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A Trajetória da Psicologia Social e suas principais tendências no cenário internacional e nacional- um breve resgate

Por:   •  27/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.192 Palavras (13 Páginas)  •  476 Visualizações

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A trajetória da Psicologia Social e suas principais tendências no cenário internacional e nacional-  um breve resgate

Resumo- Este trabalho tem como objetivo apontar de forma breve, um pequeno resumo sobre a trajetória da Psicologia Social desde o seu surgimento no país de origem os EUA, a difusão de suas ideias pela Europa e na América Latina e em seguida, apresentar suas principais tendências e características mais relevantes diante de sua participação, no estudo dos processos sociopsicológicos que ocorriam perante os movimentos e mudanças sociais em meados do século XX. E por fim, mostrar como esse cenário influenciou suas produções científicas que marcou a sua evolução dentro desse campo, e que possibilitou especialmente, o seu reconhecimento a cerca da importância da análise desses estudos sobre os processos sociais que fundamenta e influencia, essa disciplina, até hoje situando-a dentro de seu conhecimento e construção histórica.

No decorrer de sua breve história, a Psicologia Social tem se caracterizado pela pluralidade e multiplicidade de abordagens teóricas adotadas como referenciais legítimos à produção de conhecimentos sociopsicológicos, Ferreira (2010). Por conta dessa pluralidade, durante a sua trajetória e desde o seu surgimento a Psicologia Social não possui um marco único que caracterize a sua origem. Tendo assim, diversas causas que ao longo dos séculos foram sendo construídas, as quais culminaram por estruturar ideias que fundamentaram e possibilitaram o seu surgimento como ciência. Araújo (2008).

Corroborando com esse processo multideterminado, sobre a origem da PS, segundo Álvaro e Garrido (2006), conforme citado por Calegare (2010), essa pluralidade relacionada na formação da Psicologia Social, tem destaque em diversas origens múltiplas, e não apenas pela obra de um ou outro autor. Para Rodrigues (1978, p. 39), apud Calegare (2010, p.35) os manuais de Psicologia Social diferem consideravelmente a respeito das origens modernas dessa disciplina. Segundo Krüger (1986, p. 10), apud Calegare (2010, p.35) o início das especulações, interpretações e doutrinas a respeito do Homem e do seu comportamento social remonta a filósofos das civilizações clássicas, helênicas e romana, que alimentam as raízes da cultura ocidental até hoje.

Devido à diversidade dessa disciplina a PS ao longo de sua trajetória, encontrou certa dificuldade acerca de delimitar um objeto de estudo que representasse essa disciplina. Contudo, o binômio indivíduo- sociedade, isto é o estudo das relações que os indivíduos mantêm entre si e com a sociedade ou cultura, sempre esteve no centro das preocupações dos psicólogos sociais, com pêndulo ora oscilando para um lado, ora para o outro. (Ferreira, 2010).

A ênfase maior dada ao indivíduo ou à sociedade fez com que diferentes autores (House, 1977; Stephan & Stephan, 1985), apud Ferreira, (2010, p.51) começassem a defender a existência de duas modalidades de Psicologia Social: a Psicologia Social Psicológica e a Psicologia Social Sociológica. A Psicologia Social Psicológica, segundo a definição de G. Allport (1954), apud Ferreira, (2010, p.51) que se tornou clássica, procura explicar os sentimentos, pensamentos e comportamentos do indivíduo na presença real ou imaginada de outras pessoas. Já a Psicologia Social Sociológica, segundo Stephan e Stephan (1985), apud Ferreira, (2010, p.51), tem como foco o estudo da experiência social que o indivíduo adquire a partir de sua participação nos diferentes grupos sociais com os quais convive.

Atribuindo enfoque a Psicologia Social Psicológica, esta surgiu nos EUA no início do século XX e teve seu desenvolvimento e transformações marcadas por meio das influências do Behaviorismo (Allport, 1924), apud Calegare (2010, p.37), Neobehaviorismo (Hull, 1952, Skinner, 1938, apud Calegare (2010, p.37), Gestalt (Lewin, 1951, 19702 ; Asch, 1952/1977), apud Calegare (2010, p.37),  e Psicologia Cognitiva. A Psicologia Social ganhou visibilidade principalmente pelos autores provenientes desta tradição, e Farr (1998), apud Calegare (2010, p.37), aponta Asch como um dos precursores da Psicologia Social cognitiva, nos EUA. No entanto, por ter boa parte de suas ideias inspiradas na Gestalt, Corga (1998), apud Calegare (2010, p.37),  o localiza ainda sob as influências desta última, e não da Psicologia Cognitiva.

De acordo com Ferreira (2010), ainda sobre a perspectiva da Psicologia Social Psicológica o exemplo marcante que dá enfoque a essa vertente é o livro texto de Psicologia Social publicado em 1924, por Floyd Allport, considerado um dos mais famosos psicólogos sociais behavioristas da época. Ao defender que a Psicologia Social deveria concentrar-se no estudo experimental do indivíduo, na medida em que o grupo constituía-se tão somente em mais um estímulo do ambiente social a que esse indivíduo era submetido, Allport define os contornos da Psicologia Social Psicológica como uma disciplina objetiva, de base experimental e focada no indivíduo Franzoi, (2007), apud Ferreira, (2010, p.52).

Entretanto sob a influência desses estudos mas na intenção de desenvolver uma abordagem politicamente engajada a cerca do ambiente social no qual esse indivíduo está inserido, os anos de 1920 e 1930 serão dominados pelo estudo das atitudes, da influência social interpessoal e da dinâmica de grupos. No que tange às atitudes, a investigação concentrou-se no desenvolvimento de diferentes técnicas destinadas a mensurar tal constructo tomado como um fenômeno mental (McGarty & Haslam, 1997), apud Ferreira, (2010, p.52).

Citado por Ferreira, (2010, p.52), no que se refere à influência social e dinâmica de grupos, merecem destaque os experimentos realizados por Muzar Sheriff e Kurt Lewin, psicólogos europeus que imigraram para os EUA e receberam fortes influências do gestaltismo. Sheriff (1936) apud Ferreira, (2010, p.52) estava interessado no processo de formação de normas sociais, tendo chegado à conclusão de que os grupos desenvolvem normas que governam os julgamentos dos indivíduos que dele fazem parte, bem como dos novos membros que a elas também se adaptam, em função das normas grupais existirem à revelia de seus membros individuais.

Em meados do século XX, as consequências das mazelas trazidas pela guerra  marcou um cenário de grandes e profundas mudanças sociais. E segundo a autora Ferreira, (2010, p.52), dois principais temas surgiram nas duas décadas subsequentes, que assinalaram o período da Segunda Grande Guerra e do pós-guerra: atitudes e percepção de pessoa. A investigação das atitudes, iniciada nos anos 20, prosseguiu nas décadas seguintes com os experimentos de Carl Hovland e sua equipe sobre comunicação e persuasão (Hovland, Janis & Kelley, 1953), apud Ferreira (2010, p.52), que levaram a importantes conclusões acerca dos diferentes fatores que interferiam na mudança de atitudes.

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