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Anísio Spínola Teixeira

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Por:   •  12/9/2014  •  1.266 Palavras (6 Páginas)  •  325 Visualizações

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Anísio Spínola Teixeira

Anísio Spínola Teixeira nasceu em Caeté no dia 12 de julho de 1900, foi um jurista, intelectual, educador e escritor brasileiro. Personagem central na história da educação no Brasil, nas décadas de 1920 e 1930, difundiu os pressupostos do movimento da Escola Nova, que tinha como princípio a ênfase no desenvolvimento do intelecto e na capacidade de julgamento, em preferência à memorização. Restaurou o sistema educacional da Bahia e do Rio de Janeiro, exercendo vários cargos executivos. Foi um dos mais destacados signatários do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em defesa do ensino público, gratuito, laico e obrigatório, divulgado em 1932. Fundou a Universidade do Distrito Federal, em 1935, depois transformada em Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil.

Seu pai Deocleciano Pires Teixeira, era médico, foi chefe político do município de Caetité, casou-se com três irmãs, sucessivamente, sendo sua mãe a terceira delas.

A família Spínola era uma família muito importante e reconhecida na vida social e política nacional como exemplo, Aristides Spínola e Joaquim Spínola, que havia sido presidente de Tribunal De Justiça da Bahia, e fundador da Revista dos Tribunais.

Em sua cidade natal, Anísio iniciou os estudos no Colégio São Luís Gonzaga, de jesuítas, continuando depois sua formação em Salvador, aos 14 anos, no Colégio Antônio Vieira, também da mesma ordem religiosa.

Sob a influência dessa instituição, cogitou tornar-se jesuíta — sonho combatido por seu pai, que projetara uma carreira política para o filho.

Ainda aos dezessete anos, teve sua inteligência reconhecida por Teodoro Sampaio, que o convidou a proferir uma palestra no Instituto Histórico e Geográfico da Bahia.

Formando-se aos 22 anos na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro (atual Faculdade de Direito da UFRJ), aos 24 anos foi nomeado pelo Governador Góes Calmon Inspetor Geral de Ensino da Bahia.

A fim de se dedicar ao máximo, e desempenhar um ótimo trabalho, viajou em 1925 à Europa, e estudou sistemas educacionais de diversos países fazendo em seguida varias melhorias no estado.

Teixeira conseguiu ampliar o sistema educacional, privilegiando a formação de professores.

Em sua terra natal, Caetité, reinaugurou a Escola Normal, que havia sido fechada em 1901 por

Severino Vieira.

Em 1927, foi aos Estados Unidos, onde travou conhecimento com as ideias do filósofo e pedagogo John Dewey, que muito iriam influenciar seu pensamento. No ano seguinte, demitiu-se do cargo pelo fato de o novo governador discordar de suas ideias sobre mudanças no ensino.

Aos 28 anos voltou aos Estados Unidos ingressou na Universidade de Colúmbia, em Nova York, onde obteve o título de mestre e conheceu o educador John Dewey. De volta ao Brasil traduziu pela primeira vez para o português, dois trabalhos de Dewey.

Casa Anísio Teixeira

Em fins dos anos 1950, Anísio Teixeira teve participação nos debates para a implantação da Lei Nacional de Diretrizes e Bases, sempre defendendo fortemente educação pública.

Juntamente com Darcy Ribeiro, Anísio Teixeira foi um dos fundadores da Universidade de Brasília, da qual se tornou reitor em 1963.

Com o golpe militar, no ano seguinte, afastou-se do cargo e retornou aos Estados Unidos, lecionando nas Universidades de Colúmbia e da Califórnia. Regressou ao Brasil em 1966, tornou-se consultor da Fundação Getúlio Vargas.

Durante a última fase do Estado Novo, Teixeira afastou-se da vida pública. Dedicou-se, então, à mineração — atividade de alguns parentes. Aproximou-se mais do amigo Monteiro Lobato e publicou Educação para a Democracia, além de realizar diversas traduções.

Anísio Teixeira morreu em 1971, em circunstâncias consideradas obscuras. Dois meses antes de sua morte, ele escreveu: "Por mais que busquemos aceitar a morte, ela nos chega sempre como algo de imprevisto e terrível, talvez devido seu caráter definitivo: a vida é permanente transição, interrompida por estes sobressaltos bruscos de morte" (numa carta a Fernando de Azevedo). Seu corpo foi achado num elevador na Avenida Rui Barbosa, no Rio de Janeiro. Apesar do laudo de morte acidental, há suspeitas de que tenha sido vítima das forças de repressão do governo do General Emílio Garrastazu Médici.

Por intercessão do amigo Hermes Lima, Anísio candidatou-se a uma vaga na Academia. Iniciou-se assim a série de visitas protocolares aos Imortais.

Depois da última visita, ao lexicógrafo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Anísio desapareceu. Preocupada, sua família investigou e recebeu a informação dos militares que Anísio Teixeira estava detido. Uma longa procura por informações teve início.

Mas, ao contrário das desencontradas informações e pistas falsas, seu corpo foi finalmente encontrado no fosso do elevador do prédio do imortal Aurélio, na Praia de Botafogo, no Rio. Dois dias haviam se passado de seu desaparecimento. Seu corpo não tinha sinais de queda, nem hematomas que a comprovassem. A versão oficial foi que ele havia sofrido um "acidente".

Calava-se, para um Brasil mergulhado em sombras, uma voz em defesa da educação, portador da "subversiva" ideia de um país melhor.

Em depoimento na UNB em 10 de agosto de 2012, o professor João Augusto de Lima Rocha afirmou: "Em dezembro de 1988, Luiz Viana Filho me confessou que Anísio Teixeira foi preso no dia que desapareceu (11/03/71) e levado para o quartel da Aeronáutica, em uma operação que teve como mentor o brigadeiro João Paulo Burnier, figura conhecida do regime militar e que tinha o plano de matar todos os intelectuais mais importantes do Brasil na época", disse João Augusto.

Seu legado

De sua obra em Salvador, destaca-se o Centro Educacional Carneiro Ribeiro (melhor conhecido por Escola Parque), de 1950, situado no populoso e pobre bairro da Liberdade, no qual buscou inspiração Darcy Ribeiro para, na década de 1980, criar os CIEPs. Na década de 1990 foi a vez do Governo Federal criar os CIACs e, no início do século XXI, na Bahia, os Colégios Modelo — todos fundamentados em sua ainda atual visão da educação integral e, no início do século XXI, os mais de 21 CEUs (Centros Educacionais Unificados), construídos na cidade de São Paulo, tiveram em seus projetos fortes influências da Escola Parque de Anísio.

Em Caetité, em sua casa natal, mantém-se a Fundação Anísio Teixeira, presidida por sua filha Anna Cristina Teixeira Monteiro de Barros, com apoio governamental (Estado e Município) e da iniciativa privada, e a Casa Anísio Teixeira, com biblioteca, museu, cine-teatro e biblioteca móvel. A instituição leva conhecimento e mantém viva a memória do grande educador brasileiro.

No Rio de Janeiro existe o Centro Educacional Anísio Teixeira, escola privada de ensino fundamental e ensino médio, com proposta pedagógica segundo as ideias do educador.

Pensamentos de Anísio Teixeira

Ele mostrava em suas ideias uma constante preocupação com uma educação livre de privilégios, que é cada vez mais valorizada.

“ Sou contra a educação como processo exclusivo de formação de uma elite, mantendo a grande maioria da população em estado de analfabetismo e ignorância.

Revolta-me saber que dos cinco milhões que estão na escola, apenas 450.000 conseguem chegar à 4ª série, todos os demais ficando frustrados mentalmente e incapacitados para se integrarem em uma civilização industrial e alcançarem um padrão de vida de simples decência humana.

Choca-me ver o desbarato dos recursos públicos para educação, dispensados em subvenções de toda natureza a atividades educacionais, sem nexo nem ordem, puramente paternalistas ou francamente eleitoreiras.

Anísio Teixeira

Suas principais obras.

• Educação e o mundo moderno. 2ªed. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1977. 245p.

• Educação é um direito. 2ªed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1996. 221p.

• Educação e universidade. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1998. 187p.

• Educação no Brasil. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1969. 385p.

• Educação não é privilégio. 5ª ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1994. 250p.

• Ensino superior no Brasil: análise e interpretação de sua evolução até 1969. Rio de Janeiro:

Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1989. 186p.

• Pequena introdução à filosofia da educação: a escola progressiva ou a transformação da escola. 5ªed. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1968. 150p.

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