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A construção do amor romantico

Por:   •  29/8/2016  •  Trabalho acadêmico  •  3.833 Palavras (16 Páginas)  •  241 Visualizações

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PABLO LEONARDO GULARTE LIMAS

O AMOR ROMÂNTICO NA CONTEMPORANEIDADE  

PSICOLOGIA SOCIAL

Novo Hamburgo

Julho, 2016

Soneto de fidelidade  

De tudo ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure. 

Vinícius de Moraes


RESUMO

O presente trabalho se propõe a trazer reflexões acerca do amor romântico e sua influência na sociedade contemporânea. Por meio da análise da sua construção e surgimento, procura explorar sua relação com o capitalismo e a lógica de mercado.

Palavras-chave: Amor, contemporaneidade, capitalismo.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 5

1 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 6

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 6

3 METODOLOGIA ..................................................................................................... 7

4 AMOR AO LOGO DA HISTÓRIA ........................................................................... 7

5 DO AMOR CORTÊS AO AMOR ROMÂNTICO ...................................................... 9

6 AMOR NA CONTEMPORANEIDADE .................................................................. 10

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 12

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 13

INTRODUÇÃO

Desenvolver qualquer ideia vinculada ao amor, de forma natural se apresenta como um desafio interessante, pois talvez, este, seja um dos poucos assuntos que todo cidadão contemporâneo pensa saber algo. Principalmente quando se fala em amor romântico. De imediato, há uma relação com a paixão, que, segundo Sennett, é “autoconsumista” (2006, p.128) e que já se apresentava como uma das principais preocupações dos filósofos gregos do século V a.C. como Platão e Aristóteles. Também é comum a vinculação do amor romântico ao gênero feminino, ao casamento e a uma vivência da sexualidade sadia, acompanhada de uma história permeada por sentimentos nobres, intensos, de expectativas correspondidas, reciprocidade e felicidade (ARAÚJO, 2012).

Todavia, é interessante notar que a relação desses aspectos acontece somente a partir do final do século XVIII, como somatória de um conjunto de influências importantes, sendo uma delas o declínio do poder patriarcal sobre a família (GIDDENS, 1993). Tal declínio descentraliza o poder do pai gerando um deslocamento para a chamada “afeição maternal”, que por sua vez resulta em uma série de desdobramentos proporcionando a mulher novas formas de domínio dentro de seu espaço íntimo (RYAN, 1981, apud GIDDENS, 1993).

Entretanto, a fusão do amor romântico e amor paixão, associados ao casamento e a felicidade, tem trazido, ao longo dos anos, um ideal de amor que se vincula muito mais com os interesses de mercado e do consumismo, do que da satisfação mútua no relacionamento a dois. Pois, uma vez que vinculo o amor com esse ideal de felicidade, crio uma base frágil, incapaz de sustentá-lo (COSTA, 1998). Além de colocar o eu em primeiro plano, criando assim uma hierarquia afetiva que organiza os arranjos morais e sociais, resultando em um “vocabulário dos afetos”, que é ditado pela lógica de mercado (ILLOUZ, 2011, p.130).

Sendo assim, tendo como base, entre outros, os autores acima citados, este trabalho pretende ampliar os desdobramentos acerca da constituição do amor romântico e de como tal se relaciona com a lógica de mercado. Procurando também, entender como se desenvolve sua influência na vivência do amor contemporâneo, marcado pela intensidade e liquidez de seus relacionamentos (BAUMAN, 2004).

1 JUSTIFICATIVA

Vivemos certamente, uma era que é marcada pelas incertezas, pela liquidez dos relacionamentos, onde tudo é muito efêmero, rápido, sem tempo para o apego, para o conhecimento mútuo, onde não há compromisso nem solidez. Vivemos amores intensos e rápidos, assim como rápido foi o apaixonar-se (BAUMAN, 2004). Tal forma descompromissada de vivenciar os afetos, tem nos trazido algumas conseqüências importantes, inúmeros artigos e pesquisas têm nos revelado algumas consequências acerca da decisão do divórcio, principalmente trazendo a visão dos filhos, que acabam sendo os mais afetados (KOCH; RAMIRES, 2015). As mesmas pesquisas conseguem relacionar tal situação com as expectativas idealizadas do amor romântico dentro de casamento.

Porém, outro aspecto, que aqui mais nos interessa, é seu relacionamento com o capitalismo, talvez, o mesmo tenha trivializado a paixão, trazendo certa desilusão das pessoas em relação ao amor. Isso nos leva a lógica mercantil, onde as relações sexuais podem ser compradas no mercado, negociadas, barganhadas apenas para levar a vida adiante. Dessa forma, o capitalismo tenta dissuadir a criação de vínculos reais, valorizando, sobremaneira, o prazer (PHILLIPS, 2011), evidenciando o irracional dentro da racionalidade, pois os desejos não procederiam dos interesses humanos e sim do capital (CROCHÍK, 2003).

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