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A ÉTICA HUMANISTA

Por:   •  8/4/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.229 Palavras (5 Páginas)  •  3.530 Visualizações

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ÉTICA HUMANISTA

Para melhor compreender de que forma a ética humanista é concebida e suas importantes contribuições para a ampliação dos modos de existir do homem, mais positivos a nível coletivo e individual, faz-se necessário elucidar o que vem a ser ética. Nesse sentido, abordar o conceito de moral torna-se indispensável, uma vez que a ética surge em função desse último. (SCHELLIN, 2012)        

Todas as sociedades ou grupos possuem como base um conjunto de valores, relativos ao que é bom, ruim, lícito e ilícito, que servem como norteadores dos atos cotidianos de seus componentes. A moral corresponde a esse conjunto de valores que são construídos de forma coletiva e individual, em um determinado contexto cultural e histórico. Diante desse fato social, ainda na Grécia antiga, com os filósofos, emerge a necessidade de se refletir, de forma crítica e racional, o significado dessa moral norteadora, que passou a ser conhecida como ética. (CHAUÍ, 2010) E o sobre o objeto de estudo, dessa prática filosófica, e suas finalidades, Schellin (2012), aponta, respectivamente, que:

O objeto de estudo da ética são os princípios, os motivos, as circunstâncias que levaram aos indivíduos, num determinado contexto a agirem segundo a moral em vigor e as consequências decorrentes de tais ações.

O objetivo da ética é promover modificações na moral, utilizando a racionalidade do indivíduo, fazendo-o refletir sobre os acontecimentos do cotidiano, questionar a moral em vigor da sociedade na qual o indivíduo está inserido, pensar em qual a melhor forma de agir, norteando seus passos, orientando racionalmente a melhoria da conduta humana. (p. 78)        

A necessidade de desafiar, ao questionar os preceitos acerca da maneira como se vive e sobre o que é considerado importante, foi regatada, de forma mais contundente, em um dos momentos históricos marcados por uma grave crise moral, no qual guerras eram deflagradas e inúmeras vidas perdiam-se por diferenças ideológicas entre potencias mundiais (EUA e União Soviética). Essa desvalorização da vida humana suscitou muitos questionamentos a respeito do sentido dessas relações, que interferem na vida e na morte do outro, e uma nova postura ética,mais contundente, tornou-se cada vez mais emergente. (AMATUZZI, 2008)

Essa nova perspectiva de análise dos valores morais vigentes, pautou-se nos ideais do movimento humanista, que resgatou os preceitos éticos originados na Grécia antiga, de valorização do homem como um ser racional e, portanto, capaz de superar seus desejos individualistas, as paixões, em função das necessidades coletivas; que também é um ser dotado de liberdade e por isso deve ser tratado igualmente, com respeito as suas peculiaridades; e que podem amar uns aos outros, de forma fraterna. Dessa forma, essa nova atitude ética também veio a contribuir para uma nova compreensão do homem, como um ser que tem sua própria subjetividade, liberdade e responsabilidade por suas escolhas. (AMATUZZI, 2008)

Diante desses fatos, Erich Fromm (1974) vai pontuar um modo de análise da moral que não só ganha uma visibilidade maior, em um movimento humanista situado na Europa do século XIV, mas que tem sua gênese em uma tradição ética humanista, que permeia e permeou praticamente todas as épocas do pensamento ocidental. Sobre isso, Fromm destaca o fato de que essas normas e valores morais são estabelecidos a partir do conhecimento humano, como uma questão de sentido, do por onde se vai. E por esse motivo, o autor chega à concepção de que os estudos éticos de Aristóteles, Spinoza e Dewey, configuram-se também como estudos psicológicos, uma vez que auxiliam na compreensão da natureza desse ser, de como ele constrói seu conhecimento.

E ao levar em consideração de que é importante discutir a construção do conhecimento do que é subjetivo e o que faz parte da existência humana, como ferramenta para “deduzir os fins antes de encontrarem os meios para alcançá-los” (FROMM, 1974, p. 36), o autor já citado, vai abordar alguns temas importantes para a ética humanista, concebida como “a ciência aplicada da arte de viver” (p. 18). Dentre os temas abordados pelo autor, estão: o bem como a valorização da vida, enquanto desenvolvimento das capacidades do homem, a virtude como a qualidade de assumir a responsabilidade pela própria existência, o mal como a redução das capacidades do homem, o vício como um dos constituintes da irresponsabilidade em relação a si mesmo e autonomia, como qualidade do ser humano de gerir sua vida, ao criar suas próprias leis, valores e possibilidades, de modo que não pode ser determinado por causas e efeitos, condições, etc..

Esse outro modo de análise de valores e normas morais, norteadores das necessidades de sobrevivência, de justiça, de defesa e para orientar parâmetros para juízos de valor, influenciou muito na construção de uma ciência que visa compreender o homem e seu modo de existir, conhecido como Psicologia Humanista. (AMATUZZI, 2010) Esse fato só confirma o que Fromm (1974), afirmou acerca de que essa análise de valores está intrinsicamente ligado a compreensão da natureza do ser humano. Esse fato, de acordo com Amatuzzi (2010), ocorre na medida em que surge a necessidade de novas posturas no estudo da psiquê, a partir do resgate da tradição ética humanista, influenciador do movimento humanista, para dar conta de questões sobre o sentido das construções do conhecimento do homem, dentre elas valores e normas morais, em um momento crítico de guerras e crise moral já abordado acima.

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