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Analise do Filme Como Estrelas no Céu Toda Criança é Especial

Por:   •  4/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.591 Palavras (7 Páginas)  •  523 Visualizações

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Análise do filme “Como Estrelas na Terra, Toda Criança é Especial”

  1. Sinopse do Filme

O filme conta a história de um menino e 9 anos chamado Ishaan Awasthi, que sofre com problemas de educação e mais próximo do final do filme, seu professor de artes Ram, assume que ele sofre de dislexia. Estuda em uma escola normal e repetiu uma vez o terceiro período, e está correndo o risco de isso acontecer de novo. O menino diz que as letras dançam em sua frente e não consegue acompanhar as aulas e nem prestar atenção. Seu pai acredita que ele é indisciplinado e o trata com rudez e falta de sensibilidade, inclusive o enviando para um internato para que esses pseudoproblemas possam ser resolvidos.

  1. Contexto Histórico do Filme

De acordo com o que o filme nos apresenta com imagens, através das vestimentas e tecnologias presentes, pode-se chegar à conclusão de que o filme se passa na Índia, no século XXI. A Índia é um país oriental, que faz parte dos que são conhecidos como B.R.I.C.S (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que são o grupo de países Emergentes, com uma economia crescente.

Apesar do país receber investimento e ter um certo crescimento econômico, a Índia ainda é muito marcada pela desigualdade social, de gênero, e um precário sistema de educação. No momento do filme aonde Ishaan (personagem principal) foge da escola e sai para caminhar pela cidade, pode se ver o nível de grande pobreza do país. Nota-se também que na sala de aula de Ishan, possuem apenas meninos, com uma superlotação que chega a 60 alunos para um único professor. Vê-se também que as mulheres são designadas a ficar no lar e cuidar da família.

  1. A Relação das Teorias Educativas Apresentadas por Saviani

Em 1983, Dermeval Saviani apresentou um espectro de pontos no panorama educacional, aonde põe uma grande ênfase no problema da marginalidade. Ao tratar desse assunto, o autor dividiu as teorias da educação em dois grupos, as teorias não-críticas, e as teorias crítico-reprodutivistas.

Sobre as teorias não-críticas, é um modelo que foi desenhado para tentar minimizar e possivelmente extinguir este problema da marginalidade, uma tentativa de integrar todos os indivíduos no corpo social. Encontramos outros três subgrupos, dentro deste grupo maior, a Pedagogia Nova, que frisa a importância do desenvolvimento social e afetivo para o desenvolvimento da subjetividade dos alunos; a Pedagogia Tradicional, aonde o aluno é passivo no processo de tradução e internalização do aprendizado, entendendo que assim irá evoluir; e a  Pedagogia Tecnicista, onde encontramos um nível de descontinuidade e heterogeneidade do trabalho pedagógico, decorrente a imagem que o aluno tem de si, já que são preparados para atender a demanda, como uma simples mão de obra. (SAVIANI, 1983)

Contrapondo a ideia das teorias não-críticas, aonde pretendem equacionar o grande problema da marginalidade, as teorias crítico-reprodutivistas enxergam a educação como um instrumento de discriminação social. Dentro do campo crítico-produtivista, Saviani (1983) destaca três teorias, a Teoria da escola como aparelho ideológico do estado, onde o desenvolvimento da subjetividade, cognição e afetiva da classe trabalhadora é prejudicado pela falta de recursos em seu desenvolvimento; a Teoria do sistema de ensino como violência simbólica, em que reforça ainda mais a desigualdade; e a Teoria da escola dualista, onde encontramos uma qualificação do intelectual e uma desqualificação do trabalho manual, sendo assim, o trabalho subjetivo é prejudicado.

Saviani critica as duas teorias, as crítico-reprodutivistas por aumentar a discriminação e consequentemente abaixar a qualidade e a eficácia do ensino das classes populares, e as não-críticas por empobrecerem o ensino, aonde a história se perde e há uma inviabilização das pesquisas. Saviani ressalta também que os indivíduos membros das classes mais baixas serão dominados pelas classes dominadoras, por não dominarem conteúdos culturais. Nenhuma das teorias apresenta uma proposta pedagógica.

No filme, podemos ver a teoria da Pedagogia Tradicional vindo das escolas, enquanto vemos a Pedagogia Nova vinda do modo em que o professor de artes aplicava suas técnicas em Ishaan.

  1. A Relação com a Teoria de Vygotsky das Relações Entre Desenvolvimento e Aprendizagem

Além das críticas de Saviani, Vygotsky anos antes criticou o método que as escolas utilizavam no processo da educação. Vygotsky se opunha a forma cognitivista adotada pelas escolas mundo afora. A principal crítica do autor era o fato de o aluno a todo momento ter de se portar com uma postura passiva diante de seu processo de aprendizado e educacional, sendo assim, não é desafiado o suficiente por professores e família em seu ambiente de desenvolvimento, ignorando o potencial deste aluno.

        O modelo cognitivista adotado pelas escolas privilegia as funções elementares, e Vygotsky propõe que as funções superiores que deveriam ser as privilegiadas. Usando o filme como exemplo, na primeira escola que Ishaan estuda, fica claro que os professores estão se atentando ao desenvolvimento mecânico, aonde gradualmente o aluno vai aprendendo a forma das letras, o que se mostra ineficaz no aprendizado dele, enquanto quando o professor de artes da outra escola assume que as funções superiores são mais importantes, ele desafia Ishaan de diferentes maneiras, com diferentes recursos visuais e auditivos que ele reconhece, sendo assim estar resolvendo um problema em que ele tinha potencial para resolver.

  1. A Relação com o Desenvolvimento da Escrita Segundo Vygotsky, Luria, Maluf, Tuleski e Chaves

Vygotsky trata em suas obras o desenvolvimento da linguagem e da escrita. Para o autor, a linguagem verbal é a base para a linguagem gráfica, já que o desenvolvimento do verbalizar, junto com a memória, a criança consegue se utilizar de um elemento que sirva como mediador, o signo, o qual se baseia no ato de associar uma palavra a um objeto, tendo a capacidade de mentalizar e internalizar este objeto. Para que a criança seja preparada para esse processo, Vygotsky propõe que comece pelo desenhar e pelo brincar, o que seriam estágios preparatórios para o desenvolvimento da linguagem escrita, já que é através disso que a criança se torna capaz de desenvolver sua linguagem simbólica. No filme, isso é visto através de Ram, professor de artes, que usa de diversos recursos, principalmente a pintura que era algo que Ishaan tinha prazer em fazer, e que gradativamente chegou ao estágio de conseguir ler e escrever.

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