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Atividade Prática Supervisionada Intervenções em Saúde

Por:   •  3/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.682 Palavras (7 Páginas)  •  220 Visualizações

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FMU - CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

APS – Atividade Prática Supervisionada

Intervenções em Saúde

Nome:                                                 RA:

Beatriz Alexandroni Cruz                        2310786

Bruna de Amorim Horvath de Freitas        2108528

Mariana Restani                                 2108821

Nicoli D’Andretta                                2661217

Stefania Riotta                                2273002

SÃO PAULO-SP

2019

Entrevista com Psicólogo

  1. Em qual equipe e região do Consultório na Rua você trabalha?

Consultório na Rua do centro de São Paulo.

  1. Gostaríamos de saber como foi a sua entrada para o Consultório na Rua e uma vez dentro dessa realidade profissional, quais foram os maiores contrastes entre o que você imaginava/esperava e a realidade em si.

Trabalhava no Serviço da Assistência Social (SEAS) que também realiza abordagens às pessoas em situação de rua e a equipe de Consultório na Rua era parceira na rede. Devido a proximidade enviei o currículo e fui contratada.

Apesar de continuar trabalhando com a mesma população, no Consultório na Rua há muito mais burocracia, como fichas, relatórios, além de exigir atividades em grupo. Diferente do que eu imaginava vendo o trabalho de fora.

Também percebi que apesar de trabalhar no intuito da Garantia dos Direitos da população, muitas vezes nos deparamos com uma rede de serviços precários, que perpetuam a exclusão e violência.

  1. Quais são as características pessoais e profissionais que você acredita ser necessário para um profissional poder atuar em uma situação de vulnerabilidade como a do consultório na rua?

Acredito que muito além de um diploma, é necessário gostar do que se faz e ter empatia com as pessoas atendidas. Por vezes nos sentimos frustrados diante das situações que experienciamos (sic), mas é preciso refletir e aprender a lidar com o que não podemos mudar.

  1. Sabemos que a rede pública não atende a toda sua demanda em virtude de uma complexidade de fatores financeiros e políticos. Você tem acesso aos indicadores da atual situação? Como você se sente em relação a isso?

Acredito que o maior desafio para população de rua é acessar os serviços públicos de maneira adequada. Pois na maioria destes serviços eles são discriminados, negligenciados e violentados a todo o momento, dificultando ainda mais a aderência desta população aos encaminhamentos propostos.

Sendo assim, para além dos fatores financeiros e políticos e da precariedade dos serviços, há muito preconceito no atendimento dessa população.

  1. Você acredita que o atendimento psicológico é visto como algo importante pelos demais profissionais e pela comunidade?

Acredito que o atendimento psicológico está mais acessível, assim como mais disseminado socialmente devido à facilidade de acesso às informações que temos atualmente.

No entanto essa facilidade no acesso também pode se tornar problemática a partir do momento que essas informações não são filtradas e apenas disseminadas, sem nenhum embasamento e veracidade, o que banaliza e distorce o atendimento psicológico.

Pelos profissionais o psicólogo é visto como aquele que compreende as pessoas e por vezes esse modo de ser visto se mistura com algo irreal. Muitos ainda vêem o psicólogo como alguém que capaz de convencer uma pessoa rapidamente, como se num passe de mágica o atendido mudasse radicalmente. O que sabemos ser uma utopia, uma vez que o atendimento psicológico é uma construção entre paciente e profissional, que por vez demanda muito tempo, dependendo de cada atendido.

Também costumam achar que psicólogos são apenas para casos de transtorno mental e sofrimento psíquico, no entanto para além desse pacientes, o psicólogo é importante para todas as pessoas, pois se entende por saúde mental, não só quando o sofrimento já é latente, mas a prevenção para não se chegar ao adoecimento em si.

  1. Você consegue identificar quais são os principais fatores que levam as pessoas a estarem em situação de rua?

Por ter trabalhado durante 10 anos na Assistência Social, atuando com pessoas em situação de rua, acredito que muitos paradigmas foram desconstruídos. Um deles é achar que a população de rua é homogênea. Pelo contrário, é uma população heterogênea, em sua maioria homens adultos, que fazem das ruas seu espaço de sobrevivência.

São diversas situações que os levam às ruas, dentre elas vínculos familiares fragilizados ou rompidos, uso de substâncias psicoativas, álcool, transtornos mentais e atualmente aumentou-se (sic) o número de pessoas que perderam o emprego e não puderam mais arcar com aluguel e outras contas.

Sendo assim, é uma população ainda massificada e estigmatizada, onde cada um possui uma história, seus conflitos, qualidades e dificuldades, por isso a necessidade de um olhar qualitativo, de uma escuta, para então pensar em propostas de intervenção de acordo com sua singularidade

  1. Quais procedimentos compõem a abordagem in loco da população em situação de rua?

Primeiramente faz-se (sic) um diagnóstico do território, identificando os pontos de concentração de pessoas em situação de rua. Depois a observação e aproximação, baseada no respeito ao lugar que esse outro ocupa, escuta qualificada, identificação das demandas e encaminhamentos propostos.

Essas abordagens realizadas diretamente nas ruas buscam aproximar ainda mais o paciente dos profissionais, construindo vínculo e proporcionando o acesso às políticas públicas, além de auxiliar o profissional a compreender melhor o local, o contexto e o ambiente onde vive o paciente.

Todo esse processo visa facilitar o acesso dessas pessoas aos serviços disponíveis na rede, fortalecendo sua autonomia e protagonismo.

  1. Como são praticadas as estratégias de redução de danos no Consultório na Rua?

O trabalho baseado na redução de danos insiste em monitorar e realizar o acompanhamento desses usuários de substâncias psicoativas, construindo maneiras junto ao paciente de reduzir ou minimizar os danos causados pelo uso abusivo.

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