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A relação mãe-bebê com a Síndrome de Down

Por:   •  7/7/2017  •  Artigo  •  9.101 Palavras (37 Páginas)  •  183 Visualizações

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Relação Mãe-Bebê e a Síndrome de Down

Andreia de Oliveira Carvalho

Prof° Drª. Bruna Larissa Seibel

Cachoeirinha 2016

ANDREIA DE OLIVEIRA CARVALHO[pic 1]

RELAÇÃO MÃE-BEBÊ E A SÍNDROME DE DOWN

Trabalho de Conclusão do Curso de Psicologia, do Cesuca Faculdade Inedi, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Psicologia.

                                                     

Orientadora: Prof° Drª. Bruna Larissa Seibel.

Cachoeirinha

2016


RESUMO

       

O presente estudo objetiva investigar as singularidades da mãe em interação com seu filho com Síndrome de Down. Trata-se de uma pesquisa com delineamento de estudo de caso único, qualitativo e exploratório. Foram realizadas através do Método Bick, quatro observações semanais de uma hora e trinta minutos cada. Estavam presentes na casa durante as observações sete pessoas. As análises foram realizadas a partir dos relatos da observadora. Os resultados indicaram ansiedade inicial da mãe, e prontidão de respostas às demandas de seu bebê, proporcionando uma comunicação funcional da díade. Houve sentimentos de ambivalência da mãe: ora relatou alegria, ora ansiedade com as condições de cuidados com o seu bebê. Ainda observou-se tristeza frente ao diagnóstico da Síndrome de Down e pelo fato de deparar-se com o bebê real, com condições de saúde diferentes do bebê idealizado. Mesmo frente aos sentimentos negativos que poderiam interferir na relação mãe e filho, a capacidade de enfrentamento da mãe e da família foi preservada. Constatou-se que o processo de observação pode auxiliar a família em certos aspectos, pois o modo acolhedor e não intrusivo da observadora proporcionou um holding à mãe e a seus familiares, que encontraram uma maneira de expressar sentimentos despertados por esse momento. A partir dessas considerações, ponderou-se a importância da relação mãe-bebê estar bem ajustada para se obter um bom desenvolvimento emocional mãe-bebê. Além disso, pode-se pensar em planos de ação com a rede de apoio que auxiliem na atenção com a mãe e o bebê com a Síndrome de Down, de modo que previna e promova a qualidade física e mental da díade.

Palavras-chave:   Relação mãe-bebê; Síndrome de Down; Método Bick

ABSTRACT

This study aims to investigate the singularities of a mother interacting with her child with Down syndrome. This is a single case, qualitative and exploratory study design. Data collection was made by using the Bick method of observation, in four observations of one hour and thirty minutes each, weekly. Seven people were in the house during the observations. Analyses were performed from observer reports. The results indicated mother's anxiety at the beginning, and readiness to respond to the baby’s needs, providing a functional communication in the dyad. There were ambivalent feelings from the mother, joy and anxiety. It was also observed a feeling of sadness by facing the diagnosis of Down syndrome and the fact of facing the real baby, with different health conditions of the idealized one. Even dealing with negative feelings that could interfere in the mother-child relationship, the mother‘s and the family’s coping ability has been preserved. It was found that the process of observation can help the family in some ways, because the friendly and non-intrusive way of observer provided a holding to the mother and her family, in a way to express feelings aroused by this time. From these considerations, it is important to consider that the mother-child relationship needs to be well adjusted to obtain a good emotional parental development. Moreover, it is possible to intervene with the social network to assist the mother and the baby with Down syndrome, to prevent and promote physical and mental health for both.

Keywords: Mother-infant Relationship; Down's syndrome; Method Bick


INTRODUÇÃO

        O presente trabalho visa investigar as especificidades da mãe em interação com o seu filho com a Síndrome de Dow, a partir de um estudo de caso único. É importante salientar a relevância desta pesquisa sob o ponto de vista Psicológico, já que a relação mãe-bebê tem um grande significado na fase inicial da vida dos seres humanos e de suas mães. É também o período em que se inicia a construção do vínculo mãe e filho. Nesse sentido, compreendendo a importância do tema, objetivou-se neste estudo conhecer as características singulares e específicas da relação mãe-bebê, bem como compreender a comunicação e o processo de adaptação mútua frente às dificuldades que emergem na díade cujo filho tem Síndrome de Down (SD).

       O interesse pelo tema do presente estudo tem influência da inquietação da pesquisadora por compreender e explicitar a interação mãe-bebê no contexto de mães com o seu filho com a SD, pois estão diretamente ligadas as atividades acadêmicas em que a pesquisadora perpassou no decorrer da graduação bem como o atual estágio onde a mesma está inserida podendo contribuir para uma reflexão da equipe multidisciplinar e de toda a rede de apoio sobre o assunto.

       Contribuições significativas na compreensão da relação mãe-bebê foram dadas por Winnicott (1966/2007). Segundo ele, a mãe entra em um estado especial de adaptação quase perfeita com seu bebê, pois ela atende as suas necessidades prontamente, denominadas como preocupação materna primária. Trata-se de um estado de regressão em que a mãe fica supersensível, o que possibilita identificar-se com o seu bebê. Torna-se assim capaz de compreender exatamente o que o seu bebê precisa e o momento que necessita. Através da sua presença fiel e assertiva, a mãe ajuda a construir um elo na relação de confiabilidade.

       Winnicott(1966/2007) trouxe em seus estudos que a relação primitiva mãe-bebê é um tema fundamental para compreender o desenvolvimento emocional do ser humano e que, por meio desta visão, gradativamente o bebê torna-se independente.

        Nesse sentido, Winnicott (1956/1982) assinalou que, no início do desenvolvimento, o ambiente em que a criança está inserida, representado principalmente pela mãe, pode suprir as necessidades da criança, quando é denominado suficientemente bom. Desta forma, propiciará ao bebê alcançar as satisfações de suas necessidades físicas e emocionais. No entanto, existem ocasiões em que este ambiente falha, o que é sentido como uma invasão no processo de continuidade de ser da criança, desvirtuando o desenvolvimento do bebê. Assim, reconhece-se a importância de se estudar as funções da mãe em relação ao bebê nessa fase primitiva.]

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