TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Cif instrumento de avaliaçao

Por:   •  3/12/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.594 Palavras (7 Páginas)  •  274 Visualizações

Página 1 de 7

CIF

Classificação Internacional da Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde e Deficiência

A CIF é considerada “um quadro de referência ideal para apoiar o
desenvolvimento e implementação de uma avaliação abrangente do processo de
necessidades em educação” (DGIDC, 2008). Entre essas características e funções destacam-se: a sua capacidade de identificar as necessidades e os pontos fortes do aluno, bem como
os obstáculos e os fatores facilitadores do ambiente; o facto de considerar não só a
capacidade funcional do aluno, mas também as suas limitações no que se refere à realização
de atividades; a sua linguagem neutra (contrariando o que acontece nos sistemas de
classificação que enfatizam, sobretudo, os défices); e a possibilidade de identificação dos
fatores do meio que podem ser modificados mediante intervenção.
Opondo-se às caracterizações estáticas e dicotómicas próprias do modelo
segregador (que incide sobre as limitações do funcionamento do aluno) e do modelo social
(cujo enfoque se restringe à mudança no ambiente), a CIF baseia-se numa conceção
biopsicossocial do desenvolvimento humano, o que faz com que seja fortemente
recomendada internacionalmente. A par da sua utilização na identificação de necessidades,
avaliação de progressos e planeamento da intervenção, tem tido, igualmente, um papel
relevante no desenvolvimento de políticas sociais e no planeamento dos sistemas de
segurança social e legislação referente à incapacidade (DGIDC, 2008).
A CIF, como modelo consensual de classificação da funcionalidade, traduz a
interação entre a disfunção, a limitação face a determinadas atividades (área de
intervenção da educação) e factores ambientais que podem ser facilitadores ou barreiras
(área de intervenção social). É um modelo de análise generalizável à saúde, educação,
segurança social, emprego, etc. A utilização da CIF concretiza-se através de uma prática
cooperativa – transdisciplinar, organizando a participação e colaboração dos diferentes
atores (DGIDC, 2008).
Segundo OMS (2004), a CIF é uma classificação com múltiplas finalidades
elaborada para servir a várias disciplinas e sectores diferentes. Os seus objectivos
específicos podem ser resumidos da seguinte maneira:
• Proporcionar uma base científica para a compreensão e o estudo dos determinantes da
saúde, dos resultados e das condições relacionadas com a saúde;
• Estabelecer uma linguagem comum para a descrição da saúde e dos estados relacionados
com a saúde, para melhorar a comunicação entre diferentes utilizadores;

• Permitir a comparação de dados entre países, entre disciplinas relacionadas com os
cuidados de saúde, entre serviços, e em diferentes momentos ao longo do tempo;
• Proporcionar um esquema de codificação para sistemas de informação de saúde.
Desde a sua publicação como versão experimental, em 1980, a ICIDH tem
sido utilizada para vários fins, por exemplo:
•Como ferramenta
estatística – na recolha e registo de dados;
•Como ferramenta na
investigação – mensuração de resultados, qualidade de vida ou
fatores ambientais;
•Como ferramenta
clínica – na avaliação de necessidades, aptidões profissionais,
reabilitação e resultados;
•Como ferramenta de
política social – no planeamento de sistemas de segurança social e
no desenvolvimento de políticas;
•Como uma ferramenta
pedagógica – na elaboração de programas educacionais, para
incrementar a consciencialização e realizar acções sociais.
De acordo com a OMS (2004), a CIF engloba aspetos da saúde humana e
ainda alguns componentes considerados relevantes para a saúde e que estão relacionados
com o bem-estar. Assim, estes aspetos são descritos, respetivamente, em termos de
domínios de saúde e domínios relacionados com a saúde. Podem ser descritos através da
CIF todos os estados relacionados com a saúde, uma vez que (e ao contrário do que, muitas
vezes, erroneamente se pensa) esta classificação se aplica a todos os indivíduos, e não só
àqueles que têm algum tipo de incapacidade. Por este motivo, considera-se que a CIF tem
uma aplicação universal. No que se refere à forma como estrutura a informação, a CIF
divide-a em duas partes :
1) Funcionalidade e Incapacidade – na qual está presente o componente
Corpo (funções
dos sistemas orgânicos e estruturas do corpo) e o componente
Atividades e
Participação (aspetos da funcionalidade, a nível individual e social)
2) Fatores Contextuais – estando englobados os
Fatores Ambientais (do ambiente mais
imediato do indivíduo até ao ambiente geral) e os
Fatores Pessoais (não classificados na
CIF devido à grande diversidade social e cultural associada aos mesmos).

Num primeiro momento, possibilitou dar a conhecer aos colegas uma visão
mais clara e sequencialmente lógica das fases do processo de preenchimento da CIF, o
que acabou por ser muito positivo também para o grupo. Permitiu estar mais perto da
vertente prática do conhecimento e aplicação da CIF, envolvendo materiais reais e
fidedignos gentilmente cedidos pela professora de Educação Especial com quem
contactámos. Através da elaboração do role-play foi-nos consentido o conhecimento
específico de um caso real (que posteriormente conhecemos realmente através da
observação).
Para além disso, o grupo considera que disponibilizou tempo suficiente
para preparar um bom role-play. Esta preparação deu-se com recurso a pesquisas teóricas
e encontros com a professora de Educação Especial, o que nos permitiu alcançar um
melhor domínio da CIF e a obtenção de uma apresentação auto-avaliada como bastante
positiva, segura e dinâmica.

Os momentos de observação tiveram lugar nos dias 21, 27 e 28 de
novembro, e 4 e 5 de dezembro, o que equivale, aproximadamente, a 5 horas de
observação. O espaço em que os mesmos decorreram foi a sala da turma de Educação
Especial da Escola Básica Santa Clara, localizada em Évora.
Os dados que obtivemos a partir das nossas observações revelaram que a
Rita (nome fictício) demonstra algumas dificuldades ao nível da escrita – no que se
refere a exercícios de descrição de imagens e cópias –, da leitura – aspeto verificado por
meio da leitura que a Rita fez, a determinada altura, de uma notícia – e do cálculo – em
problemas práticos (e.g. exercício por ela realizado em que tinha de “fazer compras”
através de uma revista e utilizar).
Com os dados recolhidos, conseguimos preencher alguns pontos da
checklist por referência à CIF (a qual se encontra mais adiante no portefólio). A
possibilidade de observarmos uma criança com necessidades de ensino especial,
permitiu-nos estar em contacto com essa realidade, sendo que foi igualmente benéfico o
facto de o grupo se ter articulado de forma a cumprir certos aspetos como os dias e as
horas previamente combinados com a professora de Educação Especial para realizar as
observações. Consideramos que estes momentos permitiram-nos adquirir um maior
conhecimento da área da Educação Especial, o que, consecutivamente, poderá contribuir
de forma positiva para a nossa futura prática profissional. Além de nos ter possibilitado a
observação de um caso em específico, permitiu-nos observar, em simultâneo, outros
casos (dado que a Rita se encontrava, em grupo, com outros colegas nas aulas em
questão).
Por fim, é importante referir que sentimos algumas dificuldades no que
diz respeito à obtenção de alguns dados acerca do sujeito observado apenas com base
nos momentos de observação, tendo sido essencial as informações prestadas pela
professora de Educação Especial.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (11.9 Kb)   pdf (116.4 Kb)   docx (14.9 Kb)  
Continuar por mais 6 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com