduo saúde mental. Destaca-se então que o evento que elicia o comportamento não é o mais significativo, mas sim o que se pensa sobre este evento. Dessa forma, se observam distorções do pensamento que são, basicamente, juízos equivocados a respeito de acontecimentos sendo estes o foco de correção na terapia. Ressaltando que “o modelo básico de TCC é um construto usado para ajudar os terapeutas a conceitualizarem problemas clínicos e implementarem métodos da TCC específicos” (WRIGHT; BASCO; THASE; 2008)

É comum que os conteúdos dos pensamentos em transtornos emocionais sejam característicos como na depressão (visão negativa de si), fobia (medo de perigos em situações específicas) e pânico (medo de um perigo físico ou mental iminente). Dependendo das próprias condições estruturais do indivíduo alguns podem ter ou não uma vulnerabilidade cognitiva, levando em consideração fatores internos e externos.


O texto destaca ainda dois tipos de personalidade, a de orientação sociotrópica e a autônoma, sendo que, um indivíduo saudável mantém ambos em harmonia. Por outro lado, indivíduos que se deslocam para o extremo de uma dessas personalidades acabam tendo variados problemas emocionais. Os de orientação sociotrópica acabam por enaltecer estreitas relações interpessoais com ênfase em ser estimado e acolhido pelos outros (a falta disso pode levar à depressão), e os de orientação autônoma tendem a ser mais independentes de modo que valorizam sua própria satisfação (a perda dessa independência pode levar à depressão).

Quando se trata de estrutura é bem nítido observar essas fragmentações e conceitos na terapia cognitiva. Temos, então, as crenças nucleares, pressupostos subjacentes e pensamentos automáticos.

As crenças nucleares são estabelecidas e criadas desde muito cedo e são elas que moldam o comportamento do indivíduo. Se as crenças forem disfuncionais e não forem trabalhadas, acabam por produzir prejuízos na vida do sujeito principalmente porque são vistas como verdades absolutas. O livro aponta três agrupamentos de crenças nucleares, sendo estes: desamparo (impotente, frágil, vulnerável), desamor (sem atrativos, indesejável, abandonado) e desvalor (inadequado, incompetente, fracassado).

Os esquemas, então, são as estruturas que contém essas crenças acima citadas e com base nelas formulam a interpretação das experiências vitais. Sendo assim, temos esquemas para todas as situações, e, com base nesses esquemas, é que nos comportamos de determinada forma diante de diferentes estímulos. Não obstante, os esquemas também podem apresentar disfunções sendo elas agrupadas em três formas principais: manutenção do esquema (tentar de todas as formas reforçar o esquema para que seja uma verdade completa), evitação do esquema (o sujeito se esquiva de qualquer situação que pode ativar o esquema) e, por fim, compensação do esquema (tentativa de contradizer o esquema).

Outra estrutura da terapia cognitiva são os pressupostos básicos que dizem respeito das condições que o indivíduo cria para lidar com as crenças nucleares disfuncionais. É comumente atribuído o termo “estratégias de enfrentamento” aos comportamentos advindos dessas regras estabelecidas pelos pressupostos básicos.


Então, se o indivíduo tem determinada crença, logo em seguida já criará uma suposição e regra para eliminar o desconforto e a partir daí apresentará um comportamento para lidar com isso.

Posterior a estes se tem os pensamentos automáticos que são mais facilmente detectáveis apresentando-se em forma de pensamento ou imagens. Também são divididos em três tipos sendo eles: distorcidos (ocorrem mesmo que haja indícios do inverso), acurados com conclusão distorcida e acurados, mas totalmente disfuncionais.

Wright (et al., 2008) traz resultados relacionados ao processamento de informações patológicos relacionados à depressão (desesperança, visão negativa do ambiente, atribuições errôneas), ansiedade (medo de ferir-se, maior atenção sobre informações de ameaças em potencial) e aos dois combinados (maior frequência de distorções cognitivas, capacidade cognitiva reduzida para solução de problemas)

Levando em consideração os princípios básicos da terapia cognitiva, o texto ressalta que não é apenas uma mudança nos pensamentos, mas um trabalho que também leva em consideração o emocional e o afeto presente na relação terapêutica. As intervenções utilizadas para modificar os pensamentos distorcidos não devem ser exclusivas do processo de terapia, mas há também um fator de prevenção no qual o terapeuta deve ajudar o paciente a planejar estratégias para lidar com situações futuras que possam desencadear disfunções.

Dependendo do problema apresentado pelo paciente, a duração da terapia acompanhará a gravidade do caso. É sabido que sessões de 45 a 50 min são frequentemente utilizadas, mas há também experimentos que comprovam a eficácia de sessões de 25 min em casos de depressão que obtiveram êxito. Mesmo que o foco na TCC seja o problema presente do paciente, é importante que haja uma investigação de mais ampla para se ter uma perspectiva mais acertada.

Para que o tratamento seja eficaz e que tenha bons resultados é preciso que o terapeuta tenha domínio da habilidade de conceitualização cognitiva. Esta não é feita apenas uma vez, mas desde o início do processo até o final, o que ajuda o terapeuta a perceber mudanças ocorridas, hipóteses que não são mais consideradas e tudo isso em cooperação com o paciente.

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