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Aids No Contexto Hospitalar.

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Por:   •  22/4/2014  •  1.499 Palavras (6 Páginas)  •  650 Visualizações

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Os portadores e doentes de aids, apresentam um alto grau de ansiedade devido ao seu problema de saúde, perdendo sua identidade ao ser afastado do convívio familiar e social, deparam-se concretamente com a doença e com a possibilidade de morte. O paciente passa a deparar-se com a perda da privacidade, a proximidade da morte, o agravamento da situação financeira e problemas familiares, pois muitas vezes, é neste momento que a família toma ciência da condição de soro positividade do usuário.

As famílias geralmente, tendem a esconder o problema conscientes da discriminação, mas elas também se vêem ameaçadas, principalmente quando a doença se manifesta, afetando todo o contexto familiar de forma significativa. O comportamento restrito a família reflete a reação de grande parte da sociedade.Cada família reage de maneira distinta frente ao diagnóstico. O preconceito surge na fala dos familiares, de forma bastante camuflada comprovando que também no contexto familiar é bastante complexo tratar desta questão. Assim, como há o distanciamento, o abandono, a rejeição entre o soropositivo, o doente e a família, ocorre também a super proteção.

Diante da complexidade da doença, permeada por estigmas e preconceitos o portador ou doente sofre mudanças diversas, muitas vezes drásticas, no meio em que vive e com quem convive, por isso o impacto que ele sofre desde o momento da constatação do diagnóstico, o leva à deparar-se com medos em relação à morte, às modificações físicas e suas relações afetivas, íntimas e familiares, trazendo conflitos que muitas vezes não são fáceis de serem enfrentados e solucionados.

Devido ao preconceito e discriminação que a sociedade destina aos doentes com aids, observa-se que muitos preferem ter uma morte anônima, viver na clandestinidade a lutar por seus direitos e assumir a doença.

Diante dessa problemática, cria-se a necessidade de buscar atendimento psicológico a esses pacientes que ao deparar-se com o fato de não serem mais somente um portador do HIV, mas um doente de aids e principalmente aqueles que tomam conhecimento neste momento, de sua condição de infectado defrontam-se com sentimentos desencadeados por uma doença que ameaça a vida, forçando-os a reorganizá-la diante das limitações no campo profissional, social, familiar, sexual e nas relações afetivas.

A auto- estima designa o grau de consideração ou respeito que os indivíduos têm a si mesmos, sendo uma medida do valor que eles atribuem a suas capacidades e a seus julgamentos, podendo se dividir em dois componentes: a capacidade de dizer "Eu sou importante", "Eu tenho valor" e a capacidades de dizer " Eu tenho algo a oferecer aos outros e ao mundo."

Os sentimentos de medo e angústia experimentos por portadores de HIV e doentes de aids podem se tornar aumentados, configurando uma situação estressante. Esse tipo de aflição une-se ao comportamento social das demais pessoas, fazendo com que a soro positividade para o HIV torne-se equivalente a uma sentença de morte. Assim, a pessoa com HIV passa por um número muito grande de situações estressantes que, segundo dados atuais, podem contribuir para a deteriorização do sistema imune.

O HIV/aids marca profundamente a pessoa acometida, uma vez que afeta o seu bem-estar físico, mental e social e envolve sentimentos negativos como depressão, angústia e medo da morte, interferindo em sua identidade de auto- estima.

O grande número de infectados não tem preparo psicológico, social e familiar levando-os ao isolamento, o abandono e a rejeição social, á doença e à morte, passando pelo medo e pela ansiedade, pela diminuição da auto-estima; pelo sentimento de perda e de controle, pelas perturbações familiares e profissionais. A aids destrói os laços e as relações do indivíduo e da família, fragilizando sua inserção e seu suporte social.

A tristeza, o medo da morte e a raiva são alguns dos sentimentos mais comuns que afligem as pessoas que se descobrem infectadas pelo HIV. E muitas vezes, esses sentimentos podem estar associados a transtornos psiquiátricos.

Como pode ser feita a inserção e ações do psicólogo no Campo das Doenças Sexualmente Transmissíveis/AIDS?

Jena Hanay Araujo de Oliveira - Inicialmente a inserção do psicólogo neste campo se deu através de atividades próprias da sua formação: o aconselhamento psicológico e a psicoterapia, com o objetivo de oferecer atendimento a pessoas que recebiam o diagnóstico e dar suporte psicológico diante do impacto do diagnóstico de uma doença que era considerada fatal, de acordo com um relatório sobre as práticas profissionais no campo das DST/AIDS do Conselho Federal de Psicologia.Hoje, o campo de atuação da psicologia está mais consolidado e tem atuado nos Programas de DST/AIDS de várias formas: nas ações de prevenção a população geral e a população específica, no tratamento, e na reabilitação. As ações são também desenvolvidas em conjunto com os demais profissionais de saúde. A especificidade do trabalho do psicólogo e da população atendida exige do profissional uma atuação multifacetada que pode combinar os conhecimentos de diversas áreas da psicologia como da clínica, da saúde comunitária, da social e da organizacional, entre outras áreas do conhecimento que possibilitem uma atuação ética, eficaz e compromissada.

Qual o impacto psicológico que o adoecimento pode causar na pessoa que descobre portadora de HIV?

Jena de Oliveira - Apesar dos avanços conquistados no tratamento dessa doença, as pessoas que vivem HIV/AIDS ainda enfrentam muitos desafios decorrentes da convivência com a infecção, o que gera sofrimento emocional e necessitam de apoio psicológico em algum momento.É sabido que o adoecimento em si gera um impacto psicológico que pode ameaçar o equilíbrio interno. Por essa razão os indivíduos desenvolvem um quadro denominado de crise que afeta todos os setores de vida, orgânico, afetivo, relacional, social e produtivo. Nesse caso, apresentam um nível de adaptação ineficaz, ou seja, apresentam um funcionamento psíquico mais prejudicado pelo adoecimento,

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