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A Psicologia Social: Principais temas e vertentes.

Por:   •  2/4/2020  •  Trabalho acadêmico  •  2.432 Palavras (10 Páginas)  •  1.281 Visualizações

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TIPO:  Texto retirado do livro: Psicologia Social: principais temas e vertentes.

ASSUNTO/TEMA:Uma breve história da moderna Psicologia Social (pp.13-30)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:  [pic 1]

RESUMO / CONTEÚDO DE INTERESSE:

O texto se inicia explicando a breviedade da história moderna da Psicologia Social e contextualiza suas origens. Divide a Psicologia Social em psicológica e sociológa onde a primeira dá mais ênfase nos processos intraindividuais e a segunda tende a estudar as coletividades sociais..

Sabe-se que já se existiam obras publicadas de vários campos do saber, que abordavam e discutiam as sociedades e os individuos. Entretanto a expressão e “psicologia social” só foi usada pela primeira vez em 1908.

Aborda os precursores que merecem destaque, sendo na Inglaterra, Darwin que teve grande influência na psicologia ao publicar a obra Origem das espécies e a tese da seleção natural. Tempos depois, Hebert Spencer que fundamentou sua teoria na de Seleção Natural e é um dos principais líderes do movimento conhecido como darwinismo social. Ele aplica as ideias de Darwin sobre o desenvolvimento da espécie humana ao desenvolvimento de grupos, sociedades e culturas.

Na Alemanha, Wilhelm Wundt considerado por muitos o pai da psicologia experimental foi importante para a psicologia social, pois, com os experimentos feitos no primeiro láboratorio experimental que ele criou em Lepzing em 1879, com a introspeção controlada e os estudos dos processos mentais básicos ele criou a Psicologia dos Povos, e percebeu que a psicologia deveria estudar as produções mentais coletivas originadas das ações de conjuntos de indivíduos se quisesse chegar à mente humana. Um produto da cultura e da linguagem de um determinado povo, que não poderia ser explicada em termos individuais, mas sim em termos coletivos.

Na França três nomes se destacam. Emile Durkheim que é considerado um dos fundadores da Sociologia. Possui várias obras abordando sociedade e desenvolve o conceito de representações coletivas.

Gabriel Tarde, que cria uma obra denominada As leis da imitação defendendo que a vida social tem como mecanismo básico a imitação. Ele ressalta que as pessoas e status inferior tendem a imitar pessoas de maior status, que o processo de imitação acelera com o tempo e que a cultura nacional é imitada antes da estrangeira

Gustav Le Bon que defende que as massas ou multidões constituem-se em seres psíquicos de características diferentes dos indivíduos que as compõem. Ao se juntar as massas perdem suas caractéristicas individuais e sua autônomia e passam a serem regidos por uma alma coletiva.

Estabelece um vínculo entre a psicologia social e a psicopatologia ao enfatizar a irracionalidade das multidões.

A fundação da Psicologia Social é marcada por duas obras. Uma à psicologia social de William MCDougall  e à psicologia social: uma resenha e um livro texto de Edward Ross.

Edward Ross era sociólogo e norte-americano, influenciado pelas obras de Tarde e de Le Bon, ele caracterizou a psicologia social como o estudo das uniformidades de pensamentos, crenças e ações decorrentes da iteração entre os seres humanos.

MCDougall era psicólogo britânico e foi fortemente influenciado por concepções de Darwin e Spencer sobre a evolução. Sua obra gira em torno do conceito de instinto, ressaltando a importância de certas características inatas e instintivos para a vida social. Cita os três componentes do instinto, a percepção, o comportamento e a emoção. E propôs ainda uma classificação destes instintos em primários, de segunda ordem e pseudoinstintos.

A partir dessas obras e conceitos a psicologia social começa a se definir como uma disciplina independente.

Nas primeiras décadas do século XX os Estados Unidos asssitiram uma acensão do behaivorismo, uma psicologia já com embasamento ciêntifico e que tinha como objetivo o estudo do comportamento humano e animal. Com isso os psicólogos sociais passaram a adotar uma psicologia social eminentemente focada no indíviduo.

Entretanto o primeiro experimento de psicologia social foi realizado com crianças que ao solicitadas enrolar um anzol o mais rapidamente possivel, sozinhas ou na presença de outras crianças, agiam mais rapidamente quando estavam acompanhadas do que quando estavam sozinhas, assim foi os primordios do estudo do fenômeno de facilitação social.

Um marco essencial foi a publicação o livro de Floyd Allport (1890-1978) um dos mais famosos psicologos sociais behaivoristas. Desenvolveu experimentos de facilitação social, comprovando que pessoas que realizavam tarefas acompanhadas tinham melhores resultados. Com sua obra ele definiu uma disciplina objetiva e de base experimental.

Com a acensão da Segunda Guerra Mundial e do Nazismo na Europa, muitos ciêntistas migraram para os Estados Unidos e os psicologos sociais foram destinados a cooperar com os problemas sociais decorrentes da Guerra

Neste caminho, os psicólogos europeus troxeram para a psicologia estadunidense o Gestaltismo. Em que se leva em conta o estudo das percepções e um todo que apresentava características distintas da soma das partes que o constituem. Os psicologos sociais que se destacam nesse caso são: Muzar Sheriff, Kurt Lewin, Fritz Heider e Salomon Asch.

Sheriff realizou experimentos e concluiu que antes ou depois do próprio julgamento tendia a mudar para a norma do grupo e a desconsiderar a própria norma.

Lewin era psicólogo judeu e desenvolveu pesquisas sobre o clima grupal nas quais ressaltou a importância de um líder e o desenvolvimento dele nos grupos. Propôs também a teoria de campo, na qual o grupo era visto como um campo de forças que tinha prioridade sobre suas partes. Inaugurou ainda o programa pesquisa-ação, que tinha como objetivo avaliar o comportamento dos membros de grupos da comunidade e colaborar com sua mudança de atitudes e comportamentos. Afirmava que os grupos possuíam dinâmica própria. Teve uma psicologia empírica e teórica

Heider concluiu com suas pesquisas e experimentos que o individuo percebe o outro e suas ações como um todo organizado e, por essa razão tende a procurar as causas do comportamento do outro, como forma de tornar o mundo social mais organizado, estável e previsível

Asch aplicou os princípios gestaltistas no campo da percepção de pessoas. Segundo ele, ao formarmos uma imprenssão sobre uma pessoa, construímos um todo organizado sobre ela, uma impressão que difere do somatório de todas suas características pessoais

Duas décadas seguintes à psicologia social converteu-se em um campo científico produtivo, com bases solidamente estabelecidas, e fez várias pesquisas inovadoras. Com o intuito de compreender as razões que levaram pessoas cometer atrocídios contra outros seres humanos durante a guerra Theodor adorno dedicou-se ao estudo dos tipos de personalidade.

Outra consequência do período pós-guerra foi o foco dos estudos nas atitudes

Milgram realizou experimentos sobre obediência à autoridade.  Festinger sobre as pressões para a uniformidade que ocorrem nos grupos. Esta foi submetida a uma série de desdobramentos.

A crise da psicologia social ou “era das dúvidas” surgiu em consequência da excessiva individualização da psicologia social e dos movimentos sociais ocorridos nos anos de 1970. Os questionamentos se voltaram para à relevância social. Além disso criticavam-se a artificialidade dos experimentos conduzidos em laboratório e a excessiva fragmentação dos modelos teóricos

Após falar da psicologia social psicologica, agora a ressalva é na social sociológica.  No princípios os precursores foram Charles Cooley e George Mead.

Cooley defende a concepção evulocionista da mente e da sociedade. Ressalta as consequencias da natureza na indentidade. Segundo o autor, o indivíduo, ao interagir com as outras pessoas, torna -se consciente da imagem e dos sentimentos que essas outras pessoas nutrem por ele, isto é, elas atuam como um espelho no qual o indivíduo se vê.

Mead filosofo norte-americano enfatiza que o individuo é produto do desenvolvimento das pessoas em sociedade e estrutura-se por meio do processo de interação simbólica, que leva as pessoas a tomarem consciência de si próprias, mediande perspectiva dos demais membros de seu grupo social.

A partir de uma interpretação da obra de Mead por Blumer, a psicologia social se inicia na escola de Chicago. A escola de Chicago costuma ser identificada com a abordagem qualitativa de pesquisa, talvez porque Blumer tinha a opinião que o estudo do comportamento humano deveria ser conduzido por meio de métodos próprios que, em vez de impor estruturas ao indivíduo, fossem capazes de captar as realidades subjetivas construídas em cada situação. Na realidade, porém, a escola de Chicago primou pelo ecletismo metodológico, tendo usado abordagens quantitativas e qualitativas na tentativa de estudar cientificamente a realidade social e resolver os problemas sociais que a cidade de Chicago enfrentou nos anos de 1930 e 1940, tais como o aumento da imigração, da criminalidade e da violência

Já na escola de Iowa se destaca Kunh, que continuou o interacionismo simbólico e testou algumas preposições de Mead, acabando por abandonar algumas. Além disso postulava que o self e a sociedade dependiam da estrutura social.

Novos desdobramentos teóricos também foram surgindo com o tempo, entre os quais podem ser citados Goffman com a escola dramaturgica e a análise da interação face a face e Styker, que coloca a indentidade composta com vários elementos. Durante muito tempo foram a margem da psicologia social psicológica

Quando a psicologia social já estava firmemente estabelecida nos Estados Unidos foi criado um Comitê Transacional que tinha como objetivo promover a internacionalização da psicologia social. Era composto por seis psicologos, sendo dois deles europeus e o restante estadunidense e tinha na presidencia Leon Festinger. Esse comitê exerceu papel ativo e imprencidivel na construção e consolidação da Associação Europeia de Psicologia Experimental.  Os representates dessa psicologia social europeia destaca-se Henri Taijfel e Serge Moscovici

O comitê Transacional também atuou na América Latina e estimulou a criação de um comitê local. Formaram a Associação de Psicologia Social. No Brasil as primeiras publicações surgiram na década de 1930.

Ate 1970 a Psicologia social dos norte-americanos foi dominante. No final da década os pricólogos sociais brasileiros participaram da ruptura da psicologia social tradicional.

CITAÇÕES

1

[...] “ Darwin acreditava, portanto que o ser humano constitui-se como o produto final de um processo evolucionista que envolveu todos os organismos vivos, ou seja, um animal social que deselvolveu maior capacidade de se adpatar às mudanças ambientais e sociais.” (DARWIN, apud FERREIRA,2011)

2

 [...] “ Seu principal argumento era o de que as nações e os grupos étnicos podiam ser classificados na escala evolucionista de acordo com o seu grau de desenvolvimento, orgaização, poder e capacidade de aadaptação. Desse modo, os povos mais civilizados e avançados em termos culturais eram hierarquicamente superiores aos povos mais atrasados no que tange à escala evolucionista” (SPENCER, apud FERREIRA, 2011)

3

 [...] “ Para ele as representações coletivas (como a religião, os mitos, etc.) constituem-se em um fenômeno ao nível do indivíduo. Nesse sentido, postula que os sentimentos privados só se tornam sociais quando extrapolam os indivíduos e associam-se, formando uma combinação que perpetua no tempo, transformando-se na representação de toda uma sociedade.” (DURKHEIM,  apud FERREIRA, 2011)

4

[...] “As iniciativas individuais constituem-se em uma invenção, enquanto as uniformidades da vida social associam-se à imitação, que consciste portanto, em uma socialização da inovação individual.” ( TARDE, apud FERREIRA, 2011)

5

[..] “Ao se encontrar em uma multidão, o indivíduo sufoca sua personalidade consciente e passa a ser dominado pela mente coletiva  da multidão, que é capaz de levar seus membros a apresentar comportamentos unânimes, emocionais e desprovidos da recionalidade. Em outras palavras as pessoas perdem sua capacidade de raciocíonio e tornam-se altamente sugestionáveis, o que as leva a cometer barbárie que não praticariam se estivessem sozinhas.” (LE BON apud FERREIRA, 2011)

6

[...] “O preconceito contra as minorias sociais em geral está associado a um tipo de personalidade autoritária, caracterizado por traços de rigidez de opiniões, adesão a valores convencionais e intolerância” ( ADORNO, apud FERREIRA, 2011)

7

[...] “as pessoas tendem a buscar a harmonia ou a congruência entre suas crenças e atitudes. Desse modo, quando são induzidas a emitir atitudes contrárias às suas crenças, entram em dissonância cognitiva, o que lhes causa desconforto e as leva a mudar suas crenças ou atitudes, de modo a alcançar novamente a congruência. Assim, por exemplo, se uma pessoa fuma e sabe que isso é prejudicial à saúde, ela poderá resolver essa dissonância parando de fumar (mudança de atitude) ou buscando informações de que fumar não é prejudicial à saúde (mudança de crenças).” (FESTINGER 1957, apud FERREIRA, 2011)

8

“O desenvolvimento da identidade ocorre no contexto da interação com os outros e por meio do uso da linguagem e da comunicação. Tais formulações serviram de base a desenvolvimentos posteriores, tendo influenciado Mead, que também adota a expressão “eu refletido no espelho” (COOLEY, apud  FERREIRO, 2011)

9

“os principais pressupostos do interacionismo simbólico são os seguintes: a pessoa interpreta o mundo para si própria, atribuindo -lhe significado; o comportamento não é uma reação automática a um dado estímulo, mas sim uma construção criativa derivada da interpretação da situação e das pessoas que nela se encontram; a conduta humana é imprevisível porque os significados e as ações dependem de cada situação, enquanto a interpretação das situações e a construção do comportamento são processos que ocorrem durante a interação social.” ( BLUMER 1969, apud, FERREIRO 2011)

10

[...]”papéis limitavam as interações sociais ao exercer influência sobre as concepções que as pessoas desenvolviam acerca de si próprias e dos outros, sobre as definições das situações e sobre os significados que as pessoas construíam.” (KUHN,1964 apud FERREIRO,2011)

11

“procurou enfatizar a dimensão social do comportamento individual e grupal, postulando que o indivíduo é moldado pela sociedade e pela cultura. Apoiando -se em tal perspectiva, desenvolveu a teoria da identidade social, por meio da qual defende que as relações intergrupais estão intimamente relacionadas a processos de identificação grupal e de comparação social.” ( TAIFE 1981, apud, FERREIRO 2011)

12

“retomando os estudos sobre influência social, que até então se preocupavam exclusivamente com os efeitos da maioria dos membros do grupo, isto é, com as pressões para a conformidade, introduz na área o conceito de influência das minorias, tendo realizado investigações com o intuito de averiguar a inovação e a mudança social introduzida por essas minorias” (MOSCOVI, 1976 apud  FERREIRO 2011)

13

[...] “a psicologia social consiste hoje em um campo que se situa na interface da psicologia e da sociologia, buscando compreender a natureza e as causas do comportamento social humano, partindo do pressuposto de que o contexto intraindividual e o social interagem mutuamente, influenciando e sendo influenciado pelo comportamento individual. Orientados por tal perspectiva, os manuais de psicologia social mais recentes têm procurado contemplar as várias vertentes nas quais a disciplina atualmente se desdobra, na tentativa de contribuir para a construção de um conhecimento psicossocial de natureza científica e capaz de ser aplicado à realidade social dos novos tempos”  ( DELAMATER, 2003 apud  FERREIRA 2011)

CONSIDERAÇÕES DO PESQUISADOR: A obra insere-se no campo de psicologia, sociologia e história social. A autora utiliza de argumentos de autoridade, citações de especialistas e vasto acervo bibliográfico. Abordagem descritiva e argumentativa. Aborda em aspectos gerais a moderna e primordial história da psicologia social.

INDICAÇÃO: BOLZANI,berenice. Docente na Universidade de Franca, disciplina:Psicologia Social e Práticas Integrativas I. Curso: Psicologia

LOCAL:  Psicologia social: principais temas e vertentes

ALUNA: Lillian Cristina Castro Soares Costa

TURMA: 2/A

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